23 dezembro, 2008

É Natal, é Natal!!!

O À Volta das Letras deseja a todos um Natal muito feliz e cheio de boas leituras com uma lareira a servir de apoio.

28 novembro, 2008

Ora espreitem lá...



Augústias

“(…) acabando com a fita de quintarolas que vinha das Angústias até quase ao fim do Pasteleiro e dava trote aos cavalos das vitórias da Horta num bater surdo, encaixado."


As Angústias são uma freguesia portuguesa da cidade da Horta, do concelho do mesmo nome, na Ilha do Faial, Região Autónoma dos Açores. Ocupa uma superfice total de 4,12 km² com 2 784 habitantes (2001). Tem uma densidade populacional de 675,7 hab/km².

Fonte: Enciclopédia






27 novembro, 2008

Capítulo 1 - A serpente cega

"- Mas não voltas tão cedo...
João Garcia garantiu que sim, que voltava. Os olhos de Margarida tinham um lume evasivo, de esperança que serve a sua hora. Eram fundos e azuis debaixo de arcadas fortes."

A primeira frase, sabe tão bem começar. É como abrir uma porta de uma casa desconhecida, adoro esta sensação.

Introdução

"Mau Tempo no Canal: uma condensação de sentidos, a começar pelo próprio título. Um ambiente, um conflito social e afectivo, um espaço, uma época, o efémero, a eternidade."

Introdução elaborada por Vasco Graça Moura para a 6ªedição do Mau Tempo no Canal.

24 novembro, 2008

Sala 10

Ainda a propósito da Weltliteratur, podem ver um pouco da obra poética de Vitorino Nemésio na sala 10 da exposição.

23 novembro, 2008

É de literatura que se fala….


O À Volta das Letras é um blogue sobre literatura, como tal faz todo o sentido falar da exposição Weltliteratur que está na Fundação Calouste Gulbenkian, Galeria de Exposições Temporárias até 4 de Janeiro de 2009.

O início é curioso, somos convidados a ver a exposição num outro ângulo e a ler o jornal que trata apenas da Weltliteratur.

Claro que guardei o jornal e iniciei a “viagem” pelas salas. A certa altura senti-me perdida, sem preparação para o que ia ver, não conseguia perceber qual a lógica, se tinha alguma, qual o critério. Ainda assim estava a gostar, rodeada de textos e obras de arte comecei a perceber o sentido.

No entanto a leitura do dito jornal que me foi oferecido no início confirmou algumas ideias e ajudou-me a perceber melhor outras tantas.

Aqui fica um apanhado da entrevista feita por Elisabete Caramelo a António Feijó e Manuel Aires Mateus.

“O pressuposto é de que a leitura pode ser, e é, muita vezes árdua, mas também é algo que cumula o leitor, se uma pessoa se der a esse esforço.”

“ A forma como vi esta exposição é que ela é uma exposição sobre o prazer da literatura, a descoberta do prazer da cultura.”

“O Manuel foi buscar o que é central à exposição, a ideia de que há uma série de autores de que toda a gente fala, mas pouca gente lê.”

“Mas podemos dizer que há uma coisa determinante na primeira mensagem da exposição - todos nós escrevemos, o que não faz de nós poetas e depois saímos da exposição com a certeza de que a literatura nos enriquece.”

Outro pormenor muito importante é que estão a fazer visitas guiadas à exposição:
Todos os sábados
das 12h00 às 13h00
das 16h45 às 17h45

Todos os domingos
das 12h00 às 13h00
das 16h00 às 17h00

Todas as terças e quintas-feiras
das 12h45 às 13h45
Inscrições:T: 217 823 555 (Seg. a Sexta – 9:00h/13:00h 14:30h/17:30h)
E: acantunes@gulbenkian.pt
Vale a pena ir ver!

22 novembro, 2008

Encontro

Depois de abrimos o apetite com as crónicas do Em Portugal não se come mal era mais que óbvio que o encontro do À Volta das Letras deste mês tinha de incluir comida.

Tinha ficado combinado que o jantar seria dia 22 (hoje) na Casa do Alentejo, mas por vários motivos tivemos que antecipar o encontro para ontem e mudar o restaurante para a Casa dos Passarinhos (a Casa do Alentejo já não aceitava reservas, é a crise!).

Restaurante decidido, hora marcada, aí fomos nós.

Por voltas das 21h30 lá nos conseguimos sentar à mesa. Restaurante familiar, a rebentar pelas costuras, barulhento. Fiquei receosa, será que conseguiríamos conversar naquela confusão.

Chegou à comida, tudo maravilhoso: naco na pedra, arroz de polvo malandrinho, arroz de tamboril, um vinho tinto da casa e umas belas batatas fritas. A sobremesa, leite-creme e gelado da casa (enorme), quanto ao gelado da Minerva nem vamos falar tendo em conta o seu tamanho mínimo.

Cafés. Muita conversa depois… O restaurante vazio, restávamos nós que nem nos apercebemos que já toda a gente tinha saído, o empregado (impecável) nem nos aparecia com medo de estragar a conversa.

Falou-se de tudo, crise económica, clássicos gregos, Sintra e o seu misticismo, comida, restaurante, Cristiano Ronaldo, ensino, as nossas novidades e claro de livros, livros, livros, livros.

Decisão difícil foi qual o livro para o próximo mês. Entre várias sugestões optamos por Mau tempo no canal de Vitorino Nemésio.

Encontro ficou para dia 21 de Dezembro no Kaffeehaus para tomarmos o pequeno-almoço e passearmos pelo Chiado com a paisagem natalícia que por lá anda.

02 novembro, 2008

A revista Ler

do mês de Outubro fala sobre o novo livro de Miguel Esteves Cardoso, aqui ficam alguns excertos para abrir o apetite:

“E honestos porque Miguel Esteves Cardoso obedece apenas a uma critério essencial: escrever o que lhe passa pelo estômago, sem cedências politicamente correctas.”

“Qualquer que seja o pretexto, Miguel Esteves Cardoso nunca escreve em lume brando.”

“Neste livro, os portugueses sentam-se à mesa, na companhia de um espelho desses bem grandes. E o resultado não desilude. Somos assim. Gastronomicamente assim.”

30 outubro, 2008

Surreal

“Pediu um garfo e uma faca ao empregado e, pela minha santa bola, coberto apenas pelo exíguo “com licença”, chamou a ele os poucos poderes de coordenação motora que lhe restava e entreteve-se a invadir a minha frigideira de barro e a cortar, com muito jeitinho, uma ponta de meu bife.”


pág. 178/179

Simplesmente genial. Parece uma cena para um programa de apanhados. Adorava ter visto a cara de MEC e do empregado.

29 outubro, 2008

Que raio...



“(…) – embora, raios me partam, ainda não tenha conseguido marcar uma mesa no El Bulli, o restaurante catalão onde o irrequieto cozinheiro e inventor divulga alegremente os insólitos descobrimentos dele.”

O El Bulli pede desculpa por não poder aceitar mais reservas para 2009??? O que terá este restaurante de tão especial?

27 outubro, 2008

Opinião pessoal

“Para os portugueses, era comer sardinhas! Peixinho! Sardinhas, tomates, pimentos, salsa…”


É oficial este livro dá-me fome!!

26 outubro, 2008

Sem merda, nada feito

"Sem merda, nada feito" é o título da primeira crónica do livro Em Portugal não se come mal de Miguel Esteves Cardoso. Aqui ficam alguns excertos:

«Sub-repticiamente, sem notícia nem protesto, vão desaparecendo da mesa portuguesa iguairias essenciais - algumas por causas naturais, porventura inevitáveis, mas outras por determinação burocrática, assentes na dupla-prensa com que presentemente nos comprimem os testículos e ovários e oprimem as papilas e as barriguinhas» p. 13

Como é conhecido, parte desta "tortura gastronómica" é imposta por Bruxelas. «Assim aconteceu com o azeite (...) e o vinho tinto. Presentemente elogiam-se muito as amêndoas, o chocolate com mais de 70% de cacau o presunto ibérico artesanal.» p. 13

«Com a ditadura de Bruxelas, o caso é muito preocupante. Em vez de encolher os ombros, os nossos governantes, sempre os melhores alunos da Europa na fase condescendente de Delors, apressam-se a aplicar todas as normas emanadas - e isto é muito imortante - de países onde se come mal e porcamente.»p. 14

Comer é um prazer e nós portugueses temos uma das melhores gastronomias do mundo. No entanto, sinto-me desconfortável quando um legislador que não percebe nada de boa comida, de tradições alimentares e hábitos culturais tenta normalizar o que não pode ser normalizado, ou que não deveriamos deixar normalizar.

Quantas gerações foram criadas com o galheteiro na mesa? E as colheres de pau? E os recipientes de barro? E a aguardente? O paõ para a açorda? O queijo da Serra?

Com a mania de querermos aplicar a lei sem adaptações à nossa cultura, depois temos exageros, excessos e incongruências. E quem perde, quem é?

23 outubro, 2008

Profissionais do queixume

“Para um português, esteja fresquinho ou calor, está sempre “desagradável”. O verão faz saudades do Inverno; o Inverno do Verão; há sempre vento; não se pode estar cá fora; não vale a pena ter esplanadas; está demasiado calor; não se pode trabalhar; olha a corrente de ar…”

Não poderia ser mais verdade. Há pessoas que são profissionais no queixume. Se não encontraram motivos no tempo, economia, vida familiar, profissional arranjam uma dor de costas de cabeça ou outra coisa do género. Do que mais gosto de ouvir, dentro dos queixumes, é o trânsito, que está sempre infernal (transportes públicos, já ouviram falar?) e da falta de tempo.

Que tal queixarem-se menos e aproveitarem essa energia para fazerem algo proveitoso?

19 outubro, 2008

Na rádio...

Miguel Esteves Cardoso fala do seu Em Portugal não se come mal no programa Pessoal... e Transmissível.

Sinopse:


«A vida come-se quando é boa; come-nos quando é má. E às vezes, quando menos esperamos, também comemos com ela.Em Portugal, antes de todas as coisas, está o tempo. Este tempo. Este que ninguém nos pode tirar e a que os povos com tempos piores chamam, à falta de melhor, clima.Depois, há coisas que crescem por causa do tempo. Como o tempo é bom, são boas. E como as coisas são boas, os portugueses querem comê-las. E comem-nas bem comidas, o mais perto que possam ficar da nascença. Ou da cozinha.O resto bem pode ser do pior que pode haver no mundo. Não é.Mas pode ser, à vontade do freguês, conforme se quiser.Que se lixe esse resto. Quando se come bem – quando se come a vida à nossa volta, com Portugal inteiro à nossa volta, a comer connosco – esse resto também não parece grande por aí além.Que fique por saber como realmente se vive em Portugal. Mas que fique claro que comer, não se come mal. Que sirva este meu livro de gordo desmentido.E o resto é como o resto. Ah, Portugal, nosso restaurante! Mas, quando se come bem e se está com a barriga cheia, o resto que está mal é como o resto de um bom almoço.Alguma coisa há-de fazer-se com ele.Porventura deliciosa, se faz favor.»



Miguel Esteves Cardoso

Leitura do mês



Ups,

esqueci-me da foto de grupo. Desta vez fomos até ao Museu da Electricidade, o sitio ficou aprovado, simpático, sossegado (q.b.). A conversa girou, no ínicio, em torno da crise. Qual crise? (pergunta Dancing Kid com ar completamente descontraído), aquela que se vê no telejornal e se ouve na rádio, aquela que já parece da familia de tanto se falar nela...
Enfim siga... Humor… os contemporâneos são um seca ou não?? A Minerva defende, com conhecimento no assunto, que eles estão a inovar, a mim parece-me mais do mesmo, mas ainda com menos graça. Falou-se de séries, de filmes e o que se passa no teatro.

E de livros? Claro que se falou e muito… nos Passos de Magalhães, agradou, a Laranjinha insiste na falta de informação, no que toca a gastronomia (não fosse ela uma fada da cozinha), quanto a mim, apesar de ter gostado prefiro os outros, este foi o que menos me entusiasmou apesar de ser aluna de história.

Consensual foi a opinião sobre o trabalho de pesquisa para o livro (bem documentado) e de que o Gonçalo não tem muito jeito para a câmara de vídeo, a escrita e as fotos são sem dúvida o seu forte.

Leituras de que se falaram: Saramago, Valter Hugo Mãe, Boris Vian, Orhan Pamuk…

A sugestão para o próximo mês é surpreendente e apetitosa. Miguel Esteves Cardoso com o livro Em Portugal não se come mal.

Um livro de crónicas sobre a nossa gastronomia e tendo em conta o tema do livro, foi sugerido (dancing kid) que o próximo encontro seja na Casa do Alentejo no dia 22 de Novembro (sábado à noite). Matamos vários coelhos com uma cajadada só: vamos jantar e sair, saímos do nosso registo habitual e ainda confirmamos se, aquelas pessoas que dizem não ir aos encontros por serem de manhã desta comparecem ou não….

Boas leituras.

18 outubro, 2008

Encontro,

amanhã ás 10h30 no Museu da Electricidade. Combinado?

Vamos falar do Nos Passos de Magalhães.

Até lá boas leituras.

11 outubro, 2008

Encontro,

não será este Domingo, mas sim no dia 19 de Outubro, ainda não foi decidido qual o Museu. Talvez o do Oriente.... Já lá foram?

Boas Leituras!

14 setembro, 2008

A que se deve a falta de espírito empreendedor dos dias de hoje?

Em 1509, a 11 de Setembro, chega a Malaca uma expedição portuguesa liderada por Diogo Lopes Sequeira.

«Provavelmente, o porto onde a expedição de Sequeira atraca é, nessa altura, o mais traficado do mundo asiático. O sultão convida os portugueses a visitar a cidade, a entabular todas as negociações que desejarem e a estabelecer uma feitoria no porto. Propões-lhes também vender a sua própria mercadoria, pimenta, que se encontra num armazém não muito distante do cais. Basta que o capitão Sequeira envie os seus homens a recolher a pimenta no armazém. O capitão aceita, contente. É uma emboscada.

Enquanto cerca de uma centena de tripulantes se dirige ao armazém do sultão, os navios portugueses começam a ser sub-repticiamente cercados por dezenas de sampanas, botes malaios. Sequeira não se apercebe: joga xadrez na sua cabina com um enviado do sultão. Mas o capitão Garcia de Souza, num outro navio, dá conta. É manda o seu oficial mais desenrascado numa chalupa a avisar Sequeira. O oficial é Magalhães. Sem demonstrar inquietude, Magalhães rema pela barreira de sampanas, sobe ao navio principal, entra na cabina do capitão e encontra Sequeira absorvido no xadrez, rodeado por vários malaios armados com espadas. Mantendo sempre uma calma aparente, Magalhães avisa Sequeira da emboscada.

Entretanto, na cidade, os portugueses são atacados. Alguns refugiam-se no armazém, outros tentam o regresso ao porto. A maioria é capturada. Sequeira e Magalhães conseguem desembaraçar-se dos malaios a bordo, e os navios da expedição escapam do cerco que lhes é montado. Mas a emboscada de Malaca representa uma derrota humilhante para Portugal, e um grave revés no percurso logico da supremacia marítima idealizada por D. Manuel.
(...)
No dia 11 de Julho os portugueses estão ao largo de Malaca. Contam com 19 navios, 800 soldados nacionais e 600 arqueiros mercenários. O sultão dispõe de 20.000 homens de armas e 3000 canhões. Após seis semanas de assédio, seguidas de um violento assalto os portugueses conquistam, por fim, Malaca. Trata-se de mais um desses inacreditáveis feitos heróicos lusitanos que, tentando explicar com a falta de espírito empreendedor dos dias de hoje, assume contornos sobrenaturais. A bravura de Magalhães no assalto a Malaca é mencionada numa crónica da época.» p. 55 e 56

Ao ler este excerto lembrei-me de várias coisas. A primeira foi que este acontecimento da nossa história dava um grande filme. Cheio de aventura, acção e muitos heróis. Que actores portugueses escolher para os papéis de Sequeira ou de Magalhães?

Lembram-se de algum filme português relacionado com os Descobrimentos?

De livros, lembro-me logo de A Lenda de Martim Regos do escritor e jornalista Pedro Canais. Agora de filmes, neste momento não me recordo de nenhum.

Outra das coisas que este excerto me fez pensar foi, como o próprio Gonçalo Cadilhe refere, a falta de empreendedorismo dos portugueses actualmente. O estilo de vida a que nos agarrámos leva-nos a pensar muito antes de tomar uma decisão mais arriscada. Associo num primeiro momento a palavra empreendedorismo à criação de um negócio ou actividade. Depois associo também à capacidade que algumas pessoas têm de serem empreendedoras no seu local de trabalho, mas por enquanto vou-me referir apenas à primeira.

O estilo de vida a que nos agarrámos leva-nos a comprar uma casa que ficamos a pagar durante 30 ou mais anos. Juntamente com a casa, temos o carro. Para não falar de situações mais dramáticas em que as pessoas pedem empréstimos para o recheio da casa, para as férias, etc ... Muitos de nós vivem presos às obrigações económicas! Nesta altura é mais fácil manter o emprego do que saltar para algo que não dá garantias. É mais fácil ser comodista do que empreendedor. Quem é que nestas condições pensa em mudar de vida e arriscar num negócio próprio, por exemplo?

Em Portugal não temos também incutido o espírito da mobilidade. Noutros países, ditos de primeiro mundo, há transportes mais eficientes e rendas de casa mais acessíveis. Não se fica preso a um lugar como aqui.

12 setembro, 2008

Régua, instrumento pedagógico?

"Ao serviço de Francisco de Almeida, na armada que, em 1505, navega para a Índia, Magalhães participa no processo de conquista, pilhagem ou anexação de algumas das principais cidades-estado da África Oriental."

Pág. 29

Fiquei em choque quando ouvi pela primeira vez que os portugueses pilhavam, queimavam e maltratavam os povos conquistados. Depois de uma professora primária, admiradora confessa de Salazar, nos dar a história de Portugal como uma epopeia cheia de heróis e onde, claro, os portugueses eram sempre os maiores e muito bonzinhos, tive alguma resistência em acreditar que aquela história que ouvia, agora no 7º ano, fosse a verdadeira.

Com o tempo lá fui aceitando melhor, mas ainda hoje quando leio relatos em que descrevem as atrocidades cometidas pelos portugueses me lembro da Professora Zulmira, que apesar de utilizar o método pedagógico da régua de madeira com buracos, foi sem dúvida uma excelente Professora Primária, que nos conseguiu incutir o gosto história de Portugal (ainda que um bocadinho embelezada).
Boas leituras.

11 setembro, 2008

Turistas por um dia.


“Às vezes penso na sorte que têm os turistas quando chegam à minha capital. (…) Está gasta.”

Um dos motivos para que, inicialmente, os encontros do À Volta das Letras fossem num Museu era de seguida os irmos visitar, porque apesar de sermos ou morarmos em Lisboa havia museus que ainda não conhecíamos. Isto parece-me hoje tão estranho! Como é possível que há meia dúzia de anos atrás não conhecesse o Museu da Cidade ou o Museu Nacional de Arte Antiga, quando a primeira coisa que faço quando vou para outro país é visitar os principais museus. Curiosamente não é tão raro quanto isso ouvir alguém falar maravilhas do Museu do Prado, do Louvre, ou da Tate Gallery e ficar surpreendida pois essa mesma pessoa que já visitou tantos museus não conhece o vizinho Museu Nacional de Arte Antiga.

Porque valorizamos tanto outras cidades e não nos maravilhamos com a nossa? Já pensei pegar numa mochila, num guia da cidade, calçar uns ténis e fingir-me de turista por Lisboa a fora… Que tal num próximo encontro sermos turistas por um dia em Lisboa, soa bem não soa?

Gonçalo Cadilhe acha que Lisboa está gasta. Não concordo. Não me lembro de ver tanta coisa a acontecer nesta cidade ao mesmo tempo, a dificuldade é escolher. Museus abertos à noite, espectáculos de rua, esplanadas novas com música agradável, concertos a 5 euros e gratuitos. Tinha programa para todos os dias, senão fosse uma comum mortal com horários de trabalho fixos. Acho que o nosso viajante preferido precisa de uma visita guiada por Lisboa.


Pág. 27, Nos Passos de Magalhães

09 setembro, 2008

Os Maiores Navegadores de sempre ...

«No percurso comum de todos nós ao longo dos séculos, ou seja, na História Universal, há três homens que, sem lugar para grandes polémicas, são considerados os maiores navegadores de todos os tempos. Um deles é inglês, o capitão James Cook; o outro é italiano, o almirante Cristóvão Colombo. E outro ainda, é um português: Fernão de Magalhães é o maior navegador português da História da Humanidade.»

in Nos Passos de Magalhães, p. 15

Ora aqui está. Fernão de Magalhães é um dos maiores navegadores de sempre. Deveríamos estar mais que orgulhosos. Deveria haver muitas mais referências e cada português deveria sentir um imenso orgulhoso com o feito deste homem extraordinário que nasceu em 1480 e faleceu em 1521.

Gonçalo Cadilhe refere que na casa em que nasceu Fernão de Magalhães, em Sabrosa, existe uma placa a homenagear o navegador colocada ali pela embaixada do Chile. Mas será que as gentes de Sabrosa andam a dormir? Como é que não aproveitam este facto para divulgar a localidade?

Cadilhe refere: «Entramos num edifício moderno, nos limites do centro histórico, que neste momento serve, entre outros fins, de sede da autarquia. A vereadora (...), mostra-me a sala ampla e vazia: a biblioteca municipal. "Como não temos livros, nem verba para os comprar, estamos a projectar transformar este espaço num museu Magalhães"» p. 22

Acho piada. Não há dinheiro para a biblioteca, como é que vai haver para o museu? Que país é este?

Em homenagem ao nosso grande navegador temos:
- o Estreito de Magalhães;
- Região de Magalhães;
- Universidad de Magallanes (Chile);
- estátua na cidade Puerto Arenas (Chile);
- estátua de Magalhães na Praça do Chile em Lisboa (réplica da existente no Chile);
- sonda Magalhães da Nasa.

O governo português lançou este ano os computadores Magalhães. O nome escolhido terá sido em honra deste grande navegador ou uma forma de promover os ditos computadores com o nome do navegador? Se calhar as duas hipóteses! Assim, pelo menos o nome Magalhães vai andar na boca de muita gente.

Bom dia.




INVEJOSA 05.09.2008 00.56H


Para os leitores do Destak jornal, e não da edição online, aqui fica uma das "pérolas" que alguns aí escrevem a coberto do anonimato. Este é um exemplo do ódio que circula por este País, entre gente muito diversa. Alguém perdeu o seu tempo precioso para escrever injúrias que ultrapassam em muito o facto de gostar ou não da escrita de uma mera cronista do Destak.
Quem é o ser humano que ataca outro afirmando que as suas opiniões são anormais (sobre os erros ortográficos nem vale a pena falar) porque sofreu um AVC? O Destak é um "jornaleco da PIDE"? Como é possível usar da liberdade de imprensa garantida pela Revolução para insultar sem saber sequer o significado das palavras? Se a PIDE existisse o senhor ou senhora que destilou este ódio não o poderia fazer, mas claro, ele ou ela não fazem ideia do que dizem ou escrevem! E, claro, não podia faltar o ataque sexista, a tentativa de rebaixar a cronista, porque é sempre possível utilizar afirmações de carácter sexual quando se trata de uma mulher.
Porque perco tempo com este assunto? Porque basta andar na rua e ouvir a linguagem que muitos utilizam e que há anos atrás era impensável. Porque Portugal atravessa uma grave crise económica mas a verdadeira crise é muito mais grave: é uma carência de valores, de noção de ética e de respeito.


Luisa Castel-Branco”


Hoje de manhã, na minha habitual viagem de comboio despertou-me a atenção a crónica da Luísa Castel-Branco. Não tenho nenhuma opinião formada sobre a senhora em questão, não li nada dela, mas reconheço-a como uma figura de peso da nossa televisão e da comunicação social.

Depois de ler o texto acima exposto fiquei com vontade de ler mais alguma coisa dela ou pelo menos estar atenta as crónicas que escreve no Destak. Isto porque, ela não só teve coragem de colocar o bonito comentário que podem ler em cima como lhe respondeu muito bem. Esta crónica deixou-me a pensar o resto da viagem.

Este assunto não tem a ver propriamente com o livro que andamos a ler, mas sim com o livro A Última Aula de que se falou no último encontro. Não andaremos nós a perder demasiado tempo a dizer mal, a criticar sem fundamento apenas pelo prazer de chatear o próximo? Não andamos muito tempo de cara zangada com problemas sem grande importância? Não andamos a gastar a nossa energia com coisas desnecessárias?

E a falta de educação? Quem trabalha com o público passa todos os dias um tormento mas não é por isso que se torna uma pessoa melhor, pelo contrário. Parece uma bola de neve. O senhor do autocarro foi mal-educado? Vingo-me na senhora do café ou no senhor do quiosque das revistas… Que exemplo damos aos nossos filhos se nem os bons dias damos à pessoa que está à nossa frente?


Inspirada pelo livro "A última aula" e com a preocupação de querer um mundo melhor lanço aqui um desafio. Vamos tentar ser melhores pessoas, não se exige grandes medidas, apenas um esforço mínimo como dizer sempre os bons dias acompanhado por um sorriso, responder com delicadeza a um mal disposto e porque não dar o nosso lugar a uma pessoa mais velha no autocarro ou deixar passar o taxista mesmo que este não tenha prioridade.

Até já. :)



08 setembro, 2008

Foi mais ou menos assim...


Mais um encontro… depois do silêncio das férias, era inevitável que este encontro fosse bastante animado. Desde já pedimos desculpa aos clientes da simpática esplanada da Cafetaria Quadrante do BBC, pelo barulho que fizemos. Mas teve de ser, os livros que lemos, os filmes, as viagens e claro como não podia deixar de ser, o nosso olhar sobre a sociedade onde nos mexemos, obrigou a conversas cruzadas, sobrepostas e por vezes ao aumento de volume.

Fica aqui um breve resumo do que se disse em relação ao que mais nos interessa ou pelo menos ao que nos une:

Lemos este Verão o livro do Luís Alves Milheiro, Um café com sabor diferente, com a presença do autor, ficou esclarecido que os contos eram mesmo ficção e não autobiográficos, que existe um grande orgulho em viver em Almada e um gostinho pelo contar de histórias. Novo livro na forja, aguardamos com curiosidade.

Outras leituras:

Não posso deixar de falar de um dos livros que mais gostei este Verão, O comboio nocturno para Lisboa de Pascal Mercier, adorei o livro, fez-me passear pelas ruas de Lisboa com um olhar mais atento. Uma história de Amor de Nicole Krauss, outra leitura seleccionada para a praia, desengane-se que procura uma história de amor levezinha, o livro é bem mais complexo que o seu título. Depois destas obras-primas refugiei-me nos Pilares da Terra de Ken Follet de quem só tinha lido um lugar chamado liberdade. Apesar de não ter ido de férias foi um Verão muito bem passado.

Quanto à Laranjinha trouxe-nos com o entusiasmo a que já nos habituamos o livro, A Última Aula de Randy Pausch, ao que nos contou o livro aponta para uma filosofia de vida que deveríamos todos seguir, a começar pelo nosso governo. Outra das leituras que nos falou foi o livro de viagens de Clara Pinto Correia – A outros caminhos de mundo, que melhor companhia para uma viagem que um livro de viagens?

Outro título de que se falou foi o Eclipse da Stephenie Meyer quem segue o Avada Kedavra já percebeu que a Minerva é fã desta autora, mas segundo ela, não vou gostar deste livro porque entra no género dos Harry Potter, não faz de facto o meu género, mas daí a não gostar ainda vai uma grande distância.

Quanto ao nosso repórter de serviço, leu o Bilhete para a Violência de Luís Alves Milheiro, e começou a ler Nos passos de Magalhães de Gonçalo Cadilhe, numa jogada de antecipação.

Luís Eme, no meio de tanta conversa cruzada, não me lembro do que andaste a ler, esclarece-nos sff.

Depois desta conversa toda, seguimos para a exposição Desenhos dos escritores, onde concluímos ser injusto uns terem tanto talento, escreverem, pintarem, cantarem, dançarem, e outros não terem jeito para quase nada. Outras grande constatação é que em relação ao Museu Berardo o provérbio “muita parra e pouca uva” encaixa na perfeição.

Este mês vamos ler Nos passos de Magalhães de Gonçalo Cadilhe.

P.S: onde andaste Dancing Kid, sentimos a tua falta.

Boas leituras.





05 setembro, 2008

Encontro À Volta das Letras

O primeiro encontro do À Volta das Letras, depois das férias, fica marcado para dia 7, às 10h30, na cafetaria Quadrante no Centro Cultural de Belém. A mudança da data e do local prende-se com a disponibilidade dos membros, do transporte, entre outras coisas que tais.

Depois de tomarmos café e conversarmos sobre o livro "Um Café com Sabor Diferente" do escritor Luís Alves Milheiro, autor que descobrimos através do À Volta das Letras e com quem tivemos o prazer de conversar nos dois últimos encontros, iremos visitar a exposição "Desenhos de Escritores" no Museu Colecção Berardo.

Apareçam! Estão desde já convidados.

29 agosto, 2008

Estamos de volta...

Agora que o Verão está a dar as últimas e que a vidinha volta ao normal, o À Volta das Letras também volta as suas rotinas.



Lemos durante este periodo Um café com sabor diferente de Luis Eme e estamos a ler nos Passos de Magalhães de Gonçalo Cadilhe, tal como tinha sido combinado.


O primeiro encontro do À Volta das Letras está agendado para 6 de Setembro (ainda sujeito a confirmação) será em Almada, a terra de Luis Eme.




Para já ficamos por aqui.




Boas Leituras!

29 junho, 2008

Sei quem ele é ... um rapaz um pouco tímido até ....


«Nem tão pouco lhe falaria da cantora portuguesa que fez furor nos anos sessenta com a canção sobre um rapaz um pouco tímido, que ela sabia quem ele era. Essa mesmo, a nossa Madalena Iglésias.» p. 21

26 junho, 2008

Sugestão de filme


“(…) Dito que assentava que nem uma luva na relação tempestuosa entre Tiago e Madalena Iglésias durante a meia dúzia de meses em que partilharam as suas vidas nos circuitos universitários da Capital Espanhola.”

Pág. 19

Lembrei-me dum filme que adorei – a Residência Espanhola, responsável pela minha viagem a Barcelona.

Aqui fica um cheirinho:

“Xavier, um jovem estudante francês no programa Erasmus, aluga um apartamento na baixa de Barcelona. Com ele, partilham esta casa outros estudantes, provenientes de vários países Europeus: um rapaz italiano, uma inglesa, um jovem dinamarquês, uma jovem mulher belga, um alemão e uma rapariga da Andaluzia. Apesar das suas diferenças aparentes, os jovens começam a conhecer-se melhor com o tempo e, juntos, vão embarcar numa série de aventuras que vão mudar o rumo das suas vidas.”

24 junho, 2008

Títulos

Os títulos da 1ª parte:

Fábrica de Pessoas
O vendedor de Sonhos
Um amor Impossível
Don Quixote da Caparica
O Falso Parvo
Tempo de Partir
O Matador de Vacas de Cacilhas
O Comboio dos Sonhos
O Fazedor de Filmes
Em Cada Rosto Um Alentejano
O Efeito de Arquimedes
Sonhos Cor de Água
O Actor Taborda



Gosto de títulos. Muitas vezes são motivo para comprar um livro, assim como a capa, o tipo de papel e a mancha gráfica. Agora o que me irrita e me desmotiva por completo quando estou a ler um livro é descobrir erros. Aconteceu-me recentemente no livro Amar de Novo da Doris Lessing, tinha tantos erros que a dada altura comecei a contá-los, no fim tinha contado perto de cem erros…

23 junho, 2008

Fábrica de Pessoas

Fábrica de Pessoas é o primeiro conto do livro Um Café com Sabor Diferente que agora estamos a ler no À Volta das Letras.

Neste primeiro conto, Luís Alves Milheiro apresenta-nos um escritor, que a convite da professora de português da sua filha Patrícia, resolve participar num dos ciclos literários organizados na escola Fernão Mendes Pinto, antes das férias da Páscoa. Aí, é confrontado com um conjunto de questões que o ajudam a olhar para a sua própria vida e para a relação que tem com os seus filhos. Ao contrário do que pensava, a sua filha não conhecia a sua obra. Não tinha lido um único livro seu.

O diálogo começou com uma das adolescentes a perguntar: «Queria saber o que se sente quando se escreve um livro»?

E quando se termina? E quando faltam as ideias e não se sabe que caminho dar às personagens? Ou cada história antes de começar a ser escrita já tem um esqueleto com cabeça, tronco e membros?

Gostava de acompanhar o dia-a-dia de um escritor. Que leituras fará antes de começar a escrever? Como se organizará? Que rotinas? Como escolhe os livros que lê?

Às vezes tenho a ideia que os escritores são quase seres fantásticos. Que lêem livros e livros, que trazem no bolso, logo à mão, o seu bloco de notas para anotar momentos, situações, pequenos nadas do dia-a-dia, são organizados, metódicos e têm a capacidade de trabalhar as palavras como ninguém. «Os escritores são uma espécie de fábrica de pessoas». p. 19

Estamos a ler,


Um café com sabor diferente, este título dava um bom nome para as nossas tertúlias mensais.

Um livro de estórias sobre pessoas e lugares. As personagens são tão reais que algumas parecem pertencer ao meu círculo de amigos e conhecidos.

Sobre Luís Alves Milheiro:

É natural das Caldas da Rainha, actualmente reside em Almada. Jornalista de profissão. Autor de vários livros:

- Bilhete para a violência (1995);
- Desenhos humanos – entrevistas (1999);
- Almada e a resistência antifascista – ensaio (2000);
- Campo de sonhos – crónicas (2000);
- Flores para uma bicha-solitária – teatro (2002);
- 1999, O ano do regresso do Marquês – teatro (2002);
- Abril sonhos mil – poemas (2004);

Ainda tem tempo para escrever nos blogues: Casario do Gingal, Viagens pelo Oeste, Largo da Memória.

22 junho, 2008

Hoje,



Apesar de termos faltado ao compromisso de ir até à outra margem, Luís Eme voltou a fazer-nos companhia. Foi mais uma manhã de conversa agradável seguida duma visita à Fundação Arpad Szenes – Vieira da Silva.

Falou-se do livro (pouco, muito pouco). Leituras, projectos, desejos (Laranjinha vai em frente tens o nosso apoio, e garantidamente cinco livros já estão vendidos).

Ficou agendado para o início de Setembro um encontro na Casa da Cerca, seguido de um jantar num restaurante que à escolha de Luís Eme.

Até lá não vamos fazer mais encontros, vamos de férias. Para ler fica o livro de “estórias pitorescas” - Um café com sabor diferente, do nosso amigo Luís, e para Agosto o livro do Gonçalo Cadilhe, na Rota de Magalhães.

Vemo-nos por aqui.

Boas leituras.

21 junho, 2008

Amanhã é dia de encontro,

apesar desta aparente ausência, estamos por cá. O encontro este mês tinha sido pensado para Almada, mas (desculpa Luis Eme) por motivos logísticos terá de ser deste lado. Em, jeito de homenagem vamos reunir no Museu Arpad Szenes - Vieira da Silva, a hora de sempre (10h30), na cafetaria.

Até amanhã e boas leituras.

10 junho, 2008

Dois anos,


pois é, passaram mesmo 2 anos! Foi na Feira do Livro que se decidiu o nome para o nosso blogue ou clube de leitura on line ou simplesmente para um grupo de jovens amigos que gosta de ler e de conversar.


A única promessa que fizemos é que só daríamos como terminado este blogue quando ninguém aparecesse aos nossos encontros de Domingo, até hoje ainda não aconteceu. Por isso com mais ou menos ritmo lá vamos indo a caminho dos três anos.


Pelo caminho trouxemos, novos livros, novos autores, conversas agradáveis, com escritores, leitores, curiosos, amigos... momentos de desânimo seguidos de alegrias.


Por isso meus amigos, hoje temos jantar de comemoração e amanhã dia 11/06 é o 1º dia do terceiro ano deste blogue, que como muitas vezes tenho dito é feito de leitores amadores cada vez mais apaixonados pelos livros.


Boas leituras!




05 junho, 2008

Nem a propósito,



"(...) cuidado com o ratinho, chama-se Zatopek, mas também dá pelo nome de Rembrandt, não o deixem comer as lâminas da barba."

Está em cena um filme que trata a obra de Rembrandt a Ronda da Noite. Este quadro têm inspirado outros autores como Agustina Bessa Luís que escreveu o livro A Ronda da Noite.

Sobre o quadro:

"Esta pintura foi realizada para a companhia dos arcabuzeiros, destinada à grande sala do quartel da Guarda Civil. O protagonista da cena - em primeiro plano, vestido de preto - é Frans Banning Cocq (1605-1655), personagem muito conhecida em Amesterdão, a quem foi concedida a honra de comandar uma campanha da Guarda Civil, retratada no quadro.Vêem-se retratadas 28 personagens, para além das três crianças e de um cão. Reconhece-se a identidade de 18 personagens, enquanto, por outro lado, as figuras refulgentes das meninas em dourado são bastante enigmáticas.Os contrastes muito fortes de luzes e sombras conferem ao conjunto um carácter extremamente dinâmico, realçado pelo movimento inerente à composição, na qual existe uma série de eixos diagonais."

Informação retirada do Mundo dos Museus.

30 maio, 2008

Baú da memória

“(…) a Dona Ermelinda a devolver o sombrero do Tonecas Arenas pela janela por onde tinha entrado, o sombrebro a descrever uma curva larga, planando e caindo suavemente aos pés do Dick Tracy…”


Quem se lembra de Dick Tracy? E da Madonna ainda na versão “like a virgin”?


16 maio, 2008

Afinal quem é o autor de O que diz Molero...

Na 1ª Pessoa:

"A minha infância foi magnífica. Foi na rua. Saía de casa, a minha mãe depois batia-me porque chegava tarde, o meu pai às vezes ficava zangado. Eu andava na rua, com os outros miúdos. Ficou aquela nostalgia do tempo que já não volta. Nesse tempo não havia estas periferias, havia os sítios, e era aí que vivíamos. Os meus pais eram pessoas simples. A minha mãe cantava o fado muito bem, o meu pai era autor de fados. Foi ele que escreveu aquele fado muito famoso, "Bairro Alto aos seus amores tão dedicado", que depois foi publicado se calhar em nome de outro, estas coisas sempre se fizeram.

Bairro Alto

Vivi no Bairro Alto, na Rua do Norte, até aos 34 anos, quando me casei. Era um lugar extraordinário, que tinha um bocado de tudo: a ópera, o teatro, o cinema, os livros, as discussões nos cafés, a política, a música. Era uma coisa muito fervilhante. E eu cresci nesse ambiente, com uma costela política que nessa altura se chamava de esquerda, hoje já não sei como é que se chama. Chamava-se de esquerda porque tinha o desejo de combater as injustiças do mundo.

Parte da minha vida passei-a no Cinema Loreto, a ver filmes de aventuras. Às vezes íamos para lá quando o cinema abria e ficávamos aí até à meia-noite. Tenho uma tentação cinematográfica grande. Vem-me desse tempo, também, a leitura dos poetas. Eu adoro poesia, encheu-me muito a vida. Desde os Cantares de Amigo até à mais recente, li quase tudo o que apanhei. Foi no cinema que aprendi a falar inglês. O meu inglês é americano, dos filmes. A minha formação não foi académica, pelo contrário: às vezes chumbava por faltas porque ia ao cinema ou ficava a ler poesia em vez de ir às aulas. E não passei nunca do que se chama agora 12º ano porque não queria, não me interessava. Sempre tive a tentação de subverter o que me rodeava. "
Continua aqui.

O que estamos a ler ...

14 maio, 2008

A propósito de romances históricos...

"Enquanto lêem aquilo não se drogam. Já não é mau."

António Lobo Antunes na Revista Ler de Maio 2008.

Este homem devia escrever humor. Genial.

13 maio, 2008

E foi assim,


tivemos uma surpresa agradável, finalmente o Luís Eme do Casario do Gingal, fez-nos uma visita e ainda nos presenteou com um livro dele, foi a cereja em cima do bolo.

A conversa ficou ainda mais animada, é sempre bom saber o que pensam de nós e mais uma vez confirma-se, por alguma razão julgam sempre que somos mais velhos, vamos então pôr os pontos nos is:

A nossa média de idades situa-se nos 30 anos, sendo que o nosso membro mais novo deve ter uns 25 anitos e o mais velho 37. Somos ainda jovens e sim gostamos de ler e de nos levantar cedo (menos a Minerva que sofre imenso com os nossos horários).

Gostámos do Luís Eme, de tal forma que decidimos que o próximo encontro será mais perto da terra dele para que possa vir também e conversar mais um pouco connosco.

Quanto ao livro a opinião foi unânime, os que leram (sim porque a Minerva e o Dancing kid que sugeriram o livro foram os únicos que falharam, vergonha) gostaram e muito. O Osvaldo foi eleito como o personagem mais cativante do enredo. Ficou a vontade de repetir Lídia Jorge, talvez o novo dela O Vale da Paixão. Veremos.

Para o próximo mês decidimos ler, O que diz Molero de Dinis Machado, no grupo já dois elementos leram o livro mas não se importam de repetir, pelo que dizem é um excelente livro. Para Julho vamos ler a Sala Magenta de Mário de Carvalho, isto porque o Dancing Kid e eu fomos ao Café com Letras à biblioteca de Oeiras e gostámos de o ouvir.

Para além destas leituras vamos acompanhar a viagem de Pedro Vasconcelos, autor de 1613 e 1617. Desta viagem resultará o próximo livro do autor que fechará a triologia iniciada no 1613.

“O autor pretende seguir no dia seguinte, 10 de Maio, em direcção a Barcelona (Espanha), Cassis (França), Génova (Itália), Alessandria (Itália/Lombardia), Chambery (França/Sabóia), Metz (França/Franco Condado), Luxemburgo (Luxemburgo), Namur (Bélgica), Antuérpia (Bélgica), Amesterdão (Países Baixos), regressando, no final do mês a Lisboa via Paris e Madrid.
A totalidade desta viagem é de mais de seis mil e duzentos quilómetros em dezoito dias de condução e oito dias de paragens, somando assim vinte e seis dias no total.
A viagem está a ser organizada para ser realizada num Mehari Citroen de '81, amarelo.
(…)
Parte desta viagem, entre Génova e Namur, respeitará o percurso histórico chamado "El Camino Espagnol"; um corredor militar do século XVII que permitiu aos exércitos espanhóis contornar a França para chegar à chamada “Guerra da Flandres”. Entre 1567 e 1593 houve doze expedições. Para este estudo, optou-se pelo percurso da primeira expedição, comandada por Fernando Álvarez de Toledo y Pimentel, terceiro duque de Alba.
(…)Comandou dez mil soldados e durante cinquenta e seis dias atravessou o “El Camino Espagnol”.
(…)
À semelhança das outras viagens de investigação já realizadas pelo autor, esta terá como objectivo a recolha de imagens, visitas aos locais históricos (sobretudo fortalezas e vestígios da guerra da Flandres), histórias da cultura local e levantamento antropológico de algumas situações relacionadas com as superstições e crenças religiosas do século XVII. “

Informação fornecida pelo autor.

Bem por agora despeço-me, desejo boas leituras a todos.

P.S: Iniciei hoje o O que Diz Molero e já estou a meio…


03 maio, 2008

Uma aventura vai começar ...

Finalmente...

O encontro será no dia 11 de Maio às 10h30 no Museu do Teatro, o livro de que se fala é o Combateremos a Sombra de Lídia Jorge.

Mesmo quem não leu o livro, está convidado para esta conversa informal à volta de uma mesa de café na esplanada.

Até lá boas leituras.

27 abril, 2008

Teste à paciência

"Um homem com um anzol mergulhado num espaço invisível, à espera da coindidência estranha que era um peixe passar e morder um isco."



Pág. 190, Combateremos a Sombra



Na zona onde vivo existem centenas de pescadores amadores, quem os quer ver é passar junto ao mar, estão ai nas horas mais improváveis, à chuva, à hora de maior calor. Verão, Outono, Inverno nada os demove de irem pescar, ou melhor de irem à pesca, porque é raro pescarem um peixe, de tal maneira raro que quando alguém pesca um é notícia pelas praias todas.


Gabo-lhes a paciência.


Foto retirada de aqui.

O berço de uma geração



"- A voz duma mulher de meia-idade confessou ao programa, tremente, efusiva - "gracias a la la vida, acaba de me nascer um neto na Maternidade Alfredo da Costa. É uma neta. Vou agora para lá... Táxi!"



Pág 189, Combateremos a sombra



Desde 1932 a ajudar crianças a nascer. Da minha geração (70), deve haver poucos que morando em Lisboa ou arredores não tenham nascido naquela instituição.

Clássicos do cinema


"Na biblioteca havia quem folheasse pela primeira vez a Divina Comédia e cinco pessoas assistiam, no Grande Auditório forrado de veludo cristal, à projecção de Rocco e os Seus Irmãos."


Pág. 181, Combateremos a Sombra


17 abril, 2008

Imagem


"Ele tinha-lhe pedido que se sentasse no sofá de veludo."

Pág. 159, Combateremos a sombra

13 abril, 2008

O galinheiro de Salazar em S. Bento

«(...)Pois talvez o senhor não saiba que Salazar tinha um galinheiro em São Bento, há quarenta anos atrás, e que criava galinhas, e que as galinhas punham ovos que ele mesmo vendia. Não acredita? Pois acredite - O Presidente do Conselho comerciava-os e não se coibia de o dizer. Vendia-os como se fosse um merceeiro de esquina. (...)»

Lídia Jorge, Combateremos a Sombra, p. 37

«E assim, todas as noites ao serão, no Palácio de S. Bento - onde criava galinhas e patos como se ainda vivesse na aldeia e sempre assistido em tudo pela sua governanta dos tempos da Universidade de Coimbra -, aquele desconfiado beirão sentava-se na sua poltrona de sempre, descalçava as botas de polaina do século passado que insistia em usar ainda, substituía-as por umas pantufas de lã e ficava a ler e a responder à correspondência diplomática que lhe chegava dos seus embaixadores espalhados pelo mundo.»

Miguel Sousa Tavares, Rio das Flores, p. 571/572

Os livros de Miguel Sousa Tavares e de Lídia Jorge, que cito, pouco têm em comum. Ambos são romances, com histórias obviamente, situados em épocas distintas e com personagens diferentes. No entanto, achei piada encontrar nos dois romance a referência a um mesmo aspecto sobre Salazar.

Com estas alusões apetece-me descobrir mais sobre esta figura que esteve à frente do destino do país, como Presidente do Conselho, perto de 40 anos, e da qual, ainda hoje sentimos influência seja nas mentalidades, seja no desenvolvimento económico e tecnológico do país.

10 abril, 2008

Está tudo dito...

" Por mim, parto do princípio de que todo o ser humano é um mistério e uma surpresa, e a partir daí está tudo dito."

Em Pág. 155, Combateremos a sombra

Nem mais! Desde que li esta frase que este pensamento não me larga. Não podemos ter a ousadia de pensar que conhecemos mesmo bem alguém. As pessoas são verdadeiras caixinhas de surpresa. Mas é isso é que dá cor a vida, senão era tudo demasiado igual, previsível.

09 abril, 2008

Saudades


"Pois foram um ioiô perfeito..."


Pág. 83, Combateremos a sombra


Este blogue, anda muito saudosista. Quem não se lembra de brincar com o ioiô... Eu era uma verdadeira desgraça, desastrada como sou e sempre fui acabava sempre com a linha toda embrulhada, mas havia miudos que eram uns profissionais daquilo!
Abaixo as playstation, viva os ioiôs!!!

06 abril, 2008

Séries antigas.

"Por certo que tinham abraçado a causa pública da ordem pública depois da exibição da Balada de Hill Street ter sido um acontecimento na Terra."

Pág. 70, em Combateremos a sombra de Lídia Jorge

Lembro-me vagamente da Balada de Hill Street. O que tenho mais presente é a música do genérico. Mas ao falar desta série à geração um bocadinho mais velha que a minha apercebi-me que foi um marco na vida de muita gente. Personagens como Capitão Furillo, Joe, Enriquez e Wives fizeram parte da vida desta malta que para aí anda e que deliram todos os dias de manhã quando o Pedro Ribeiro se lembra de nos pôr a ouvir músicas dos velhos tempos na rubrica "músicas para sonhar". É de rir, ver o pessoal na IC19 a cantar a música do Verão Azul ou da publicidade à laranjina ou a Xerox - aquela máquina. Todos os dias entre ás 8h e às 9h há um cheiro à naftalina no ar!

30 março, 2008

Sina ou Karma....

"Pois o que lhe vinha pedir Junô? Porque Junô sempre vinha pedir alguma coisa."

Pág. 67, em Combateremos a Sombra


Todos nós temos alguém assim na nossa vida. Aquelas pessoas que quando ligam já sabemos que vão pedir um favor mas que ainda assim temos dificuldade de dizer não! Tenho pensado, será que essas pessoas também têm algum amigo assim??

26 março, 2008

Opinião muito muito resumida.

Dou por mim a ler as frases de Lídia Jorge em voz alta. São frases bonitas, como se fossem máximas. Gosto. Sem floreados. Sem exageros.

19 março, 2008

1ª Frase

"Deveríamos rir-nos da fragilidade da memória, ou pelo menos sorrirmos das artimanhas do seu esquecimento."


Pág. 11, Combateremos a sombra

13 março, 2008

Lídia Jorge

Foto retirada do blogue Pau Para Toda A Obra.

O À Volta das Letras lê pela primeira vez um livro escrito por uma mulher. Lídia Jorge foi sugestão de dancing Kid e Minerva.


Sobre Lídia Jorge, sabemos que é de Boliqueime, viveu em África, foi várias vezes premiadas pelos seus livros.


Para saber mais consultar aqui:

Lídia Jorge em colaboração com o Portal da Literatura


Boas Leituras

09 março, 2008

Mais um encontro...



Mais uma manhã de conversa à volta dos livros, não só do Rio das Flores como de outros que andamos a ler.

Para o próximo mês ficou estipulado que seria o último livro de Lídia Jorge, Combateremos a sombra a data do encontro será anunciada assim que for possível.


Até lá, boas leituras.

03 março, 2008

Encontro

O encontro do à Volta das Letras é no próximo Domingo, mais uma vez no Museu do Teatro no Lumiar, o livro de que vamos falar é o Rio das Flores de Miguel Sousa Tavares. Apareçam!


Até lá, boas leituras.

24 fevereiro, 2008

Tertúlias

Lisboa, à semelhança de várias outras cidades europeias, concentrava o grosso da sua vida intelectual nas tertúlias dos cafés (…)”

Pág. 194, Rio das Flores

Hoje o mundo virtual veio substituir esses cafés, que hoje em dia infelizmente são sobretudo para turistas.

Salazar

“Foi então que alguém atentou num obscuro professor de Finanças Públicas da Universidade de Coimbra (…)”

Pág. 163, Rio das Flores

Salazar entra na vida politica do país em 1926. Biografia de Salazar e alguns acontecimentos importantes para Portugal, consultar aqui.


20 fevereiro, 2008

Palácio Real de Estremoz




Agora como Pousada de Estremoz - Rainha Santa Isabel.

"Era uma pena, pensou ele, que um palácio com tanta história não tivesse melhor aproveitamento do que albergar militares ciclistas."

Pág. 89, Rio das Flores

17 fevereiro, 2008

Para pensar

“ O que faz a riqueza das nações não é apenas a agricultura ou o comércio que têm e as minas que possuem. É também a instrução do seu povo.”

Pág. 58, Rio das Flores

Regicídio



“(…) contra o “crime sem castigo” do assassinato do Senhor D. Carlos e do Principie herdeiro D. Luís Filipe, já lá iam treze anos passados.”
Pág. 47, Rio das Flores
Este ano a propósito do centenário do regicídio muito se tem feito, desde uma série de ficção no canal público, como inúmeras publicações, conferências, artigos de jornais. Abaixo algumas sugestões para a aprofundar o tema:

Sitio:
- O Regicídio

Livros:
- Mataram o Rei! de Joaquim Vieira
- O Regicídio de Maria Alice Samara, Rui Tavares
- Regicídio de Jorge Morais

Mais sugestões ver aqui.

Passeios, exposições, conferências:
- Hemeroteca de Lisboa

As imagens foram retiradas do sitio Vidas Lusófonas.

Valle-Inclán


"Conta-se que uma vez o seu grande admirador e amigo, o escritor e dramaturgo Valle-Inclán, lhe teria dito que ele era um toureiro tão grande que só faltava morrer na arena."


Pág. 36, Rio das Flores
Foto retirada de MUGA.

15 fevereiro, 2008

Uhm... para abrir o apetite

"Veio a sopa de legumes com grão e batatas, as perdizes caçadas de antevéspera, estufadas com enchidos, azeitonas e toucinho, e um assado de porco com salada de alface."
Pág. 17 in Rio das Flores
Comigo resultou, abriu-me o apetite.
Foto retirada de cinco quartos de laranja.

13 fevereiro, 2008

1ª Frase

" Diogo Ascêncio Cortes Ribera Flores - conforme constava do seu registo de baptismo - tinha quinze anos de idade quando o pai o levou pela primeira vez a ver uma tourada."

Pág. 13 in Rio das Flores

11 fevereiro, 2008

Obras do mesmo autor

- Equador, Oficina do Livro, 2003
- Anos Perdidos, Oficina do Livro
- Não Te Deixarei Morrer, David Crockett, Oficina do Livro
- Sul, Viagens, Oficina do Livro, 2004 (Edição Ampliada)
- O Segredo do Rio, Oficina do Livro
- Um Nómada no Oásis, Relógio d'Água Editores
- O Dia dos Prodígios
- O Planeta Branco, Oficina do Livro, 2005
- Rio das Flores, Oficina do Livro, 2007

Fonte: Wikipédia

Este mês


Por sugestão de Pedro Vasconcelos, o livro para o mês de Março é o Rio das Flores de Miguel Sousa Tavares, o encontro vai ser no dia 9 de Março no Museu do Teatro.


Boas leituras.

10 fevereiro, 2008

"O meu dia começa por procurar os óculos" - Pedro Vasconcelos





Aconteceu. Foi mais um encontro. A nossa amizade com Pedro Vasconcelos já vem de trás, desde o 1613. Hoje foi um reencontro com o criador das personagens que se tornaram queridas para nós, Peter Cornellius, a Nenu, D. Manuel, Molan e a partir do 1617, o pequeno Miguel começa a ganhar terreno. Pressinto que no 1621 vamos ficar rendidos ao filho de Nenu.

Pedro Vasconcelos é um contador de histórias, por isso o encontro que durou cerca de duas horas passou rapidamente e apesar do sol forte ninguém deu pelo tempo passar.

As conversas andaram sempre à volta do 1613, 1617 e o próximo livro 1621, o fim da primeira trilogia, que voltas vamos dar, tantas aventuras. À partida parece estar tudo já definido na cabeça do nosso escritor.

Gosto da atenção que dá aos detalhes e fiquei com a sensação que terei de reler os dois livros novamente, tudo tem significado, até as capas, nada é por acaso. Muito trabalho de investigação, de leitura foi feito para chegar a estas histórias.

Um novo projecto começa a nascer, um livro longe de Nenu, uma história algures no século XIX. Ficamos à espera.

Trouxe-nos os cheiros do âmbar e a tiara que D. Manuel ofereceu a Nenu. Falou-nos das suas pesquisas e do seu método de trabalho.

“Escrever é como uma viagem fora de auto-estrada, vamos parando em sítios que não se estava à espera”.

Aconselhou-nos algumas leituras, como o Padre António Vieira de quem é grande admirador.

Mais não vou contar! Ficou prometido que nos voltaria a visitar, aguardamos o 1621.


06 fevereiro, 2008

Encontro

Confirmado. O encontro do À Volta das Letras é já este Domingo ás 10h30. O primeiro do ano, temos um convidado, Pedro Vasconcelos autor do 1617, o livro que lemos em Dezembro. O local será mais uma vez o Museu do Teatro.

Para quem não leu o livro, venha na mesma prometemos uma manhã de boa conversa.

Até lá boas leituras.

05 fevereiro, 2008

Expressão

"Não matabichou."

Pág. 63


Já tinha ouvido falar do mata-bicho ou de fazer uma bucha, agora esta é nova.

04 fevereiro, 2008

Esperanto

Já falámos do esperanto no À Volta das Letras a propósito do livro do Gonçalo Cadilhe. Agora encontrei novamente uma referência a esta língua que pretende ser universal e encontrei também o quinês.


O quinês foi criado por Joaquim Augusto Junqueira, que entende ser a falta de comunicação ou a dificuldade de entender a língua a responsabilidade da guerra. Por isso criou um código de sinais e cruzes que partilhava com o seu colega português na escola para cabular.


O quinês evoliu, o seu alfabeto é composto por 38 a 40 letras e até têm um dicionário.


O esperanto já está difundido por várias países, será que o quinês conseguiu singrar?


Bonan Posttagmezon (boas tardes em esperanto)

03 fevereiro, 2008

"Um chimpanzé não deveria ter o que eu não tenho"

«Reparei hoje que bati no fundo e tive vergonha. Há duas cozinhas (....). Nenhuma é generosa em excesso. À entrada da segunda, encontrei a Chicha, a chimpanzé da enfermeira espanhola Yolanda, roendo uma maçã. O primeiro reflexo foi roubar a fruta ao bicho.
A fruta saber-me-ia-bem. Um chimpanzé não deveria ter o que eu não tenho.
É humilhante.» p. 54

Esta passagem chamou-me a atenção. Num país sem nada, até se cobiça o que um bicho come.

Fonte da foto: Wikipédia.