Através de Martim Regos apercebemo-nos de algumas diferenças entre cristãos e mouros. Martim Regos sabia ler e escrever ao contrário de uma jovem cristã da sua idade. Os mouros tinham o hábito dos banhos, tinham o hamém dos banhos, um espaço público, ao contrário dos portugueses que cheiravam mal e tomavam banho "uma vez na vida".
29 janeiro, 2007
Guerra das Rosas
«E em Inglaterra disse como seguiam os ingleses matando-se uns aos outros por amor de uma rosa branca e de uma rosa encarnada (...).»
in A Lenda de Martim Regos, P. 172
Sobre a Guerra das Rosas, aqui.
in A Lenda de Martim Regos, P. 172
Sobre a Guerra das Rosas, aqui.
26 janeiro, 2007
Martim Regos está apaixonado
“Porém tremuras me vieram e desassossegos, que foi vendo outra vez seus modos e suas mãos e seus beiços e compostura de narizes, que mais e mais eu queria ver de perto como era cada coisa, e masi e mais eu me fui acercando o tanto que podia.
(...)
E foi mui desconcertado que fiquei de minha alma e sem saber mais o tanto que havia a fazer.”
In A Lenda de Martim Regos, pág. 97/98
Já todos passamos por esta turbilhão de emoções de estar apaixonado. Quando lemos estas descrições conseguimos perceber exactamente o que o personagem está a sentir. Talvez por isso se diga que o amor é um sentimento universal.
Numa homenagem a este sentimento, aqui fica alguns testemunhos nas mais diferentes formas de expressão:
Livro: Romeu e Julieta de William Shakespeare escrito no século XVI, é uma das obras mais adaptadas tanto no cinema como no teatro. Retrata a história de amor entre dois jovens de famílias rivais.
Filme: As pontes de Madison Conty, baseado num livro de Robert Waller este filme foi dirigido e representado por Clint Eastwood em 1995. Conta a história de um fotografo forasteiro e de uma mulher casada que se apaixonam e ... Talvez um dos poucos filmes que considero ter superado o livro.
Poesia: Entre muitos outros
(...)
E foi mui desconcertado que fiquei de minha alma e sem saber mais o tanto que havia a fazer.”
In A Lenda de Martim Regos, pág. 97/98
Já todos passamos por esta turbilhão de emoções de estar apaixonado. Quando lemos estas descrições conseguimos perceber exactamente o que o personagem está a sentir. Talvez por isso se diga que o amor é um sentimento universal.
Numa homenagem a este sentimento, aqui fica alguns testemunhos nas mais diferentes formas de expressão:
Livro: Romeu e Julieta de William Shakespeare escrito no século XVI, é uma das obras mais adaptadas tanto no cinema como no teatro. Retrata a história de amor entre dois jovens de famílias rivais.
Filme: As pontes de Madison Conty, baseado num livro de Robert Waller este filme foi dirigido e representado por Clint Eastwood em 1995. Conta a história de um fotografo forasteiro e de uma mulher casada que se apaixonam e ... Talvez um dos poucos filmes que considero ter superado o livro.
Poesia: Entre muitos outros
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
Luís de Camões
Pintura: O Beijo, Gustavo Klimt
Blogue: Amorizade
25 janeiro, 2007
Pêras emborrachadas ou bêbadas
"Quis então meu pai saber se me haviam dado vinho a beber secretamente ou peras emborrachadas ou águas de maçã arrecadada, pois tais coisas que eu ali estava dizendo não lhe pareciam senão pensares de cristão avinhado."
In a Lenda de Martim Regos, pág. 96
Penso que as pêras emborrachas de que Martim Regos fala sejam hoje as pêras bêbadas. Aqui fica uma receita das pêras bêbadas, provavelmente mais requintada do que no tempo de Martim Regos. Bom apetite.
Ingredientes:
250g de açúcar
2,5 dl a 3dl de vinho tinto de boa qualidade
1 dl de água1 pau de canela1 casca de limão
8 pêras
Levar o açúcar ao lume num tacho (onde as pêras consigam caber em pé, lado a lado) com o vinho, a água, o pau de canela e a casca de limão. Deixar ferver sobre lume brando cerca de 10 a 15 minutos.Descascar as pêras, mas com o cuidado de lhes deixar os pés. Introduzir as pêras na calda de açúcar e vinho tinto.Tapar e deixar ferver, em lume brando, até as pêras estarem macias. É importante ir regando as pêras com o molho. Servir as pêras polvilhas com açúcar em pó e bolas de gelado de amêndoa.
24 janeiro, 2007
Lenda dos Seteais
"Deixando meu pai de contar por sua voz as lendas e fábulas...”
In a Lenda de Martim Regos, pág. 91
Não resisto a contar esta lenda da vila de Sintra. Sempre gostei muito desta história e quando passo nos Seteais dou sempre um grito para ouvir o eco.
Não resisto a contar esta lenda da vila de Sintra. Sempre gostei muito desta história e quando passo nos Seteais dou sempre um grito para ouvir o eco.
Conta a lenda que quando Sintra ainda pertencia aos mouros, um dos primeiros cavaleiros cristãos a subir a serra de Xentra (como os mouros chamavam a Sintra) foi D. Mendo de Paiva. No meio da confusão da debandada de uns e chegada de outros, encontrou-se junto a uma pequena porta secreta por onde fugiram vários mouros da fortaleza. Entre eles viu uma moura muito bonita, acompanhada pela velha aia.
Ao dar com os olhos no cristão, a moura suspirou por se sentir descoberta, e a velha, que ainda não reparara no cavaleiro, apressou-se a pedir-lhe que não suspirasse. Porém, reparando no olhar da ama, fixo num ponto determinado, seguiu-o e viu finalmente o inimigo, que sorridente lhe disse:
- Acaba o que ias dizendo!
Mas a velha, de sobrolho carregado, respondeu-lhe:
- O que tenho para dizer não serve para ouvires, cáfir! Os cristãos já têm tudo quanto queriam: os nossos bens, as nossas terras, o castelo. Vai-te! Vai-te e deixa-nos em paz, conforme o combinado.
- Vai-te tu, velha! A rapariga é minha prisioneira!
A moura, ao ouvir tal coisa, suspirou novamente, de medo e comoção. A velha, ao ouvir aquele novo ai, achou que era melhor confessar o seu segredo ao cristão:
- Não digas mais nada, cristão! Não digas mais nada, que a minha ama carrega desde o berço uma terrível maldição!...
- Como assim velha?!- perguntou o cavaleiro, ao mesmo tempo que a moura dava o terceiro suspiro.
- Ah, cavaleiro! À nascença a minha ama foi amaldiçoada por uma feiticeira que odiava a sua mãe por lhe ter roubado o homem que amava. Fadou-a a morrer no dia em que desse sete ais... e como vês, já deu três!
D. Mendo deu uma alegre gargalhada, e a jovem outro ai.
- Não acredito nessas coisas, velha! Olha, a partir de agora ambas ficarão à minha guarda. Eu quero para mim a tua bela ama!
A moura suspirou de novo e a velha, numa aflição sem limites, gritou:
- Ouviste, cavaleiro, ouviste?! É o quinto ai! Que Alá lhe possa valer!
- Não tenhas medo! Espera aqui um pouco... Voltarei para vos levar a um sítio sossegado!
O cristão afastou-se rapidamente e, assim que desapareceu dentro das muralhas, um grupo de mouros que ouvira a conversa surgiu subitamente para roubar as duas mulheres. Com um golpe de adaga cortaram a cabeça à velha, que nem teve tempo de dar um ai. A jovem é que, ao ver a sua velha aia morrer daquele modo inesperado e cruel, soltou um novo e dolorido ai.
Era o sexto, e o sétimo foi a última coisa que disse, no momento em que viu a adaga voltear para lhe cair sobre o pescoço.
Quando pouco depois D. Mendo voltou com uma escolta, ficou tristemente espantado: afinal cumprira-se a maldição!
D. Mendo jurou vingança e a partir desse dia tornou-se o cristão mais desapiedado que os mouros jamais encontraram no seu caminho.
E, em memória da moura que desejara e uma maldição matara, chamou, àquele recanto de Sintra, Seteais.
Ainda hoje, nos belos jardins de Seteais há um sítio onde se alguém disser um "ai" ouvirá um eco que o repetirá seis vezes, ouvindo-se assim sete ais em honra da mouro que um dia lá morreu.
Isabel de Solis
“Por esse tempo andou correndo voz entre os mais dos mouros que o soldão de Granada andava fazendo muita soma de desvergonhas publicamente em seu paço de Alhambra, que era com uma sua cativa cristã que chamavam Isabel Solis.”
In a Lenda de Martim Regos, pág. 88
In a Lenda de Martim Regos, pág. 88
Isabel de Solis foi feita prisioneira durante uma batalha entre cristãos e muçulmanos e levada para Alhambra.
Muley Hacén rei de Granada apaixonou-se pela cristã. Depois de convertida à religião islâmica passa a chamar-se de Zoraya e torna-se a esposa principal de Muley Hacén.
Esta decisão do Rei vai provcocar disputas e intrigas internas com o a Sultana Aixa (até então esposa principal)e seus apoiantes.
Muley Hacén acaba por abdicar do seu trono para o irmão Zagal que mais tarde é derrotado pelos reis católicos (1492).
Reza a história que depois de Muley Hacén morrer Zoraya volta a converter-se na religião cristã.
Zoraya ou Isabel de Solis tem inspirado muitos escritores e já foram publicados alguns livros que contam a vida dela, o último em 2000 de Laurence Vidal que publicou Los Amantes de Granada.
Muley Hacén rei de Granada apaixonou-se pela cristã. Depois de convertida à religião islâmica passa a chamar-se de Zoraya e torna-se a esposa principal de Muley Hacén.
Esta decisão do Rei vai provcocar disputas e intrigas internas com o a Sultana Aixa (até então esposa principal)e seus apoiantes.
Muley Hacén acaba por abdicar do seu trono para o irmão Zagal que mais tarde é derrotado pelos reis católicos (1492).
Reza a história que depois de Muley Hacén morrer Zoraya volta a converter-se na religião cristã.
Zoraya ou Isabel de Solis tem inspirado muitos escritores e já foram publicados alguns livros que contam a vida dela, o último em 2000 de Laurence Vidal que publicou Los Amantes de Granada.
23 janeiro, 2007
Imperdoável...
Ainda não escrevemos nada acerca do nosso escritor. A verdade é que não há muita informação na net sobre ele, o que conseguimos foi aqui.
Quanto a foto, a qualidade não é das melhores mas só conseguimos esta.
Praça de Arzila
Martim Regos procura na praça de Arzila (Marrocos) o ouro que lhe permita ficar rico e pagar a fiança de Isabel.
Arzila foi conquistada pelos portugueses em 1471. A história de Arzila, aqui.
Arzila foi conquistada pelos portugueses em 1471. A história de Arzila, aqui.
17 janeiro, 2007
Alhambra
“Pranto havia então somente na alma de meu pai Abu, que antes ainda que fôssemos a nossas casas, fomos à grande mesquita fazer muitas rezas a Alá, rogando muitas vezes por Sua misericórdia infinita e isto foi com jura que fez meu pai, jurada três vezes, de não mais subir ao em dias de sua vida, em quanto fosse vivo o novo soldão.”
In A lenda de Martim Regos, pág. 83
Alhambra é um palácio rodeado de arvores que fica situado no cimo de uma colina em Granada. Alhambra significa vermelho em árabe, a quem diga que lhe foi atribuído esse nome porque a muralha que rodeia o palácio foi construída com um tijolo dessa cor.
O palácio foi construído entre os anos de 1248 e 1354 nos reinados de Ibn-al-Ahmar e seus sucessores, não há certezas no que respeita aos nomes dos arquitectos e artistas envolvidos neste projecto.
Desde 1492, data da conquista cristã, este Palácio tem sofrido algumas alterações às mãos dos invasores. D. Carlos V (Imperador do Sacro Império Romano Germânico), alterou-o ao estilo renascentista, Filipe V de Espanha modificou os quartos ao seu gosto. Napoleão tentou mesmo destrui-lo por inteiro mas um valente soldado desmontou algumas das bombas que tinham instalado e salvou parte do monumento. Em 1821 é atingido por um sismo que causou ainda mais estragos.
Pelas imagens parece ser um lugar lindíssimo, cheio de história e com muito para ver.
Para mais informações.
Se resolverem visitar aqui estão algumas sugestões de hotéis:
- Melia Granada
- Abadia Hotel
16 janeiro, 2007
Lisboa - século XV
No capítulo XXVI, Martim Regos chega à cidade de Lisboa e descreve o que vê, dando-nos uma ideia de como seria a cidade nos meados do século XV.
Martim Regos refere que entrou na cidade "pelas portas que chamam de Santo Antão". Hoje, na cidade temos uma rua com esse mesmo nome (Rua das Portas de Santo Antão).
Ao Rossio chamavam Valverde. Às terças-feiras havia feira no Rossio e gentes de todos os lados vinham vender aqui as suas mercadorias nomeadamente, alfaias, panos de lã, loiças, calçado, sementes, frutas, gamelas, caldeiros, gaiolas, etc.
A escadaria da Sé estava "pejada de pedintes de toda a sorte".
Hoje, a zona do Rossio, Baixa e Sé continuam a ser o centro da cidade. Ruas cheias de comércio, com lojas e vendedores de rua com os mais variados tipos de produtos e, como não poderia deixar de ser, muitos turistas.
Mudam-se os tempos, a fisionomia da cidade, mas o espírito mantém-se.
Aqui ficam algumas fotos da cidade no século XXI:
Martim Regos refere que entrou na cidade "pelas portas que chamam de Santo Antão". Hoje, na cidade temos uma rua com esse mesmo nome (Rua das Portas de Santo Antão).
Ao Rossio chamavam Valverde. Às terças-feiras havia feira no Rossio e gentes de todos os lados vinham vender aqui as suas mercadorias nomeadamente, alfaias, panos de lã, loiças, calçado, sementes, frutas, gamelas, caldeiros, gaiolas, etc.
A escadaria da Sé estava "pejada de pedintes de toda a sorte".
Hoje, a zona do Rossio, Baixa e Sé continuam a ser o centro da cidade. Ruas cheias de comércio, com lojas e vendedores de rua com os mais variados tipos de produtos e, como não poderia deixar de ser, muitos turistas.
Mudam-se os tempos, a fisionomia da cidade, mas o espírito mantém-se.
Aqui ficam algumas fotos da cidade no século XXI:
Será??
“ Martim Regos encontra-se com Thomas More e inventa a história da ilha da Utopia.”
In a Lenda de Martim Regos, pág. 589.
“Rafael Hitlodeu, pois é o seu nome. (...) Nasceu em Portugal e deixou aos irmãos os bens que por herança paterna lhe tinham cabido em sorte. Levado pelo desejo de ver e conhecer as mais longínquas regiões do mundo, juntou-se a Américo Vespúcio e acompanhou-o em três das suas quatro viagens, cujo relato corre mundo.”
In Utopia de Thomas More.
Será este Rafael (personagem da Utopia) o nosso herói Martim Regos?
In a Lenda de Martim Regos, pág. 589.
“Rafael Hitlodeu, pois é o seu nome. (...) Nasceu em Portugal e deixou aos irmãos os bens que por herança paterna lhe tinham cabido em sorte. Levado pelo desejo de ver e conhecer as mais longínquas regiões do mundo, juntou-se a Américo Vespúcio e acompanhou-o em três das suas quatro viagens, cujo relato corre mundo.”
In Utopia de Thomas More.
Será este Rafael (personagem da Utopia) o nosso herói Martim Regos?
15 janeiro, 2007
Curriculum Vitae de Martim Regos
1459- Funcionário de uma saboaria do Infante D. Henrique.
1476- Viaja com Fernão Teles, à procura de novas ilhas.
1483 – Espião ao serviço de D. João II
1488 –Escravo no continente africano
1501 – Parte numa embarcação de Vespúcio e vai reconhecer a costa brasileira
1507- Martim Regos sobe o rio Nilo e descobre a conflûencia do Nilo Branco com o Nili azul
1509- Percorre a India em busca do Himalaia
1515 –Encontra-se com Thomas More e inventa a história da ilha da Utopia
1537 –Em Coimbra é condenado à fogueira, mas acaba por receber clemência e é desterrado para o Brasil.
1476- Viaja com Fernão Teles, à procura de novas ilhas.
1483 – Espião ao serviço de D. João II
1488 –Escravo no continente africano
1501 – Parte numa embarcação de Vespúcio e vai reconhecer a costa brasileira
1507- Martim Regos sobe o rio Nilo e descobre a conflûencia do Nilo Branco com o Nili azul
1509- Percorre a India em busca do Himalaia
1515 –Encontra-se com Thomas More e inventa a história da ilha da Utopia
1537 –Em Coimbra é condenado à fogueira, mas acaba por receber clemência e é desterrado para o Brasil.
Lei dos Mouros
“ Foi ainda em caminho de Granada que me ensinou meu pai Abu as cinco colunas da Lei dos mouros...”
In A Lenda de Martim Regos, pág.79
Os cinco pilares do Islão são cinco deveres básicos de cada muçulmano:
- A recitação e aceitação do credo
- Orar cinco vezes ao longo do dia
- Pagar dádivas rituais
- Observar o jejum no Ramadão
- Fazer a peregrinação a Meca.
In A Lenda de Martim Regos, pág.79
Os cinco pilares do Islão são cinco deveres básicos de cada muçulmano:
- A recitação e aceitação do credo
- Orar cinco vezes ao longo do dia
- Pagar dádivas rituais
- Observar o jejum no Ramadão
- Fazer a peregrinação a Meca.
Para um grande crime, um castigo não menos violento ...
«(...) logo ao dia seguinte foram a esquartejar os três homens por quatro cavalos inteiros da casa do senhor Infante. E a cada qual foi atada uma corda em cada perna e em cada braço, e as quatro cordas foram a atar cada qual por sua vez ao arreio de um cavalo, e logo havendo ordem do senhor Infante, se puseram os quatro cavalos puxando cada qual para seu lado, até que se descalçaram os ossos dentro da carne dos homens, e que seus corpos se acharam desmoídos, que em menos de um páter-nóster de anarem puxando os cavalos, já não havia para eles remédio.
E as mulheres foram a matar em forca (...)»
in A Lenda de Martim Regos, P. 51E as mulheres foram a matar em forca (...)»
E assim se fazia justiça. Pouco valor se dava à vida humana.
14 janeiro, 2007
Hoje foi assim
Estava uma manhã de nevoeiro, muito frio e Lisboa estava deserta. Ainda assim nada serviu de entrave a mais um encontro do À volta das letras.
Valeu-nos o calor humano e o prazer de estarmos novamente juntos, sentados numa esplanada com o Castelo de S. Jorge a servir de cenário lá se passou mais uma manhã.
Muita conversa, o que se leu, os filmes vistos, a entrevista de Ricardo Araújo de Pereira, as peças de teatro que vão estrear e que queremos ver, enfim mais uma vez o tempo passou muito rápido.
Ficou então decidido que o próximo encontro seria no Café Martinho da Arcada, o livro que já estamos a ler – Lenda de Martim Regos de Pedro Canais, o próximo encontro no dia 11 de Fevereiro às 10h30.
Boas leituras.
13 janeiro, 2007
Até amanhã!
Amanhã lá estaremos, 10h30 junto a entrada do Castelo de S. Jorge, vamos falar dos contos que lemos durante o mês de Dezembro e também da Lenda de Martim Regos que algumas pessoas começaram já a ler.
Até lá!
12 janeiro, 2007
Passaporte de Martim Regos
-Gau
- Melinde
- Lisboa - Tumbuctu - Alcocer
- Granada - São Tomé - Elusor
- Almeria - Ilhas do Cabo Verde - Cairo
- Melilha - Açores - Calecute
- Ceuta - Veneza - Munbaim
- Tânger - Jerusalém - Goa
- Arzila - Meca - Cochim
- Funchal - Adém - Malaca
- Arguim - Zeila - Nantó
- S. Jorge da Mina - Luanda - Antuérpia
- Bourém -Saõ Vicente - Singapura
- Lisboa - Tumbuctu - Alcocer
- Granada - São Tomé - Elusor
- Almeria - Ilhas do Cabo Verde - Cairo
- Melilha - Açores - Calecute
- Ceuta - Veneza - Munbaim
- Tânger - Jerusalém - Goa
- Arzila - Meca - Cochim
- Funchal - Adém - Malaca
- Arguim - Zeila - Nantó
- S. Jorge da Mina - Luanda - Antuérpia
- Bourém -Saõ Vicente - Singapura
11 janeiro, 2007
Como se escolhe um livro
“ O dia em que eu comecei querendo ser rico, não sei bem ao certo qual haja sido, mas a verdade é que deixando de querer ser santo, logo ao dia seguinte teve seu começo a história que havia de levar-me à grande de Granada e bem assim a ver diante dos meus olhos seu soldão e a fazer vida do mesmo modo que fazem os mouros em suas cidades livremente.”
In a Lenda de Martim Regos, pág. 69.
Li no Entre Estantes que para escolher um livro devemos ler a página 69 se esta nos cativar é porque o livro é bom senão é melhor escolhermos outro. Nunca tinha ouvido falar desta teoria e acho-a um bocadinho injusta para com o escritor.
Vejamos o caso do nosso livro, tem perto de 600 páginas em português antigo, das seiscentas páginas cinco são de bibliografia consultada pelo autor. Não me parece que lendo apenas uma página baste para ver se o livro me vá aguardar ou não.
A técnica que comecei recentemente a usar é ler as primeiras 30 páginas se o livro me agarrar continuo senão volta para a fila de espera (que já vai longa, por sinal). Depois a outros factores, por exemplo há tipos de livros que só gosto de ler em férias, outros que são para ler a lareira, outros no autocarro. Enfim depende tudo do meu estado de espírito.
In a Lenda de Martim Regos, pág. 69.
Li no Entre Estantes que para escolher um livro devemos ler a página 69 se esta nos cativar é porque o livro é bom senão é melhor escolhermos outro. Nunca tinha ouvido falar desta teoria e acho-a um bocadinho injusta para com o escritor.
Vejamos o caso do nosso livro, tem perto de 600 páginas em português antigo, das seiscentas páginas cinco são de bibliografia consultada pelo autor. Não me parece que lendo apenas uma página baste para ver se o livro me vá aguardar ou não.
A técnica que comecei recentemente a usar é ler as primeiras 30 páginas se o livro me agarrar continuo senão volta para a fila de espera (que já vai longa, por sinal). Depois a outros factores, por exemplo há tipos de livros que só gosto de ler em férias, outros que são para ler a lareira, outros no autocarro. Enfim depende tudo do meu estado de espírito.
08 janeiro, 2007
O próximo encontro
Domingo dia 14 às 10h30 vamos estar no Castelo de S. Jorge. É o primeiro encontro do ano, conto com todos para mais uma conversa animada.
Já começaram a ler o livro do próximo mês?
03 janeiro, 2007
02 janeiro, 2007
Impressões de leitura ...
Ainda não passei as primeiras trinta páginas de A lenda de Martim Regos, mas apetece-me partilhar, aqui, convosco algumas impressões de leitura.
Martim Regos a mando de Bento Garcia vai espiando o povo e denunciando quem faz sabão em casa. Quem detinha o monopólio de todas as saboarias do reino era o Infante D. Henrique. Porquê? Alguém sabe explicar porque motivo o sabão era um bem proibido de fazer e vender por particulares, mesmo que para seu uso pessoal?
A roda dos enjeitados. Quando nascia uma criança indesejada era deixada na roda dos enjeitados. Esta roda estava normalmente nos conventos, acho que não existia nas igrejas e permitia deixar a criança sem a pessoa ser identificada. Era uma solução para quem não queria ou pelas mais diversas razões não podia criar uma criança. O destino destas crianças, na grande maioria das vezes, era a vida do convento.
Sobre a investida da Madre ao nosso Martim Regos (P. 26 e 27), quando esta lhe explica como é que a alma está repartida em três partes, não pude de deixar de me lembrar do filme O Decameron, de Pier Paolo Pasolini, e o episódio de um jovem que é aceite num convento para trabalhar e todas as peripécias com as freiras que daí advêm. Vi este filme já há uns bons anos e lembro-me de quase não acreditar no que estava a ver. Fartei-me de rir. Mas o melhor é verem o filme.
A roda dos enjeitados. Quando nascia uma criança indesejada era deixada na roda dos enjeitados. Esta roda estava normalmente nos conventos, acho que não existia nas igrejas e permitia deixar a criança sem a pessoa ser identificada. Era uma solução para quem não queria ou pelas mais diversas razões não podia criar uma criança. O destino destas crianças, na grande maioria das vezes, era a vida do convento.
Sobre a investida da Madre ao nosso Martim Regos (P. 26 e 27), quando esta lhe explica como é que a alma está repartida em três partes, não pude de deixar de me lembrar do filme O Decameron, de Pier Paolo Pasolini, e o episódio de um jovem que é aceite num convento para trabalhar e todas as peripécias com as freiras que daí advêm. Vi este filme já há uns bons anos e lembro-me de quase não acreditar no que estava a ver. Fartei-me de rir. Mas o melhor é verem o filme.
Martim Regos ...
Nasce, em 1453, em Torres Novas. Queria ser "santo e muito abençoado pela Santa Madre Igreja e venerado por toda a cristandade".
A mãe, como não tem condições para o criar, deixa-o em casa de um senhor de seu nome Bento Garcia. Martim Regos tinha mais oito ou nove irmãos.
Penso que até sensivelmente à II Guerra Mundial era comum os casais terem mais do que dois filhos. A partir dessa altura, outras preocupações surgiram e cada vez mais as pessoas pensam antes de ter filhos.
A mãe, como não tem condições para o criar, deixa-o em casa de um senhor de seu nome Bento Garcia. Martim Regos tinha mais oito ou nove irmãos.
Penso que até sensivelmente à II Guerra Mundial era comum os casais terem mais do que dois filhos. A partir dessa altura, outras preocupações surgiram e cada vez mais as pessoas pensam antes de ter filhos.
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