21 fevereiro, 2007

Trem de onze

«(...) o pai [de Helena] gostava dos sambinhas de Vanzolini, do humor safado e ingênuo de Adoniran, seu tom choroso de quem ria por dentro, de «Trem das Onze», ele assobiava «Trem das Onze» quando saía para ir buscar o jornal, comprar pão, assobiava a entrar no elevador, regressava assobiando outra canção de Adoniran caso tivesse passado pelo boteco (...)»

Trem das Onze

Não posso ficar

Nem mais um minuto com você

Sinto muito amor

Mas não pode ser

Moro em Jaçanã

Se eu perder esse trem

Que sai agora às onze horas

Só amanhã de manhã


Além disso mulher

Tem outra coisa

Minha mãe não dorme

Enquanto eu não chegar

Sou filho único

Tenho minha casa pra olhar

Não posso ficar

Quem não conhece esta música? Fica mesmo no ouvido, não é?

15 fevereiro, 2007

Manaus

«(...) um rio escuro, uma canoa, dois homens pescando no meio do rio, árvores nas margens do rio, e uma cidade ao longe, cheia de cúpulas, colinas, casas descendo pelas colinas, vendedoras à beira do rio, barcos carregados de gente chegando a Manaus (...)»

Há quanto tempo já não escrevo uma carta?

«(...) hoje em dia já não se usam selos. (...) também já não se escrevem cartas, vêm todas dos bancos.»

Não me lembro quando é que escrevi a minha última carta. Nas férias de Verão, ainda mantenho o hábito de escrever um postal, com referência à zona onde estou, para a família mais chegada. Faço isso, provavelmente, uma vez por ano. Agora, uma carta?

O eMail, o Google Talk, etc ... surgem como instrumentos muito mais rápidos e acessíveis para comunicar. Vivemos numa época em que ninguém tem tempo para esperar. Uma carta demora muito tempo, mesmo em correio azul.

Há quanto tempo já não escrevem uma carta?

Perry Mason

Há séries de televisão que nos marcam e, das quais, fomos fiéis espectadores. Perry Mason, foi uma delas. Adorava, assim como "Crime Disse Ela", "Poirot" e "Sherlock Holmes".

Um crime ...

Capítulo 5

Porto - Santo Ovídio

«A porta do apartamento tinha sido encontrada aberta nessa manhã pela vizinha que morava mesmo em frente. Às oito da manhã, sensivelmente, porque só às nove telefonaram da polícia. (...) O corpo ainda estava no chão.»

O poster de Cubillas

Sobre o goleador Teofilo Cubillas, por quem o Detective Jaime Ramos tem uma grande admiração, podem saber mais aqui e aqui.

14 fevereiro, 2007

Apontamentos de leitura III

Capítulo 3

- Porto;
- Uma manhã de chuva;
- Jaime Ramos - Detective;
- Isaltino Jesus;
- Conversa sobre as alterações climatéricas:
«(...) o anúncio da chegada do Inverno em pleno mês de Maio nem sequer podia chamar-se uma excentricidade.»

«(..) no Porto chove sempre. Mesmo quando não chove parece que está a chover, deve ser porque a foz está cada vez mais perto da cidade, o mar vai entrando pela cidade, fica tudo húmido (...)»

Um dos aspectos que distingue a cidade de Lisboa do Porto, é na minha opinião, curiosamente, a luz. Lisboa tem mais luz. O Porto aparece-nos um pouco mais cinzento e mais húmido.

13 fevereiro, 2007

Curiosidade ...

Cerveja Kaiser. Aqui e aqui.

Apontamentos de leitura II

Capítulo 2

"Quase como uma música. Era mesmo uma música, o som do clarinete ao fim da tarde."

Percebemos que um homem foi obrigado a deixar tudo para trás.

Apontamentos de leitura I

Capítulo 1

- 26 de Maio de 1973;
- Ilha de Luanda;
- um carro azul estacionado junto ao Bungalow;
- uma vespa;
- uma garrafa de White Horse;
- 4 copos, dois deles vazios;
- Três homens e três mulheres que jogam o "Verdade ou Consequência";
- Um nome: Mara;
- "E um silêncio de Mar". "Um silêncio de mar".

A primeira frase ...

"Há um vento daqueles, carregado de poeira, quente, tenso."

Saber mais sobre o autor ...

Aqui, aqui e aqui.

12 fevereiro, 2007

Agora estamos a ler


Disponivel em:

Foi assim...


Ontem, estivemos na conversa com Pedro Canais durante a manhã. Pedro Canais revelou-se uma óptima companhia, muito simpático, divertido, preocupado com o que se passa à sua volta. O tempo voou.

Enquanto leitor selecciona criteriosamente o que lê, visto o tempo que tem ser precioso, mas é incapaz de criticar qualquer escritor que ponha as pessoas a lerem. Considera que temos escritores muito bons, alguns até a nível mundial.

É sem dúvida uma pessoa positiva com um discurso que nos motiva.

O que descobrimos sobre Pedro Canais:

Nasceu em Torres Novas, com 12 anos parte para o Brasil, já nessa altura sabia que um dia iria ser escritor. Foi no Brasil que tirou o curso de economia. Durante o 1º ano de faculdade, um professor perguntou à turma, e depois mais especificamente a ele, o português da sala, porque foram os portugueses os primeiros a controlar os portos comerciais. Pedro Canais não soube responder, mas prometeu que um dia o faria. Surge assim a vontade de saber mais sobre os descobrimentos e de contar a sua história. Mais tarde vai tirar uma licenciatura em história, numa das disciplinas fez a sua árvore genealógica e descobre que os seus antepassados se cruzam com o filho de Martim Regos – Brás Martins. Aqui surge a ideia de escrever sobre Martim Regos.

Actualmente trabalha na SIC e está a preparar o seu segundo livro, nós por cá vamos ficar bem atentos.

Sobre a Lenda de Martim Regos:

O livro esteve 10 anos a ser pensado e estudado e foi escrito em 2 anos. Esteve em quase todos os sítios por onde andou Martim Regos, algumas partes do livro foram escritas nos locais, como é o caso de Arzila e do Egipto.

Leu e releu a Peregrinação, para captar a musicalidade das palavras para assim escrever o livro, mas muitas expressões são retiradas das memórias da convivência com o seu avô.

Dos personagens revela-nos que Martim Regos tem muito dele (já desconfiávamos), a sua capacidade de improvisar é uma das características comuns aos dois. Sobre a Isabel e a Briolanja, sorriu e nada nos disse, fica no segredo dos deuses.

À sugestão de passar o livro a filme, respondeu com um redondo não, que depois de explicar percebemos perfeitamente, é financeiramente inviável fazer um filme que estivesse à altura deste livro, além de que os detalhes que o autor considera fundamentais no livro iriam ser esquecidos.

Por agora vamos ter mesmo de esperar pelo 2º livro, que está a ser trabalhado num ritmo mais lento do que o inicial, devido aos seus compromissos profissionais e pessoais. Pelo pouco que disse, penso que o próximo será num registo bem diferente deste, vamos ver.

Livros que o marcaram:

- Dom Quixote, Cervantes
- Cem anos de solidão, Gabriel Garcia Marquez

Sugestões para o livro do mês no À Volta das letras:

- Cemitério dos pianos, José Luís Peixoto
- Casa Quieta, Rodrigo Guedes de Carvalho

Aqui fica uma pequena parte da nossa conversa. São pessoas como o Pedro que nos motivam a ler mais e a continuar com este projecto.

Prometeu dar notícias.

Agradecemos ao Jorge e ao Pedro (autores do Paralelo 75 ou o Segredo de um Coração Traído), terem-nos sugerido este livro, confirmou-se o que nos tinham dito tanto do livro como do autor são inesquecíveis.

P.S: Grande falha nossa, esquecemo-nos da tradicional fotografia aos pés. Fica para a próxima.

10 fevereiro, 2007

Encontro marcado

Convidámos o escritor da Lenda de Martim Regos, Pedro Canais a estar presente na nossa conversa mensal e o convite foi aceite.

Por isso no próximo Domingo às 10h30, lá estaremos bem acompanhados, para mais uma boa conversa, na cafetaria do CCB, atenção que é a do 2º piso.

Até Domingo.

05 fevereiro, 2007

As personagens

Martim Regos - o herói da história, destemido e aventureiro.

Bento Garcia - dono de uma saboaria em Torres Novas.

Briolanja - "a puta mandante na putaria velha".

Lázara, Crisanta e Maria Labareda - "putas de ajuntamento carnal".

Infante D. Henrique - o Navegador.

Dom Lopo de Almeida - Alcaide de Torres Novas.

Francisco, Diogo (Prior do Crato) e Jorge - filhos de D. Lopo de Almeida.

António - Judeu e físico.

Abdalá, Abu ou Ibraim - pai mouro de Martim Regos.

Libânia, a Galega - mãe de Isabel.

Isabel - filha de Libânia.

Abderame - o cego.

Príncipe Mafamede - filho de Mulei Mafamede Xeque.

Príncipe Dom João

João Gonçalves da Câmara - Capitão da Ilha da Madeira.

Bartolomeu - o negro.

Brázia - a negra com quem Martim Regos teve ajuntamento.

Mestre Jacó - Judeu, pai "sem serventia" de Martim Regos.

Nilo dos Negros ou Níger

Mais informações, aqui.

São Bartolomeu

Martim Regos apelida o negro que o irá acompanhar na procura do ouro de Bartolomeu, porque lhe pareceu que alguém também tentou esfolar em vida este negro.

Nesta terceira parte, percebemos o pouco que valia a vida de um negro.

Lenda

“Porém , coisa maior ainda quis o príncipe Dom João que eu fizesse, pois era já com o caminho da Índias que andava então cismando este príncipe e bem assim com certa amizade que queria fazer com um Preste João que em tais partes havia de haver governando.”


In A Lenda de Martim Regos, pág.180

E pensar que uma das motivações para a expansão ultramarina foi conhecer o Preste João que não passava de um mito.
Vale a pena ler este artigo na revista da Marinha.

01 fevereiro, 2007

Onde anda ele por esta altura....

Cheguei ao final da 2ª parte.

Deixei Martim Regos fechado na câmara do Castelo de S. Jorge rodeado de livros. Até aqui chegar Martim Regos fugiu de Torres Novas, depois de brutalmente espancado sobreviveu em Lisboa, conheceu o seu novo pai que o levou para Granada, converteu-se ao Islão, aprendeu a ler e escrever, apaixonou-se perdidamente e em nome dessa paixão parte para Arzila. Quer enriquecer para poder resgatar a sua Isabel, mas é capturado por portugueses e embarca para Portugal onde conhece o rei de Portugal D. Afonso V e o príncipe D. João.

Muito agitada a vida deste nosso Martim. Agora ele já não quer ser santo, nem rico mas sim sábio!