«- A Metrópole é aquilo? - gritou um miúdo enquanto apertava bem forte as mãos do avô.
(...) Um mundo a que a maioria apenas conhecia de ter ouvido falar.»
«Era uma verdadeira luta para se conseguir lugar no avião, até vinha gente sentada no chão (...) muitas vezes as bagagens ficavam em terra, a multidão a protestar, a descarregar insultos, e quando se apercebiam que não podiam trazer mais do que a roupa que tinham no corpo, desatavam a chorar. De raiva. »
(...) Um mundo a que a maioria apenas conhecia de ter ouvido falar.»
«Era uma verdadeira luta para se conseguir lugar no avião, até vinha gente sentada no chão (...) muitas vezes as bagagens ficavam em terra, a multidão a protestar, a descarregar insultos, e quando se apercebiam que não podiam trazer mais do que a roupa que tinham no corpo, desatavam a chorar. De raiva. »
in Paralelo 75, P. 24 e 82
Pela descrição do livro, a chegada a Lisboa era um choque para muitos, especialmente para aqueles que já nasceram em África. Apercebemo-nos da enorme confusão que deve ter sido.
Para saber um pouco mais sobre a nossa presença em Moçambique, clique aqui.
9 comentários:
Ainda me espanto com as coisas que circulam na Net!
Podes crer Minerva...
Com as imagens que vi nesse blog comecei a pensar que tudo poderia ter sido bem diferente. Aqueles países poderiam ter conseguido a independência sem destruir as infra-estruturas existentes, sem expulsar quem fazia mexer a economia.
Hoje em dia, a maior parte das nossas ex-colónias são um mar de gente com fome, as cidades sem condições mínimas, etc..
A sensação que tenho é que abandonámos o barco, quando podíamos ter preparado a nossa retirada com muita antededência. Tinha sido bom para nós mas acima de tudo para o povo africano.
A nossa saída só deveria ter sido política.
Agora imaginem o que quem lá viveu sente ao ver toda aquela destruição... deve ser muito triste.
Concordo com "totoia" quando diz"...quando podíamos ter preparado a nossa retirada com muita antededência." É hoje um facto, que podiamos te rfeito isso mesmo, em 56 em 58, mas Salazar, e os grupos de pressão dos que viviam nas colónias preferiram a guerra. Boa dica a desse livro, boa semana.
Mas devem ter sido experiências únicas porque toda a gente que viveu lá gostava de voltar, reparem na personagem do nosso livro que assim que soube que ia morrer voltou a África para morrer ou para se reconciliar com a vida.
Quando falo com pessoas que tiveram em Mocambique, apesar do sofrimento que passaram, falam sempre com imensa saudade! Como disse a totoia devem ter sido experiências únicas!
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