09 abril, 2007

Educação

“Muito engraçado. Não tens família?
Tenho, mas não é completa, senhor guarda.
(...) Azinheira, que deve ter jantado com os pais duas vezes em toda a vida, duas vezes ou mais.”

Antes de mais quero dizer que não sou mãe, por isso tudo o que eu penso hoje pode mudar radicalmente a partir do momento em que tenha um filho. Mas assusta-me algumas coisas a que tenho assistido.

Miúdos mimados ao ponto de baterem nos país e de berrarem que querem isto ou aquilo e que meio envergonhados lá lhe vão dando tudo, mesmo que para isso se tenham de se endividar, como se os bens materiais pudessem fazer deles jovens menos azedos e revoltados, será que não percebem que o ter tudo prejudica, porque os torna jovens insatisfeitos??

Por outro lado temos os que não estão nem aí, ainda no outro dia ouvi esta frase “a minha filha não vai a casa há 3 dias, ligo-lhe e ela não atende, não sei o que fazer, olha quando quiser que volte, também não estou para me chatear mais..”, pois é, essa mesma filha desaparecida tem agora um bebé que não amamenta porque se tentou matar e ficou sem leite, quanto a mãe, agora avó continua sem saber o que fazer. Ainda lhe perguntei, se já tinha tentado falar com ela, perceber o que se passava, resposta “não vale a pena, aquilo é um caso perdido”, quando se fala assim dum filho acho mesmo que é um caso perdido!

Falta falar do meio termo dos pais atentos mas que responsabilizam os filhos pelos seus actos, que estão sempre disponíveis para uma conversa e sabem dizer que não, mesmo que isso implique três horas de choro (o que nunca acontece, porque se cansam), que não dão tudo porque também nunca tiveram tudo e foram felizes.

Conheço os três tipos. Quero ser como o terceiro caso, não sei se vou conseguir, segundo eles dá muito trabalho. Por isso só vou ser mãe quando estiver preparada para dizer não, para ouvir, para educar a tempo inteiro. Quero formar uma adulto responsável e não, mais um parasita da sociedade ou uma pessoa infeliz que me vai culpar por tudo de mau que lhe acontecer e gastar rios de dinheiro em psiquiatras.

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