«"À Procura de Sana" é, em diversos aspectos, um livro que convida à polémica. Não menos pela forma como encara o terrorismo e as acções de Israel em relação aos palestinianos. Uma abordagem que poderá alienar uma secção de leitores que se habituaram a ver Zimler como defensor dos Judeus perseguidos. «Sinto que corro o risco de alienar aqueles leitores que gostam dos meus livros apenas pela temática judaica». Quanto a reacções mais apaixonadas, da parte dos sionistas, Zimler confessa que ainda não as recebeu, mas avança uma explicação: o livro ainda não foi publicado nos Estados Unidos da América (EUA). «Se o livro sair em Israel, não haverá problema. Lá pode-se discordar. Nos EUA toda a gente tem de ser 100% a favor de tudo o que Israel faz. Não é que não apoie Israel, simplesmente não apoio tudo o que Israel faz. O importante é lembrar que isto é uma história, sobre coisas boas e más que acontecem às pessoas, e acontecem coisas más a palestinianos que vivem em Israel».
A fama de que Zimler goza, de ser um autor que escreve temáticas judaicas, vai-se justificando pelo facto de esta ser a sua quarta obra seguida que tem no judaísmo um aspecto importante da trama. «Vejo o judaísmo como uma porta, através da qual eu posso falar das coisas importantes da vida. Vingança, crueldade, terrorismo, amizade, solidariedade. Porquê o judaísmo? Porque é o que conheço bem».
Contudo, não estamos perante um judeu religoso. O que é então o judaísmo para Richard Zimler? «Suponho que seja apenas uma referência. Cresci numa cultura judaica e tenho todas as referências de um judeu de Nova Iorque. O que me interessa mais são as histórias, a mitologia judaica, e isso é um aspecto que me atrai a diversas outras religiões». A ligação a Israel é bastante mais ténue, «não sinto nenhuma ligação especial a Israel. O que sinto é que, tendo em conta a história dos Judeus, nós temos uma responsabilidade acrescida para tratar os outros de forma humana e respeitosa. E o facto de isso nem sempre acontecer irrita-me muito».
À luz destas explicações, compreendemos melhor a acusação que Helena faz a Zimler no livro, quando lhe diz que ele não é um judeu como deve ser, uma coisa que ouve frequentemente?«Sou mesmo eu que o digo de mim mesmo. Às vezes sentia que as pessoas ficavam desiludidas quando me viam, esperavam ver-me de chapéu e de caracóis, como um judeu ortodoxo. Por isso, como defesa, digo logo à partida que sou um péssimo judeu».»
A fama de que Zimler goza, de ser um autor que escreve temáticas judaicas, vai-se justificando pelo facto de esta ser a sua quarta obra seguida que tem no judaísmo um aspecto importante da trama. «Vejo o judaísmo como uma porta, através da qual eu posso falar das coisas importantes da vida. Vingança, crueldade, terrorismo, amizade, solidariedade. Porquê o judaísmo? Porque é o que conheço bem».
Contudo, não estamos perante um judeu religoso. O que é então o judaísmo para Richard Zimler? «Suponho que seja apenas uma referência. Cresci numa cultura judaica e tenho todas as referências de um judeu de Nova Iorque. O que me interessa mais são as histórias, a mitologia judaica, e isso é um aspecto que me atrai a diversas outras religiões». A ligação a Israel é bastante mais ténue, «não sinto nenhuma ligação especial a Israel. O que sinto é que, tendo em conta a história dos Judeus, nós temos uma responsabilidade acrescida para tratar os outros de forma humana e respeitosa. E o facto de isso nem sempre acontecer irrita-me muito».
À luz destas explicações, compreendemos melhor a acusação que Helena faz a Zimler no livro, quando lhe diz que ele não é um judeu como deve ser, uma coisa que ouve frequentemente?«Sou mesmo eu que o digo de mim mesmo. Às vezes sentia que as pessoas ficavam desiludidas quando me viam, esperavam ver-me de chapéu e de caracóis, como um judeu ortodoxo. Por isso, como defesa, digo logo à partida que sou um péssimo judeu».»
Título e texto da entrevista de Richard Zimler à revista "Os Meus Livros" por Filipe d´Avillez.
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