Procurando seguir o plano de leituras do À Volta das Letras, este mês é dedicado a Madame Bovary de Gustave Flaubert. Para abrir o apetite aos que ainda não iniciaram a leitura, aqui fica a ementa degustada no casamento de Carlos e Ema:
«Foi debaixo da cocheira que foi posta a mesa. Havia em cima quatro travessas de lombo, seis com frango de fricassé, frigideiras com bifes de vitela, três pernas de carneiro e, ao meio, um belo leitão assado, tendo aos lados quatro chouriços com azedas. Aos cantos da mesa erguiam-se frascos de aguardente. Em volta das rolhas das garrafas escapava-se a espuma grossa da cidra doce, e todos os copos tinham antes sido cheios até aos bordos. Grandes pratos de creme, que tremiam à menor oscilação da mesa, ostentavam, desenhadas sobre a superfície unida, as iniciais dos noivos em pedaçinhos de maçã. Tinham mandado fazer a um pasteleiro de Yvetot as empadas e o doce de nozes. Como era novo na região tinha-se esmerado; e ele próprio trouxe, à sobremesa, um bolo enfeitado que fez saltar gritos. Na base, via-se um rectângulo de cartão azul representando um templo com pórticos, colunatas e estatuetas de estuque, à volta, em nichos constelados de estrelas de papel dourado; depois, no segundo andar, havia uma torre de doce de Sabóia, rodeada de pequenos castelos de amêndoas, uvas secas e gomos de laranja; e por fim, na plataforma superior, que era um prado verde onde havia rochedos com lagos de compota e barcos de casca de avelã, via-se um pequenino Amor sobre um baloiço de chocolate, seguro nas extremidades por dois botões de rosa naturais, à maneira de esferas, no cume.»
Dois dias depois do casamento, Carlos e Ema partem para Tostes. Cheguei com eles à casa onde Carlos viveu com a sua primeira mulher.
Comecem a ler e venham daí comigo.
«Foi debaixo da cocheira que foi posta a mesa. Havia em cima quatro travessas de lombo, seis com frango de fricassé, frigideiras com bifes de vitela, três pernas de carneiro e, ao meio, um belo leitão assado, tendo aos lados quatro chouriços com azedas. Aos cantos da mesa erguiam-se frascos de aguardente. Em volta das rolhas das garrafas escapava-se a espuma grossa da cidra doce, e todos os copos tinham antes sido cheios até aos bordos. Grandes pratos de creme, que tremiam à menor oscilação da mesa, ostentavam, desenhadas sobre a superfície unida, as iniciais dos noivos em pedaçinhos de maçã. Tinham mandado fazer a um pasteleiro de Yvetot as empadas e o doce de nozes. Como era novo na região tinha-se esmerado; e ele próprio trouxe, à sobremesa, um bolo enfeitado que fez saltar gritos. Na base, via-se um rectângulo de cartão azul representando um templo com pórticos, colunatas e estatuetas de estuque, à volta, em nichos constelados de estrelas de papel dourado; depois, no segundo andar, havia uma torre de doce de Sabóia, rodeada de pequenos castelos de amêndoas, uvas secas e gomos de laranja; e por fim, na plataforma superior, que era um prado verde onde havia rochedos com lagos de compota e barcos de casca de avelã, via-se um pequenino Amor sobre um baloiço de chocolate, seguro nas extremidades por dois botões de rosa naturais, à maneira de esferas, no cume.»
Dois dias depois do casamento, Carlos e Ema partem para Tostes. Cheguei com eles à casa onde Carlos viveu com a sua primeira mulher.
Comecem a ler e venham daí comigo.
7 comentários:
Ainda estou com a montanha e pelo meio outras leituras.
A ida ao teatro está confirmadissima, o Dancing Kid já é detentor de 3 bilhetes.
Boa. A que horas?
O teatro é as 21h30 mas podemos combinar mais cedo para dois dedos de conversa, que achas?
Acho muito bem.
Está feito! Amanhã começo a ler Madame Bovary!
Estou na dúvida se já li este livro, ou se estou a fazer confusão com " A Dama das Camélias"...
O teatro é às 21 horas. Até lá, também vou pegar na Madame Bovary. Fiquei perdido no meio da Montanha, e comecei a ler um pequeno livro, o Duplo.
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