27 dezembro, 2007

Os personagens ...

- A princesa Nenu
- D. Manuel Álvares
- Charaka - "o velho brâmane da aldeia"
- Padre Jaime ou Frei Simão - "amigo dos maratas e estudante dos aiurvedas"
- Frei Belchior - dominicano. Ajudou D. Manuel em 1613 a escapar à Inquisição.
- Nataraja - "um dos mais destacados maratas da região de Salcete"
- pequeno Simão
- Gita - a ama de Miguel Molan (filho de Nenu e D. Manuel)
- Peter Cornelius
- Van de Velde
- Diogo do Couto - letrado. Guarda-mor da Torre do Tombo.
- Christian Van den Bosh
- Guzman
- Mogarem - a bailarina

23 dezembro, 2007

A todos...

Um excelente Natal e claro com muitas prendas, são os votos do
à Volta das Letras para todos aqueles que nos visitam.

12 dezembro, 2007

Hoje faz anos...

José Eduardo Agualusa faz hoje 47 anos. Muitos parabéns e um dia feliz...





Não resisto. Eu também faço anos, finalmente cheguei aos 30.

Mapusa - 20 de Dezembro de 1613

"os portugueses decobriram Madagáscar em 1501, construíram o seu primeiro forte na India, em Cochim, em 1503, instalaam-se comercialmente e militarmente na costa oriental da África - em Sofala, Quíloa, Mombaça e Moçambique - entre 1505 e 1507. Ocuparam goa em 1510, fazendo dela a capital do Estado da India, e, no ano seguinte, tomaram Malaca."


In A Civilização do Renascimento, Jean Delumeau

A nossa história começa em Mapusa (Goa) a 20 de Dezembro, com o nascimento de Miguel. Por esta altura Goa era uma cidade muito semelhante a Lisboa pois tinha as instituições necessárias a uma capital como também muitas igrejas, a inquisição chega a Goa em 1560 e vão converter violentamante muitos locais em cristãos assim como queimar livros e perseguir "traidores" da corte, tal como D. Manuel, pai de Miguel foi considerado.

10 dezembro, 2007

A nossa história.

1617 tal como 1613 falam de um periodo muito rico da nossa história, donos de um vasto império e sob o dominio espanhol, inimigos não faltavam aos Portugueses. Os holandes, constituidos em companhias e com um sentido comercial muito apurado foram um dos nossos grandes rivais.
Para saber mais sobre este periodo da nossa história recomendamos a leitura do livro de não ficção de De Ceuta a Timor de Luis Filipe Thomaz.
Muito ainda se pode escrever sobre a nossa história, apesar do genéro romance histórico estar na moda e de nos últimos tempos muito se ter escrito sobre Portugal, parece-me que ainda há muito a contar. Temos personagens fantásticos que são tão pouco conhecidos da nossa história e que mereciam que se contasse as suas vidas.
Bom, para já podemos ir lendo as aventuras de D. Manuel, D. Luis, Nenu e Peter Cornellius (o holandês simpático) no 1617.

Solor em imagens

Ruínas do forte de Solor

Desenho do Forte de Solor



Arma portuguesa em Solor

Imagens retiradas daqui.





07 dezembro, 2007

O começo ...

«Um longo grito de dor e medo atravessou as montanhas. As nuvens gigantes, cinzentas e carregadas, passavam muito altas, num céu negro que pesava sobre a noite. A escuridão era quase total, excepto quando a lua conseguia por breves instantes romper as trevas. »

in 1617, p. 13

04 dezembro, 2007

Com uns dias de atraso...

Foi como tem sido hábito, no Museu do Teatro. O livro de que se falou foi a Nação Crioula de José Eduardo Agualusa, levantaram-se algumas questões sobre o livro, mas como o autor não esteve presente ficámos sem saber as respostas para algumas perguntas que foram colocadas, fica para a próxima.

O livro escolhido para este mês foi o 1617. A data do encontro ainda não está definida mas será para meados de Janeiro com a presença de Pedro Vasconcelos.

29 novembro, 2007

O nosso encontro....

O nosso encontro é este Domnigo, às 10h30, no Museu do Teatro. O livro que andamos a ler é a Nação Crioula de José Eduardo Agualusa. Quem não leu é bem vindo na mesma. Este Domingo temos (como de costume) imensas coisas para conversar.
Até lá boas leituras.

27 novembro, 2007

Ainda a propósito de culinária II


QUIABOS COM CAMARÃO


10 ou 15 quiabos
500gr de camarão
1 cebola gr.
2 dentes de alho
2 tomates maduros
Azeite doce qb ou óleo de palma
Sal q/b.
Fazer um refogado c/ o tomate, cebola, alho e o azeite.Cortar os quiabos às rodelas finas, descascar o camarão juntar no refogado e deixar cozer em fogo lento.Para uma entrada é delicioso.
Receita tirada daqui.
Como a Laranjinha não se chegou á frente, aqui fica a receita da praxe.
Bom apetite!

25 novembro, 2007

O cheiro das cidades ...

Estátua de S. Vicente de Fora no Largo das Portas do Sol.

«Os portos da África Ocidental francesa cheiram, dizia ele, cheiram fortemente a cebola frita em manteiga (...); o Rio de Janeiro cheira a goiabas maduras, e Lisboa a sardinha, manjerico e deputados.» P. 139

Lisboa cheirar a sardinhas, a manjerico e nesta altura do ano a castanhas assadas não me espanta. Agora a deputados, tem piada!

Ainda a propósito de culinária ...

Angola

«Nas três semanas que se seguiram comemos apenas gafanhotos, assados, cozidos, fritos e salteados (...).»

«Repugna-lhe a culinária angolana? Pois lembre-se que entre a aristrocracia romana os gafanhotos, precisosamente assados em mel, eram muitíssimo apreciados. Os Romanos, de resto, praticavam a entomofagia com particular entusiasmo. Nas mesas não faltavam, por exemplo, as larvas de escaravelho temperadas com vinho e depois grelhadas. Na Grécia antiga as infusões de percevejos eram utilizadas para combater as febres mais resistentes, e ainda hoje, em alguns países da Europa Central, se recorre com idêntico propósito a um chá confeccionado a partir da vulgar barata doméstica. No meu país, na minha Lisboa, comem-se pelas tascas pequenos caracóis, cozidos em água, sal e óregãos, sendo este petisco muito apreciado pelas classes populares.»

in Nação Crioula, p. 68

No Brasil

«Às visitas da manhã é de uso oferecer-se um cálice de licor, em geral preparado em casa e sempre excelente; cachaça, ou uma bebida refescante indígena, o guaraná, à qual os brasileiros atribuem todo o tipo de virtudes regenadoras. À tarde, o licor é acompanhado por bolinhos e café. » p. 89

Em Portugal
«Veio o bacalhau, esplêndido, com o grão-de-bico, os pimentos, a salsa fresca (...)»


24 novembro, 2007

Culinária Angolense no Nação Crioula

«(...) converteu-se à calorosa culinária angolense e por mais de uma vez o encontrei entre a criadagem, comendo alegremente o funge e o feijão.

(...) Em contrapartida sei que os ratos assados continuam a vender-se muito bem nos mercados de Luanda, a quinze réis a dúzia, enfiados pela barriga em espetos de pau (...)» p. 13

«Tinha bebido várias taças de quimbombo, espécie de cerveja indígena (...)» p. 56

«À ceia assaram-se cacussos, género de peixe de água doce, muito saboroso, que abunda em toda esta parte de África (...)» p. 57

«Almoçámos ali mesmo, cinco latas de sardinhas de Nantes, um pouco de peixe seco, assado na brasa, funge de farinha de bombó, pão e aguardente.» p. 61

«Horácio Benvindo mandara colocar uma grande mesa no Largo da Igreja, com travessas de carne assada (pacassa, porco do mato e aves diversas), três barris de bom vinho da Madeira e outros tantos de aguardente de cana (...)» p. 66

«Lívia apareceu de repente com uma travessa cheia de gafanhotos assados. (...) Eram relamente muito bons, com um ligeiro travo a avelã, a consistência de pequenos camarões.» p. 67

19 novembro, 2007

As mulheres de Nação Crioula

Madame de Jouarre - madrinha de Fradique a quem este escreve regularmente.

Carolina - filha de Mateus Lamartine (comerciante de escravos). Casou sem o consentimento do pai com um jovem enfermeiro negro. Nicolau dos Anjos depois de os unir pelo casamento, aconselha-os a regressarem a Luanda e a pedirem perdão a Mateus Lamartine. Assim que chegam o jovem enfermeiro é esfaqueado. O pai obriga-a a casar em segundas núpcias com o homem que ela reconhece ter morto o seu noivo. Carolina mata o segundo marido.

Gabriela Santamarinha :
«(...) a mulher mais feia do mundo.

- Chamam-lhe a Boca Maldita, esclareceu o coronel -, Boca Cuspideira, Boca Assassina ou Boca Fétida. Dizem que os pássaros se suicidam de desgosto à passagem dela.

(...) Abominável Monstro das Retretes.» in Nação Crioula, p. 20

Dona Ana Olímpia:
«(...) a mulher mais bela do mundo! (...) Nasceu (...) filha de uma escrava, e é hoje uma das mulheres mais ricas do país, senhora de muitos escravos, poderosa e respitada. » in Nação Crioula, p. 21 e 22

Casou com Victoriano Vaz de Caminha com 14 anos. Depois da morte deste, apaixona-se por Fradique com quem irá viver. Desta união nasce Sophia.

É uma mulher culta.

18 novembro, 2007

Quem foi a Rainha Ginga ou Nzinga Mbandi?

Na p. 53, José Eduardo Agualusa refere que Gabriela Santamarinha chegou a receber os convidados, numa festa, sentada nas costas de uma escrava, seguindo o exemplo da famosa Rainha Ginga ou Nzinga Mbandi.

A Rainha Ginga foi uma mulher com muito gindunguzinho!

Está dito ...

«(...) a mulher é o animal mais perigoso da criação.»

in Nação Crioula, p.34

Cheiro a África ..

«Respirei o ar quente e húmido, cheirando a frutas e a cana-de-açúcar, e pouco a pouco comecei a perceber um outro odor, mais subtil, melancólico, como o de um corpo em decomposição. É este cheiro, creio, que todos os viajantes se referem quando falam de África.»

in Nação Crioula, p. 9

16 novembro, 2007

Parabéns a José Saramago

José Saramago nasceu no dia 16 de Novembro de 1922.
Parabéns pelos seus 85 anos.

Sociedade Luandense do século XIX e falta de vontade para o trabalho

«Ao acreditar no que tenho ouvido não existe nesta cidade um único homem honesto, esposa fiel, donzela recatada. Os colonos podem no geral ser divididos em:

1. Criminosos a cumprir degredo.

2. Degredados que, cumprida a pena, preferiram sabiamente manter-se cá.

Quanto aos filhos-do-país (...) esses ocupam-se trabalhalhosamente a construir intrigas nos cafés da capital (...). (...) enquanto se devoram uns aos outros por um cargo menor na hierarquia da Fazenda, os degredados seduzem-lhes as mulheres e as filhas, roubam-lhes as terras e os negócios, reforçam o seu poder na administração da colónia.

Trabalhar ninguém trabalha em Luanda a não ser os escravos; e fora da cidade trabalham os, assim chamados, «pretos boçais». Trabalhar representa portanto para o Luandense uma actividade inferior, insalubre, praticada por selvagens e cativos. »

in Nação Crioula, p. 13 e 14

Sobre a sociedade Angolana do século XIX ver aqui e aqui.

15 novembro, 2007

Novidades literárias

O nosso amigo não pára.

II Carta - Sumbe

“Em contrapartida sei que os ratos assados continuam a vender-se muito bem nos mercados de Luanda , a quize réis a dúzia, enfiados pela barriga em espeto de pau, e que tem havido distrubios no Sumbe e no Congo.”

Pág. 15

Sumbe é uma cidade e município de Angola, capital da província do Kuanza Sul. Até 1975 designou-se Novo Redondo.

Fotos de Sumbe:

















Carta II - Culinária

“Surpreendentemente ou talvez não, converteu-se à calorosa culinária angolense..."
In pág. 15
Culinária angolense, tinha pensado colocar aqui uma receita mas deixo isso para a minha colega Laranjinha que é especialista na cozinha.

Por isso, vou antes sugerir alguns restaurantes de comida africana em Lisboa no caso de alguém querer experimentar.

Restaurante Moamba

Casa da Morna (muito bom e com musica ao vivo).

Ainda sobre o tráfico de escravos

Conferência - Nas Margens da História: o tráfico de escravos e a economia de Pernambuco na dinâmica do Império atlântico português (1655-1755) a realizar no dia 21 de Novembro pelas 17 horas no Arquivo Histórico Ultramarino - Sala do Brasil.

Conferencista: Gustavo Acioli Lopes, CNPq
Comentador: Luís Frederico Dias Antunes, IICT

Resumo: O conferencista propõe-se analisar o lugar do tráfico de escravos e da economia açucareira de Pernambuco e capitania anexas (Itamaracá, Paraíba e comarca de Alagoas) no âmbito da economia do Império atlântico português, desde o fim do domínio holandês à instituição da Companhia Geral de Comércio de Pernambuco e Paraíba. Pretende, da mesma forma, perceber os vínculos existentes entre a formação de um sector produtor de tabaco nas referidas áreas e do tráfico de escravos, sobretudo da Costa da Mina, e a evolução da produção açucareira e da economia luso-brasileira no período assinalado.
Informações retiradas daqui.

Tráfico negreiro

Sobre o tráfico que se fazia entre África e o Brasil sugerimos as seguintes leituras.
Não ficção:
Portugal e a escravatura dos africanos de João Pedro Marques e as Revoltas Escravas também do mesmo historiador.
Ficção:
Último Negreiro de Miguel Real.

14 novembro, 2007

Carta 1

Personagens:

- Smith: escocês que acompanha Fradique.

- Coronel Arcénio de Carpio:
- cientista austríaco;
- estudou a flora e a fauna nos sertões de Angola;
- título honorífico de Coronel
- nasceu na Madeira
- filho de actores ambulantes
- negociador de escravos
- tem um filho da preta Joana Benvida, com quem vive no Casarão da Cidade Alta.

A escravatura:

Casa do Coronel Arcénio de Carpio: «()o quintal que está ocupado com as habitações dos escravos e com armazéns cheios de marfim, de borracha e de cera. Presas aos altos muros vêem-se cadeias de ferro e no centro do pátio existe mesmo um pelourinho que o Coronel garante nunca ter utilizado. Ainda há pouco tempo, porém, este mesmo espaço servia para engordar negros trazidos do interior em trânsito para o Brasil.

(...) o movimento emancipador tem sido secretamente financiado e organizado pelos Britânicos e Americanos do norte com o objectivo de impedir a consolidação de uma forte potência na América do Sul(...)»

in Nação Crioula, p. 9, 10 e 11

Os Britânicos em relação à escravatura têm uma posição contra o tráfico de escravos porque chegam milhões de agricultores à América inglesa. O Brasil onde o número de colonos é mais reduzido necessita dessa mão de obra para que a sua agicultura não entre em colapso.

Sobre o tema da escravatura ainda a semana passada vi o filme Amistad de Steven Spielberg.

Ontem,

O À volta das Letras foi convidado a estar presente no lançamento do 2º livro de Pedro Vasconcelos. Estivemos lá, trouxemos livros autografados e a promessa da presença do escritor num dos nossos encontros.

Para saber mais detalhes do lançamento ver aqui.

13 novembro, 2007

Quem foi Fradique Mendes?

Aqui, aqui e aqui.

Este mês ...


Vamos ler Nação Crioula de José Eduardo Agualusa, sugestão de Onésimo Teotónio Almeida. Apesar de ser um escritor conhecido de todos aqui fica mais alguma informação:


O que diz a Wikipédia.


Numa página sobre o autor.


Jose Agualusa do Público.


Numa entrevista.

11 novembro, 2007

Foi assim ...

Hoje a manhã foi animada. Tivemos connosco, como combinado, Onésimo Teotónio Almeida, o autor das Aventuras de um Nabogador.
Chegou a horas, mesmo tendo saído de madrugada do seu destino para estar connosco, o seu bom humor esteve sempre presente.
Confirmou-nos que as estórias-em-sanduíche são todas inspiradas em situações vividas por si (que vida!!!), até a fantástica história de Dolly.

A sua memória é fantástica. A regra que considera essencial quando escreve uma história, é que: "Não seja chato".
De facto Onésimo não sofre desse mal.
"Acusou" o nosso blogue de ser muito sério e imaginava-nos pessoas mais velhas já em idade de reforma! Está sempre a brincar e adora pregar partidas.

Como sugestões de próximas leituras sugeriu:
- Gonçalo Tavares
- Manuel Rui
- Carlos Tomé

Aceitámos a sua sugestão e no próximo mês iremos ler Nação Crioula de José Eduardo Agualusa.

Vamos seguir a obra de Onésimo até porque, quem sabe, algum dia ainda escreve um conto onde nós entramos como personagens: o rapaz que não falava, o fã, o que só leu a 1ª história e foi logo apanhado, a que cozinhou moelas sem estarem lavadas e a professora apaixonada pelos EUA.

Onésimo, foi mesmo um grande prazer!


09 novembro, 2007

Post it

Relembro que o encontro do À Volta das Letras é neste Domingo às 11h no Museu do Teatro. O escritor Onésimo Teotónio Almeida vai estar presente para conversar connosco sobre as suas "estórias-em-sanduíche". Quem não leu o livro é bem vindo na mesma.
Até lá boas leituras.

08 novembro, 2007

Convite

O À Volta das Letras foi convidado para o lançamento do livro 1617 de Pedro Vasconcelos. Lá estaremos no dia 13 de Novembro curiosos em relação ao destino de Nenu (personagem do 1613 que continua a sua história no 1617).

Boas leituras.

06 novembro, 2007

O que faria se...

"A minutos da aterr(oriz)agem, e convencido da morte iminente, um marido em pânico confessara à mulher as suas infidelidades com a irmã dela"

In Aventuras de um Nabogador

O que faria?

Frases soltas

"uma pessoa a andar sobre a relva não a estraga, mas suponhamos que todos fazem o mesmo?"

In Aventuras de Nabogador

Esta vou usar muitas vezes.

Citações


"Que prazer não cumprir um dever."


Fernando Pessoa


In Aventuras de um Nabogador


Como não ir trabalhar em plena semana de trabalho.

Precisa-se dicionário

Podia repetir, devagarinho:

- détentes
- Litania laudatória
- ámenes
- piedopatrióticas


Gosto disto.

A propósito,

"Era nos idos da década de setenta, e Portugal amarcelado não conseguia convencer-se de que não fora apenas a cadeira a falhar o seu dever de se apresentar ao traseiro de Salazar, era o Império todo que não tinha mais assento."

In Aventuras de um Nabogador

Recentemente tem surgido programas que falam da década de 70 e que me parecem muito interessantes.

Na ficção a série Conta-me como foi, que passa ao Domingo na RTP1, retrata o Portugal da década de 70, a cena da queda da cadeira de Salazar não faltou, tal como muitos factos importantes. Mas o que mais gosto neste programa é ver como era a vida de uma família da classe média naqueles tempos, sem fazerem juízos de valor, apenas mostram como se vivia na ditadura.

Em formato de documentário, com a autoria de Joaquim Furtado, A guerra uma série de episódios que nos contam o que se passou em África, dá-nos os vários pontos de vista. Tenho aprendido bastante com este programa.

A nossa história tem muito para contar e dava uns bons filme ou séries de ficção, pode ser que isto seja só um começo.

Frases soltas

Este livro está cheio de frases ou expressões que nos divertem, alertam ou simplesmente nos deixam a pensar, tais como:
"E só em Hollywood é que as tragédias acabam bem."
In Aventuras de um Nabogador

O museu


Temos feito os nosso encontros na cafetaria do Museu Nacional do Teatro. Apesar de a zona onde fica o Museu não ser das que gosto mais, este espaço conquistou-me. O Museu é lindo, assim como os jardins que o rodeiam, a cafetaria é simpática e as pessoas que lá trabalharam também não ficam atrás. Por essas razões todas, no Domingo lá estaremos.


A propósito, já acabei as Aventuras de um Nabogador. Professor Pardal foste aprovado, podes começar a sugerir mais livros.


Boas leituras.

05 novembro, 2007

Confirmações

O encontro é no próximo Domingo, 11 de Novembro, às 11 horas na cafetaria do Museu do Teatro. O escritor vai estar presente.
São todos bem vindos, mesmo quem não acabou de ler o livro.
Até lá, boas leituras.

03 novembro, 2007

Aos Comandos do Destino ...



«Trata-se de uma biografia do piloto do avião charter que, transportando quase 300 passageiros de Toronto para Lisboa, se deparou sem combustível sobre o Atlântico.»

Aventuras de um Nabogador, p. 99

Para saber mais sobre Robert Piché, aqui.

02 novembro, 2007

Alteração


O encontro passou para o dia 11 de Novembro no Museu do Teatro, estará presente o autor Onésimo Teotónio. A hora ainda está sujeita a confirmação. Mais uma vez relembro que mesmo quem não tenha lido o livro é sempre bem vindo.
Boas leituras.

01 novembro, 2007

Quem não tem medo de viajar de avião?

TESTAMENTO

Vou partir de avião

e o medo das alturas misturado comigo

faz-me tomar calmantes

e ter sonhos confusos



Se eu morrer

quero que a minha filha não se esqueça de mim

que alguém lhe cante mesmo com voz desafinada

e que lhe ofereçam fantasia

mais que um horário certo

ou uma cama bem feita



Dêem-lhe amor e ver

dentro das coisas

sonhar com sóis azuis e céus brilhantes

em vez de lhe ensinarem contas de somar

e a descascar batatas



Preparem a minha filha

para a vida

se eu morrer de avião

e ficar despegada do meu corpo

e for átomo livre lá no céu



Que se lembre de mim

a minha filha

e mais tarde que diga à sua filha

que eu voei lá no céu

e fui contentamento deslumbrado

ao ver na sua casa as contas de somar erradas

e as batatas no saco esquecidas

e íntegras



ANA LUÍSA AMARAL, Minha Senhora de Quê, Quetzal Editores, Lisboa, 1999: 61, 62

31 outubro, 2007

Dolly ...

Dolly, aluna ninfomaníaca na universidade de Santa Bárbara na California. Giovanni um Don Juan que caiu nas garras da estranha Margo e dos assédios da sua mãe.

Tudo muda quando Giovanni e Dolly se encontram ... A crónica de Dolly, a ninfomaníaca que atribui pontuação às suas conquistas e que delas se gaba, parece mesmo história de filme.

Será que o escritor se encontrou na realidade com estas personagens? Factos reais? Ou pura ficção?

O café ...

Na página 53 e 54 do Livro, Onésimo fala-nos de uma aluna sua, entre outras coisas, diz-nos:

«Nas férias da Primavera (o Spring Break) foi ao Havai ver a família e quis trazer-me uma lembrança da terra. Entregou-ma com tímida delicadez. A praxe mandava-me abrir o mimo. Era um saquinho do mais famoso café das suas ilhas, éden de postal. Sorri-lhe de agradecimento, mas reprimi por completo a figura de Freud a comprazer-se na ambiguidade da cena acaso a presenciasse. Não. Quase juro que a moça não sabe nada de português, que o código semântico foi pura coincidência e de modo algum senha cifrada. (Para os leitores que desconhecem a marca do dito café: rima com Dona mas escreve-se com K. (...))»

Aventuras de um Nabogador, p. 54.

Para saber do dito café, aqui.

Condicionalismos da leitura ...

«Será lícito ponderar se a nossa reacção a uma obra não terá que ver com a disposição com que se a lê. Se assim é, coitados dos autores vítimas dos nossos condicionalismos físicos e psicológicos.»
Aventuras de um Nabogador, P. 50

30 outubro, 2007

Regra pessoal de leitura

«Ao longo dos anos formulei uma regra pessoal de leitura que, como qualquer outra, tem as suas excepções: um livro de ensaio agarro-o cheio de entusiasmo e vou-o perdendo pelo caminho, muitas vezes bem antes do fim. Um romance, começo com imensa dificuldade e, depois de mergulhar no cenário, não descanso enquanto não aterro no desenlace. (...) Outra regra concomitante: o ensaio interrompe-se e retoma-se a qualquer momento. O romance requer leitura ininterrupta. (...) Falta-me ainda mencionar uma última regra pessoal: romance que não me tem fisgado por volta da página 70 não me vale o esforço de prosseguir na sua leitura.»
Aventuras de um Nabogador, p. 49

Será que todos nós temos alguma regra pessoal de leitura? Hoje ao jantar coloquei esta questão. Que regras usamos nas nossas leituras ou nas escolha das leituras que fazemos? Como escolhemos os livros que lemos?

Concordo com o Onésimo Teotónio Almeida quando afirma que se um romance não o "agarra" nas primeiras páginas, é porque a partir daí dificilmente o fará. Já nos aconteceu a todos, não é verdade? Ou a escrita é maçuda, ou há qualquer coisa na história que não desenvolve e o livro é rapidamente substituído por outro. Não concordam? Nunca insisto, a não ser por razões profissionais, num livro que não me dê prazer na leitura.

Nos meus hábitos de leitura, tenho me apercebido que há livros e, consequentemente, alguns autores que só procuro ler em determinadas alturas do ano, ou melhor há autores, que exigem mais concentração (mais paciência!) ou um determinado estado de espírito, que não leio, por exemplo, nas férias de Verão.

As minhas leituras são sempre acompanhadas de um lápis (o que irrita algumas pessoas!) e de um pequeno bloco de notas que, às vezes, só serve para anotar uma ou outra palavra que não conheço ou alguma referência que quero explorar.

- Como é que escolhemos os livros que lemos?

Nos últimos tempos, tenho-me mantido leitora fiel a alguns autores, sobretudo nacionais, um exemplo é Richard Zimler. Todos os romances que tem publicado eu tenho lido. Algumas das escolhas são feitas através de influências. Alguém que leu, fala do livro e acaba por me abrir o apetite para a leitura. Ou os apontamentos sobre livros nos blogues que visito. Raramente compro um livro apenas pela capa ou pelo título. Mas já aconteceu!

Outras obras de Onésimo Teotónio Almeida ...

- Da Vida Quotidiana na LUSAlândia (1975)

- Ah! Mònim dum Corisco! (1978)

- (Sapa)teia Americana (1983)

- No Seio Desse Amargo Mar (1993)

- Que Nome É Esse, ó Nézimo? - e Outros Advérbios de Dúvida (1994)

- Rio Atlântico (1997 )

- A Questão da Literatura Açoriana (1983)

- Da Literatura Açoriana. Subsídios para Um Balanço (1986)

- Mensagem - Uma Tentativa de Reinterpretação (1987)

- L(USA)lândia, a Décima Ilha (1988)

- Açores, Açorianos, Açorianidade (1989)

- Viagens na Minha Era (2001)

- Onze Prosemas (e um final merencório) (2004)

- Livro-me do Desassossego (2006)

29 outubro, 2007

Bom Dia

No À Volta das Letras, este mês, estamos a ler:

Bom-dia e boas leituras!

Para quem ainda não começou, aviso desde já que este livro é um livro de crónicas, por sinal, com estórias muito bem dispostas.

28 outubro, 2007

Literatura de viagens

«Há dias em que uma pessoa não deve sair à rua. (...) Só que nunca a tinha visto tão honrosamente tratada como em título de antologia, no caso, literatura de viagens: I Should Have Stayed Home. (...)»

Aqui está um título interessante para um livro de viagens! Atenção são as piores viagens de grandes escritores. Reunir num livro as piores viagens de grandes escritores parece-me uma ideia com piada e simultaneamente estranha!

Onésimo faz as seguintes referências à literatura de viagens nacional:

- História Trágico-Marítima;

- A Holanda de Ramalho Ortigão;

- As Ilhas Desconhecidas de Raul Brandão;

- Descobri Que Era Europeia de Natália Correia;

- A Baía dos Tigres de Pedro Rosa Mendes.

Na minha opinião, a nossa literatura de viagens está pouco desenvolvida. Vejam-se as estantes das livrarias. Que espaço é reservado a esta temática? Por exemplo, em Inglaterra há livrarias dedicadas à literatura de viagens. Por cá, pelo que sei, há muito poucas livrarias temáticas. Estou-me a lembrar de livrarias dedicadas à literatura-infantil e, por exemplo, a Garfos & Letras (dedicada à gastronomia) e pouco mais. Conhecem mais alguma?

A esta lista referida pelo Onésimo Teotónio Almeida, acrescentaria mais um autor, o Gonçalo Cadilhe, que através das suas crónicas semanais no jornal Expresso vai relatando de forma ímpar as suas viagens. Crónicas que têm sido transformadas em livros, um dos quais lido aqui no À Volta das Letras e que desperta o bichinho das viagens em muita gente.

Neste verão, foram publicados dois livros de viagens de autores portugueses que gostei de descobrir:

- Alma de Viajante de Filipe Morato Gomes;

- Viagens Sentimentais de Tiago Salazar.

Há dias em que realmente não devemos sair de casa, mas ainda bem que esses dias são em menor número do que aqueles nos quais podemos e devemos sair e abrir horizontes, mais não seja lendo!

O que se diz sobre o livro ...

Aventuras de um Nabogador, por Carlos Fiolhais no De Rerum Natura.

Aventuras de um Nabogador & outras estórias-em-sanduíche , por Fernando Cruz Gomes

Quem é o Onésimo Teotónio de Almeida?


26 outubro, 2007

Resultado do encontro de Domingo

Por sugestão do Professor Pardal, o À Volta das Letras mudou de rumo, este mês vamos ler As Aventuras de um Nabogador. Pelo pouco que li até agora parece-me que vamos ter um mês divertido, mas vamos aguardar…

Grande responsabilidade Professor…

O encontro será no dia 25 de Novembro num local a designar.

Boas Leituras!

25 outubro, 2007

Encontros

Excepcionalmente ainda não encerramos a leitura do livro A Sétima Porta por uma razão, tínhamos encontro marcado com Richard Zimler ontem. Estivemos a ouvi-lo falar durante 2 horas e as nossas suspeitas confirmaram-se, Richard é uma pessoa com muito para contar, consegue manter uma conversa interessante e sempre com muito humor. Mas acima de tudo o que nos marcou mais, foi a sua atitude profissional perante a leitura, isto é, tudo o que escreve tem por trás uma enorme investigação, para que os dados históricos que apresenta não conterem erros. Não só aspectos conhecidos por todos como também, por exemplo, os cafés que se frequentava em Berlim na década de 20 e que menciona no livro, a roupa que se vestia, o que se comia, as árvores que haviam nos parques, os pássaros, tudo isto é verificado pelo autor. Este estudo que elabora antes de começar a escrever ajuda-o a encarnar as personagens e dá uma realidade que qualquer pessoa que o leia sente no seu livro.

Apesar de ser um escritor com sucesso, Richard não esquece que foi recusado por 27 editoras nos EUA e ajuda quem está a começar a escrever, ainda ontem deu várias dicas para quem esta a começar a escrever.

Por último, tenho de chamar a atenção para um aspecto que me pareceu importante para nós enquanto povo com fama de acolhedor. Richard contou-nos que os portugueses fixam o olhar nele por este ter um aspecto físico diferente, por ser estrangeiro ter mais de 1,90, as pessoas seguem-no com os olhos. Temos de ter mais cuidado, não deve ser nada agradável ser observado assim com tanta intensidade.

Gostei muito, este encontro realizou-se na Livraria Bulhosa em Entrecampos, no âmbito de um clube de leitura.

Quanto a Richard Zimler, acho que posso falar em nome de todos os amigos deste clube quando digo que ele é um porto seguro, os livros dele valem sempre a pena e deixam-nos completamente rendidos a sua escrita.

Voltaremos a ele.

24 outubro, 2007

Para saber mais

Para saber mais sobre a Sétima Porta da aconselho a leitura deste livro, A Alemanha de Hitler de Roderick Stackelberg.


Boas leituras.

16 outubro, 2007

Encontro

O nosso encontro mensal é já no próximo Domingo. Será mais uma vez no Museu do Teatro, às 10h30. Richard Zimler não vai estar presente porque está fora do país mas aceitou encontrar-se connosco no dia 24/10 na Livraria Bulhosa de Entrecampos, onde vai estar presente também num clube de leitura.
Lá estaremos no Domingo e no dia 24/10.
Até lá, boas leituras.

15 outubro, 2007

Falling in love again ...



«Ao fim de algum tempo começo a ficar aborrecida e ponho os meus discos de Marlene Dietrich, enquanto vou olhando para os meus cromos de estrelas de cinema. Falling in love again ... adoro aquele tom rouco da sua voz encharcada em whisky.»

Claudette Colbert

«A minha mãe é bonita, com um sedoso cabelo de um castanho-acobreado que usa com franja, tal como a sua actriz favorita, a Claudette Colbert, e tem um rosto redondo e suave, mas os seus olhos verdes lançam chispas assassinas quando está irritada.»

in Sétima Porta, p. 43

O Gabinete do Dr. Caligari

«Dormindo no fundo de todas as coisas, há uma canção ainda por sonhar, e se a palavra mágica em minha alma poisa, o mundo inteiro começa a cantar ... A Tia Sophie recita-me este poema, traduzindo-o do alemão, enquanto eu a ajudo no banho. - Aprendi estes versos quando tinha catorze anos - diz-me ela com um sorriso divertido. E a seguir pergunta: - Viste alguma vez O Gabinete do Dr. Caligari

in A Sétima Porta, p. 22 e 23

14 outubro, 2007

Em Lisboa.


" Não, é a história de um jovem e da sua família. O nome dele era Berequias Zarco. Era uma antepassado meu, e escreveu isto no século XVI. Era um cabalista de Lisboa. E acabou por ser o último."


Podemos conhecer melhor Berequias Zarco melhor, no Último Cabalista de Lisboa de Richard Zimler.

07 outubro, 2007

Lenda

" O teu pai nunca deveria esquecer-se de que o Flautista de Hamelin também era um caçador de ratazanas - diz em tom de ameaçador. "



Um exemplo de como uma bonita história pode servir como um péssimo exemplo.



Pág. 105, A Sétima Porta

Pintura

Autoretrato, Albrecht Dürer

" Ninguém consegue desenhar um malmequer, uma vagem de alfarrobeira ou a cabeça de uma morsa empalhada como ela, excepto talvez o Albrecht Dürer ..."

Pág 105, A Sétima Porta


Frase com a qual me identifico...

" Em termos de poesia, o meu pai tem a sensibilidade de um tractor agrícola."


Pág. 104 in A Sétima Porta


Deixa lá Soph ...

05 outubro, 2007

Ídolos


"Mas ela parece mais adulta do que eu, especialmente de perfil; imagino que a Marlene Dietrich deve ter sido parecida com a Rini, tanto de cara como na voz ..."


Pág. 84, in A Sétima Porta


Já por várias vezes que referimos Marlene Dietrich neste blogue, são vários os escritores que falam nela nos seus livros

04 outubro, 2007

ZOO

"(...) e a maior parte dos berlineneses ainda está a dormir, mas eu e o Tónio vamos ao Jardim Zoológico..."

Há tanto tempo que não vou ao jardim zoológico, já nem me lembro a última vez que lá fui. Será que o elefante que toca a sineta quando se dá moeda ainda existe?!?!

03 outubro, 2007

Poesia

"De noite, quando dormia
sonhei, bendita ilusão,
que umq colmeia vivia
dentro do meu coração;
e as douradas abelhas
iam fabricando nele
com as amarguras velhas
branca cera e doce mel."

27 setembro, 2007

Primeira frase do prefácio ...

«A tia Sophie é aquela figura esquelética de faces cavadas, vestida com uma camisola do hospital cheia de nódoas, que, com os seus olhos avermelhados semicerrados, me olha fixamente da sua cama de hospital, como se eu fosse uma alucinação.»

25 setembro, 2007

Foi assim...


O 1º encontro do À Volta das Letras realizou-se no Museu do Teatro. Um espaço agradável e com pessoas muito simpáticas (não havia dinheiro suficiente para a despesa e deixaram-nos ficar a dever, prometemos pagar já no próximo fim de semana).



Como já tinha dito num post anterior, as nossas baterias estão carregadas e prontas para um ano cheio de leituras. O livro escolhido para este mês foi o Sétima Porta de Richard Zimler, grandito, mas lê-se muito bem. Para que possam comprar, requisitar ou ir lenda, aqui fica os livros para os próximos meses:



- A Casa Grande de Romarigães de Aquilino Ribeiro;

- O Menino do Lapedo de João Aguiar;

- As Pequenas Memórias de José Saramago.



Para além de decidir os próximos livros pensamos em organizar algumas visitas, associadas aos livros, mas por agora fica só a ideia....



Boas leituras.



P.S: o próximo encontro é no dia 21 de Outubro.

19 setembro, 2007

Estamos de volta...

Com as baterias carregadas e cheios de ideias novas, é desta forma que regressámos à "vida real". Para partilhar convosco as novidades, nada melhor que um encontro. Este Domingo no Museu do Teatro às 10h30.
Conto convosco para mais uma temporada do À Volta das letras.
Até lá, boas leituras.

24 julho, 2007

Vamos de férias, mas voltamos...

Vamos de férias. O regresso fica agendado para dia 23 de Setembro. Em tempo de férias sugerimos como o último livro de Gonçalo Cadilhe - África Acima.
Até lá boas leituras.

20 junho, 2007

O que levará uma mãe a matar os seus filhos?

«- Sim, mas isso só você topou quando o trabalhinho já estava feito. Normalíssima, dona de casa exemplar. Pôs o banho a correr, foi chamando os filhos um a um, metia-lhes a mão na cabeça enquanto rezava. Os miúdos a esbracejar, de olhos abertos debaixo de água, pensavam que iam para o banho. E assim que ela afogava um, pegava nele ao colo, ia deitá-lo na caminha, chamava outro.»

O que levará uma mãe a matar os seus filhos? A loucura? O desequilíbrio? Mas que loucura ou que desequilíbrio poderá transformar uma mãe na assassina dos seus filhos?

19 junho, 2007

Às vezes é mesmo assim ...

«As pessoas são medíocres, estão sempre a ver mal em tudo.»

Uma amiga ...

«Uma amiga é sempre uma coisa boa para as mulheres andarem contentes. Sentem-se amparadas, aptas a confidências.»

O que seria a vida sem amigos? Quem não tem amigos não é feliz.

18 junho, 2007

Para abrir o apetite ....

«Uma criança desaparece. Estava à guarda do pai. O choque da notícia atira a mãe para um abismo de amnésia. Sem memória, é incapaz de chorar um filho que não sabe que tem. Como podemos continuar a viver se caminhamos vazios. E há um homem que arranja uma amante enquanto visita a mulher no hospital. Ladrões que roubam cinzas de uma morta. Há as maldades desumanas do amor, um sopro pérfido que o diabo sussurra aos ouvidos. Em fundo, a irracional violência do divórcio. A bestialidade das palavras que atiramos uns aos outros como pedras. Uma mulher que espera ainda e sempre, à janela. Porque o coração é um bicho e não ouve. E uma pergunta a que não se ousa responder: Para onde vão os amores que foram um dia?»

16 junho, 2007

1ª frase

Agora

e por mais que tentes, que te arranhes, ainda que fujas em círculo, às voltas, às voltas, por mais que corras e pares e hesites e largues outra vez a toda a velocidade

      Não te lembras

      Não te lembras


      Não te lembras

12 junho, 2007

Foi assim...

Lá estivemos na Feira do Livro, numa esplanada idêntica a do ano passado, na qual inicíamos este projecto. Foi tempo de balanço, de novos projectos, foi interessante ver como já somos reconhecidos pelos escritores que nos cumprimentam como velhos amigos.
Foi um encontro diferente, Manuel da Silva Ramos não conseguiu vir, tinha a revisão do seu último livro para entregar até terça feira, mas prometeu estar connosco no próximo sabádo.
Ficou combinado, próximo sabádo encontro ás 17h na Graça, seguido de jantar e teatro vamos ver a peça de José Luís Peixoto ao São Luiz. Mais para o fim da semana comunicaremos o local certo e o restaurante onde vamos jantar, quem estiver interessado neste programa é aparecer.
O livro do próximo mês é a Mulher em Branco de Rodrigo Guedes de Carvalho e o próximo encontro será no dia 8 de Julho.
Até lá boas leituras.

08 junho, 2007

Até Domingo...

Domingo às 17h junto aos auditórios no cima da Feira do Livro. O escritor vai estar presente.
Até lá.
P.S.: Quem se perder pode ligar para mim 91 243 2005.

07 junho, 2007

Licor Chinês

«Lisabeth deixou-os assim ... Virou costas e (...) foi comprar na Rua da Palma uma garrafa chinesa de licor esverdeado (wuzhou ma zong she jiu) com um lagarto lá dentro (...)»

Ainda me lembro da primeira vez que vi, num restaurante chinês, este licor. Confesso que me fez uma certa impressão ver o lagarto lá dentro, mas acabei por provar.

04 junho, 2007

Próximo encontro,

vai ser na Feira do Livro no dia 10 de Junho às 17h, com a presença de Manuel Silva Ramos. Este encontro vai ser especial, pois foi no dia 10 de Junho de 2006, precisamente na Feira do Livro nasceu este blogue. Fazemos um aninho. É tempo de balanços, novos objectivos mas acima de tudo de comemoração.
São todos convidados. Até lá boas leituras.

29 maio, 2007

Porque será?

«Portugal é um país de cegos e diabéticos ...»

Morrer sem dor nem sofrimento ...

«Não desejam secretamente os Portugueses morrer de um momento para o outro? Sem dor, sem castigo? Sem remorso ao cimo duma calçada?»

Quando penso na morte, penso que gostaria de manter a minha dignidade até ao fim. Sem dor. Sem sofrimento. Sem pesos na alma. É talvez a maneira de morrer ideal.

Ginginha Rubi

"E não tardei a entrar na Ginginha Rubi ..."

26 maio, 2007

Manias

"Não se muda o mundo com uma reynolds..."


Conheço várias pessoas que escrevem sempre com a mesma marca de canetas, como a bic ou mais modernas, como as canetas de gel. Como um talismã, não largam aquela marca. Pessoalmente só escrevo com canetas reynolds e quando chegam ao fim guardo-as numa caixa... Manias!

22 maio, 2007

Mário de Sá Carneiro

" Rapidamente me sentei ao seu lado direito e lhe falei da poesia e da gordura de Mário de Sá Carneiro... O meu poeta preferido..."




Último soneto


Que rosas fugitivas foste ali:
Requeriam-te os tapetes – e vieste...
– Se me dói hoje o bem que me fizeste,
É justo, porque muito te devi.


Em que seda de afagos me envolvi
Quando entraste, nas tardes que apareceste –
Como fui de percal quando me deste
Tua boca a beijar, que remordi...


Pensei que fosse o meu o teu cansaço –
Que seria entre nós um longo abraço
O tédio que, tão esbelta, te curvava...


E fugiste... Que importa ? Se deixaste
A lembrança violeta que animaste,
Onde a minha saudade a Cor se trava?...


Paris - dezembro 1915


Mário de Sá-Carneiro
Poemas Completos
Edição Fernando Cabral Martins
Assírio & Alvim
2001

20 maio, 2007

Manuel Da Silva Ramos

Aqui fica a apresentação do nosso autor retirado do blogue :

http://contosparaajuventude.blogspot.com/



Aos 21 anos ganha o Prémio de Novelística Almeida Garrett de 1968, instituído pela Editorial Inova e Portugália Editora, com "Os Três Seios de Novélia". Publica três livros em parceria com Alface: "Os Lusíadas" (1977), "As Noites Brancas do Papa Negro" (1982) e "Beijinhos" (1996). Volta definitivamente a Portugal em 1997 depois de ter ganho uma Bolsa de Criação Literária atribuída pelo Ministério da Cultura.

Em 1999 publica "Portugal, e o Futuro?", "O Tanatoperador", "Adeusamália" e "Coisas do Vinho", com ilustrações de Zé Dalmeida. Em 2000, depois de uma viagem de investigação a Moçambique, publica o seu romance mais ambicioso "Viagem com Branco no Bolso".

Em 2001, depois de ter ganho uma outra Bolsa de Criação Literária, instala-se durante três meses em Praga, na República Checa, onde escreve "Jesus, The Last Adventure of Franz Kafka", publicado em 2002. Em 2003, realiza uma factoficção sobre a sua cidade natal e o mundo dos têxteis: "Café Montalto". "Ambulância" (2006), editado na Dom Quixote, é o seu mais recente romance. Tem numerosos inéditos e a sua ficção, como disse um dia Ernesto Sampaio, é uma brisa fresca na literatura portuguesa.

Cidade maravilhosa...





"Irene, a minha jovem amante espanhola, tinha partido definitivamente para Barcelona, à la sauvette, pretextando uma trombose dum pai alcoólico."

13 maio, 2007

Foi assim...


Depois de alguns percalços… Lá nos sentamos todos à volta de uma mesa na esplanada da cafetaria do Museu do Teatro. A conversa com José Luís Peixoto decorreu ao sabor de chá de morango e camomila. Foi uma manhã deliciosa, tal como a Laranjinha descreveu a escrita do Cemitério de Pianos. A opinião foi unânime ficamos rendidos ao bom humor, simpatia e simplicidade de José Luís Peixoto.

Não vou contar pormenores da conversa, isso é a recompensa para quem foi ao encontro. Posso revelar apenas os gostos e sugestões literárias do nosso escritor:

- O auto dos danados de António Lobo Antunes;
- A luz em Agosto de William Faulkner.

Para a leitura do próximo mês José Luís Peixoto sugeriu e nós aceitamos Manuel da Silva Ramos e o Sol da Meia-noite.

Agradecemos a José Luís Peixoto a sua disponibilidade e simpatia.

Boas leituras!

11 maio, 2007

É este Domingo...

Já passou quase um mês. Este Domingo às 10h30 na cafetaria do Museu do Teatro ,(tivemos de alterar, porque a cafetaria do MNAA ainda não abriu), com a simpática presença de José Luís Peixoto.

Estão todos convidados para mais uma conversa e um café.

Até lá, boas leituras.

Quase em tempo de férias.


"Chegámos por Estocolmo."
Aqui fica um artigo da Rotas & Destinos para nos abrir o apetite.

10 maio, 2007

Profissional


"E os instantes frágeis em que o afinador acertava a sua pequena chave de prata e apertava ou distendias as cordas"
Para quem precisar, aqui fica o contacto de um afinador de pianos. Dever ser um profissão bem gira!

08 maio, 2007

Francisco Lázaro

Francisco Lázaro foi o primeiro português a correr numa maratona nos Jogos Olímpicos. Foi em 1912, em Estocolmo. Morreu vítima de insolação.

Sobre Francisco Lázaro e os Jogos Olímpicos, ver aqui as notas do autor.

O Tempo

«O tempo desloca-se dentro de si próprio movido pela angústia e pelo desejo. O tempo não tem vontade, tem instinto. O tempo é menos que um animal a correr. Não pensa para onde vai.»

Regras de Etiqueta

“(...) apesar de se ter rido quando eu fiquei a olhar para os talheres de jantar sem saber o que fazer...”

Para dúvidas sobre como se comportar à mesa aqui fica algumas dicas.

06 maio, 2007

Romances de Amor ...

Maria tinha a paixão pela leitura de romances de amor. Escondia-se no cemitério de pianos e passava algumas tardes a saborear os romances.

«Formavam colecções que tinham nomes de mulher: Sabrina, Bianca, Júlia. »

Tenho ideia, da minha infância, que estes romances fizeram furor junto do público feminino, talvez nos finais dos anos 70. Devem ter feito sonhar muita gente. Estes romances e as fotonovelas.

Modas

"Raparigas levavam alcofas de fazer mandados no ângulo do braço e desviavam o rosto corado quando passavam à porta dos cafés."

Lembro de quando era miúda a minha avó usar alcofas para ir as compras. Qual não é o meu espanto que 28 anos depois descubro que estão novamente na moda e não só para ir as compras mas para usar no dia a dia. Como diria o Pessa, e esta hem...
A imagem foi gentilmente roubada no http://dinaladina.blogspot.com/ .

04 maio, 2007

Simpático

"(...) olhavam-no de boca aberta, com sorrisos de poucos dentes."

Mais simpático do que lhe chamar desdentado.

03 maio, 2007

José Luís Peixoto

Ontem no Pessoal... e Transmissível, Carlos Vaz Marques esteve à conversa com José Luís Peixoto, para quem não ouviu aqui fica o link.

É agora!


"- Acorda! Rebentaram-me as águas."

Segundo consta é a partir deste momento que os homens se sentem em desespero e uns verdadeiros inúteis. Já ouvi as histórias mais incrivéis. O pai desmaia, não sabe do carro, não se lembra do que é preciso levar para o hospital, vai aos berros com toda a gente que se lhe atravesse a frente até à maternidade. Depois nasce a criança e ainda não percebi se o ar com que ficam é mesmo de felicidade ou de alívio!
Este post é dedicado à Jazzoesfera que daqui a dois meses vai poder explicar melhor este stress paterno.

01 maio, 2007

Uma carta de amor ...

«No cemitério de pianos, durante as tardes inteiras de uma semana, escrevi e rasguei, e escrevi de novo, e rasguei de novo, e escrevi de novo a carta onde dizia uma parte daquilo que sentia por ela. Podiam passar-se horas no tempo que demorava a escolher uma palavra.»

Um destes dias na televisão o psicólogo Eduardo Sá referiu que nenhum aluno deveria entrar na faculdade se não tivesse já escrito uma carta de amor. Curioso não é?

Deste excerto gosto do cuidado que o personagem tem na escolha das palavras certas para exprimir o que sente.

A história ...

Uma oficina. Um cemitério de pianos. Um tio e um sobrinho. Uma família. Um amor ...

A família

Francisco, Simão, Maria, Marta, Elisa, Hermes e Íris.

Boas notícias II.

José Luís Peixoto aceitou o nosso convite. Vai estar presente no nosso encontro, dia 13 de Maio na cafetaria do Museu de Arte Antiga.
Boas leituras!

30 abril, 2007

Boas notícias!


Os nossos amigos Pedro Sousa Pereira e Jorge Araújo lançaram o seu novo livro "Cinco Balas Contra a América". Depois do prazer que nos proporcionaram com os seus últmos livros, não devo ser a única em pulgas para o começar a ler.
Para eles um grande beijinho.
Mais informações sobre o livro ver aqui.

Frase

"Eu tinha acabado de morrer."

Será o fim?

"Às nove horas da noite, o telefone tocou. O telefone tocou durante um momento, que foi muito longo, porque ninguém o queria atender, porque todos tinham medo de o atender..."

Agora quase ninguém tem telefone fixo, o velho som do telefone a tocar e a correria para o atender está a acabar. Nos dias de hoje cada um tem o seu telemóvel, quando toca sabemos, na maioria das vezes, quem é. Sabemos que é para nós. Tornou-se um objecto muito pessoal. Ainda me lembro de a minha família ser a única com telefone em casa e as vizinhas irem lá pedir para fazer um telefonema.
Mudam-se os tempos mudam-se os telefones.

29 abril, 2007

Cemitério de Pianos

«O meu pai morreu longe de minha mãe, exausto, no mesmo dia em que nasci.»

Em Cemitério de Pianos somos conduzidos pela voz do narrador que nos apresenta a sua família, num registo passado/presente, ou seja antes e depois da sua morte.

A escrita de José Luís Peixoto é deliciosa. Deliciosa. Quem ainda não começou a ler, corra a uma livraria, já!

26 abril, 2007

24 abril, 2007

Este mês....


Por sugestão de Pedro Canais este mês vamos ler Cemitério de Pianos de José Luís Peixoto. O próximo encontro será no dia 13 de Maio no Museu Nacional de Arte Antiga, na cafetaria.
Boas leituras.