“Estamos constantemente a conhecer pessoas: por vezes, os habitantes dos lugares que visitamos; mas, com mais frequência, outros viajantes que, como nós, visitam esses lugares. Os interesses e as preocupações são comuns, a solidariedade nasce espontaneamente. Uma característica óbvia das amizades em trânsito é a curta duração. Uns dias juntos, e depois as estradas bifurcam de novo. Talvez por o prazo de validade ser tão breve, ou talvez porque a andar pelo mundo sentimo-nos mais vulneráveis, a verdade é que as amizades feitas em viagem adquirem uma força inoxidável.
Pergunto-me se alguma vez me teria sentido tão ligado ao John se ele fosse o meu vizinho de casa ou o avô de um qualquer meu amigo.”
In A Lua Pode Esperar
Na minha humilde opinião, estas curtas amizades são marcantes porque não houve tempo suficiente para haver chatices – não se chegam a conhecer os defeitos, as manias irritantes, entre as muitas outras coisas que tornam um indivíduo único, e tantas vezes difícil de aturar. É como se o novo e breve conhecido mostrasse apenas o que tem de melhor.
Sou sincera, este facto irrita-me. Conheço viajantes que falam com profundo sentimento e saudade dos que conheceram nas suas viagens. Mas poucas ou nenhumas vezes os vi referirem-se com tanta intensidade a gente com quem se dão todos os dias, aqueles a quem conhecemos os defeitos, e que conhecem os nossos.
Acho que não é justo…
Pergunto-me se alguma vez me teria sentido tão ligado ao John se ele fosse o meu vizinho de casa ou o avô de um qualquer meu amigo.”
In A Lua Pode Esperar
Na minha humilde opinião, estas curtas amizades são marcantes porque não houve tempo suficiente para haver chatices – não se chegam a conhecer os defeitos, as manias irritantes, entre as muitas outras coisas que tornam um indivíduo único, e tantas vezes difícil de aturar. É como se o novo e breve conhecido mostrasse apenas o que tem de melhor.
Sou sincera, este facto irrita-me. Conheço viajantes que falam com profundo sentimento e saudade dos que conheceram nas suas viagens. Mas poucas ou nenhumas vezes os vi referirem-se com tanta intensidade a gente com quem se dão todos os dias, aqueles a quem conhecemos os defeitos, e que conhecem os nossos.
Acho que não é justo…
3 comentários:
A intensidade com que vives as coisas muda radicalmente se souberes que nunca mais ou dificilmente vais voltar a ver essa pessoa.
Por isso essas amizadas são tão marcantes, além do que estar a X Km de casa, sozinho e encontrar alguém com quem se possa falar, deve ser uma alegria que dificilmente conseguimos imaginar.
Acho que percebo o Gonçalo...
E a amizade é sempre surpreendente. De certeza que não é uma gaveta bem indexada onde cabem todas as tuas relações. Tenho amigos de todo o grau e o laço que me une a eles é sempre verdadeiro. Compreendo o Gonçalo e não acho injusto a intensidade dos encontros com o desconhecido. Faz-nos sentir vivos e atentos a tudo. O problema é a rotina que se instala no que é conhecido. Mas também aí há o deafio de descobrir sempre algo de novo.
O que desgasta é o dia a dia.
Estar longe, traz saudades.
A verdadeira amizade não depende da distância. Pode estar-se longe, mas, hoje em dia, há sempre um E- mail para escrever que estamos perto.
Filipa
Enviar um comentário