16 novembro, 2007

Sociedade Luandense do século XIX e falta de vontade para o trabalho

«Ao acreditar no que tenho ouvido não existe nesta cidade um único homem honesto, esposa fiel, donzela recatada. Os colonos podem no geral ser divididos em:

1. Criminosos a cumprir degredo.

2. Degredados que, cumprida a pena, preferiram sabiamente manter-se cá.

Quanto aos filhos-do-país (...) esses ocupam-se trabalhalhosamente a construir intrigas nos cafés da capital (...). (...) enquanto se devoram uns aos outros por um cargo menor na hierarquia da Fazenda, os degredados seduzem-lhes as mulheres e as filhas, roubam-lhes as terras e os negócios, reforçam o seu poder na administração da colónia.

Trabalhar ninguém trabalha em Luanda a não ser os escravos; e fora da cidade trabalham os, assim chamados, «pretos boçais». Trabalhar representa portanto para o Luandense uma actividade inferior, insalubre, praticada por selvagens e cativos. »

in Nação Crioula, p. 13 e 14

Sobre a sociedade Angolana do século XIX ver aqui e aqui.

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