Este livro fez-me pensar na impunidade. Esta história baseia-se em factos verídicos vividos pela autora. E esta situação de ex-nazis a viverem pacificamente em Espanha e Portugal era conhecida, aceite, tolerada na década de oitenta, ainda para mais não sendo um caso isolado mas uma comunidade.
Ouvi no programa da Antena 1 "No limite da dor", uma vitima dos torturadores da PIDE a descrever os seus horrores. Impressionou-me a entrevistada ao dizer que ainda esperava um pedido de desculpas, que os seus torturadores eram funcionários públicos, homens e mulheres que se vestiam todos os dias de manhã, despediam-se da sua família para ir maltratar alguém com ideais políticos diferentes. Ainda e a propósito deste programa alguém me contava que outra vitima tinha reconhecido um dos seus carrascos na saída do metro, e que gritou por ajuda e pela policia, entrou em desespero quando deu de caras com aquele individuo que deveria estar atrás das grades.
Como se esquece o que se sofreu? O que se fez sofrer?
Boas leituras!
Boas leituras!