07 fevereiro, 2014

Impunidade e viver com isso

Este livro fez-me pensar na impunidade. Esta história baseia-se em factos verídicos vividos pela autora. E esta situação de ex-nazis a viverem pacificamente em Espanha e Portugal era conhecida, aceite, tolerada na década de oitenta, ainda para mais não sendo um caso isolado mas uma comunidade.

Ouvi no programa da Antena 1 "No limite da dor", uma vitima dos torturadores da PIDE a descrever os seus horrores. Impressionou-me a entrevistada ao dizer que ainda esperava um pedido de desculpas, que os seus torturadores eram funcionários públicos, homens e mulheres que se vestiam todos os dias de manhã, despediam-se da sua família para ir maltratar alguém com ideais políticos diferentes. Ainda e a propósito deste programa alguém me contava que outra vitima tinha reconhecido um dos seus carrascos na saída do metro, e que gritou por ajuda e pela policia, entrou em desespero quando deu de caras com aquele individuo que deveria estar atrás das grades.

Como se esquece o que se sofreu? O que se fez sofrer?

Boas leituras!


31 janeiro, 2014

Os monstros também amam - primeiras impressões


Este livro foi sugestão de um amigo, senão me tivesse falado dele com tanto entusiasmo provavelmente nunca o leria. E dou-lhe razão quando me disse que era um daqueles livros que nos agarra logo nas primeiras páginas e quando parece que está tudo revelado eis que há ali um pormenor que nos indica ainda haver muito para desbravar.

Clara Sánchez conta-nos a história de Sandra, Karin e Frederik e Julián. Dois ex-nazis, um judeu e uma jovem grávida. O enredo passa-se na costa espanhola, local escolhido por antigos nazis que após a Segunda Guerra ali se refugiaram e viveram tranquilamente até à sua morte.

Boas leituras!

28 janeiro, 2014

Um final feliz...


Americanah é um livro que fala do racismo nas suas diferentes formas e como os americanos lidam (ou não) com este assunto. A personagem principal deste romance tem muito em comum com Chimamanda (autora), é uma nigeriana que vem estudar para os EUA, deixando para trás a sua família e o namorado. Quando chega ao pais de todas as promessas depara-se com a dificuldade em arranjar trabalho, ter um visto e no limite em sobreviver. 

Com muita sorte à mistura, Ifemelu (a heroína) consegue superar todas as dificuldades e tornar-se numa voz activa expondo através do seu blogue situações e opiniões sobre a raça africana. Mas nunca se chega a sentir confortável nos EUA e regressa a Nigéria onde acaba também por criar um blogue para falar do seu pais e de uma nova "classe social" os retornados dos EUA para a Nigéria.

Depois de ler este livro fiquei com vontade de ler "A minha herança" De barack Obama e o "Cerne da Questão" de Graham Greene.

Este livro foi surpreendente para mim pela forma como abordou o racismo e a ralação actual dos americanos com este assunto.

Boas leituras!


24 janeiro, 2014

ameriCanah - primeiras impressões


Americanah, foi uma daqueles títulos que apontei no meu caderno preto para ler mais tarde ou porque li numa crítica ou por me terem falado dele, seja qual tenha sido o motivo o certo é que ficou registado.
Quando me chegou as mãos e o conhecei a ler fiquei de imediato rendida à escrita de Chimanda Ngozi Adichie de uma forma descontraída ela vai descrevendo a vida de uma jovem nigeriana que vai viver para os EUA.

Com o avançar da história fui percebendo que o livro vai muito além da história de Ifemelu e Obinze (o par romântico), é um quase tratado do racismo que prevalece actualmente nos EUA.
Ainda vou a meio da leitura mas para já a nossa Ifemelu separada do Obinze (que entretanto foi deportado para a Nigéria), tem um blogue sobre questões raciais e convive com um grupo de intelectuais com quem discute questões ligadas ao mesmo tema, no inicio do romance ela decide regressar à Nigéria.
Veremos como vai ser esse regresso.

“quem me dera pertencer aos países que dão e não aos que recebem”



Boas leituras!