31 julho, 2006

Matisse em Marrocos

«Chovia copiosamente, dias a fio, quando Matisse chegou a Tânger. Era Inverno e o pintor encontrava-se numa encruzilhada estética - procurava, mas não sabia o quê. (...)

Matisse precisava do toque de magia para cortar com o período fauve e definir a sua própria estrada, aquela que produziria a revolução da simplicidade na sua pintura e na arte moderna»

In A Lua Pode Esperar, p. 80 e 81

Henri Matisse (1869-1954) passou todo o Inverno de 1912 em Marrocos. Fruto dessa viagem surgem algumas importantes obras:

Zorah no Terraço, 1912

O Rifenho sentado

O Rifenho de pé, 1913

O Café Árabe, 1913

A Porta da Kasbah, 1912

Receita típica da Patagónia

Salmón a la Mantequilla (Salmão na Manteiga) Origem: Comedor El Cristal - Puerto Natales – Chile

Ingredientes:
filete de salmão
manteiga
sumo de limão
sal e pimenta preta moída na hora

Modo de Preparo:
1. Embrulhe os filetes de salmão em papel de alumínio, individualmente, junto com o sumo de limão, a pimenta e o sal, cobrindo com manteiga;

2. Asse por 15 minutos em forno alto;

3. Sirva nos pratos individuais ainda coberto com o papel alumínio e junto com pedaços de limão.

4. A receita é muito fácil de preparar e um filete inteiro de salmão serve muito bem duas pessoas.

Nova língua

"O Daniele, um italiano, fala esperanto, essa língua inventada por um médico polaco para promover um mundo melhor. Daniele anda a dar a volta ao mundo em esperanto."
In A lua pode esperar, pág.58

Alguém já tinha ouvido falar do esperanto? Eu não, mas acho uma ideia genial, talvez tente aprender...

29 julho, 2006

Andamos por aqui..

" A Patagónia acaba, diz-se, a norte do rio Colorado. É uma opinião. Na realidade, nunca se definiram os limites setentoriais da Patagónia. Para baixo é fácil: quando já não houver mais terra, quando já não houver mais sul, termina a Patagónia. E para cima?"
In A Lua pode esperar, pág.64

28 julho, 2006

Os nossos hábitos alimentares

«Digo à Graciela que nunca seria capaz de incorporar a meditação e o ioga na minha routine. Sou irrequieto e desconcentrado.(...) Peço-lhe que me fale mais de comer menos.

"Tenta regular o próprio apetite ao longo da refeição. Pergunta-te com regularidade se já não te alimentaste o suficiente. Reduz drasticamente a frequência da carne na tua dieta, regressa às verduras e cereais." Tento imaginar Graciela a dar aulas em Portugal. (...) Falo-lhe da sofreguidão atávica dos Portugueses pela carne, um comportamento que tenta cancelar gerações de desejos não realizados por uma febra, um panado, uma coxa de frango. (...)

A Graciela recorda a importância de confeccionar a nossa alimentação, em vez de delegá-la à indústria alimentar. Comprar de acordo com a época e o território, evitando produtos congelados, importados, fora de temporada, ou processados industrialmente. São conselhos tão evidentes e, no entanto, tão difíceis de por em prática. Alguém se lembra de recusar morangos porque é Janeiro, iogurtes porque têm mais químicos que um laboratório, ou bananas do Equador porque são produzidas "em série" pela multinacional Delmonte?»

in A Lua Pode Esperar, P. 27 e 28

A alimentação deveria ser uma das nossas maiores preocupações e muitas das vezes não o é. Temos um estilo de vida que nos deixa pouco tempo para ter vontade em pensar o que vamos cozinhar para comer. Mas às vezes, é só uma questão de ter força para mudar de atitude .

A Morte

A quarta edição dos Mistérios da Estrada de Sintra foi publicada em 1902, ou seja, dois anos depois da morte de Eça de Queiroz. Ramalho Ortigão antecede esta edição com as seguintes palavras:

“A morte, só ela invencível, mais poderosa e implacável que todas as vicissitudes humanas e que todas as dissoluções sociais, separou um do outro os dois autores deste livro, que a amizade mais fecunda, inalteravelmente unira na Terra durante quarenta anos.
À memória daquele que partiu, levando consigo a mocidade, a alegria e a força de ambos, consagra a presente edição póstuma do Mistério da Estrada de Sintra

o que resta daquele que ficou.”

É triste perder um amigo…

27 julho, 2006

Estamos a ler...


"O objectivo dos factos aqui recolhidos não é informar, mas sim permitir sonhar. Incitar o leitor a desejar fazer o mesmo que eu fiz, ou melhor.
O principal objectivo deste livro é pôr o leitor a viajar."
In A Lua pode esperar, pág. 12
Quem é que nunca sonhou em fazer uma viagem à volta do mundo, partir com as mochilas às costas e andar sem rumo? Quem é que ainda não desistiu do sonho?

Português brasileiro

Já comecei a ler os “Mistérios da Estrada de Sintra”, e achei engraçado encontrar palavras no texto que já não utilizamos, mas que os brasileiros continuam a usar. Vejam os exemplos:

- Trem;
- Ónibus;
- Desgrudar.

E nós que tantas vezes pecamos por dizer que os brasileiros não falam o português correcto…

26 julho, 2006

À volta das letras...

A partir deste momento, passo a fazer parte deste blog dedicado à leitura. Só espero estar à altura...

Inquietações literárias

O que nos diz Richard Zimler nos seus livros? O que procuramos nas suas obras?

Que escritor é Zimler?

Que personagem mais vos intrigou em "À Procura de Sana"?

"À Procura de Sana" é um romance ou um relato verídico e pessoal do autor?

25 julho, 2006

Pela Porta do Judaísmo

«"À Procura de Sana" é, em diversos aspectos, um livro que convida à polémica. Não menos pela forma como encara o terrorismo e as acções de Israel em relação aos palestinianos. Uma abordagem que poderá alienar uma secção de leitores que se habituaram a ver Zimler como defensor dos Judeus perseguidos. «Sinto que corro o risco de alienar aqueles leitores que gostam dos meus livros apenas pela temática judaica». Quanto a reacções mais apaixonadas, da parte dos sionistas, Zimler confessa que ainda não as recebeu, mas avança uma explicação: o livro ainda não foi publicado nos Estados Unidos da América (EUA). «Se o livro sair em Israel, não haverá problema. Lá pode-se discordar. Nos EUA toda a gente tem de ser 100% a favor de tudo o que Israel faz. Não é que não apoie Israel, simplesmente não apoio tudo o que Israel faz. O importante é lembrar que isto é uma história, sobre coisas boas e más que acontecem às pessoas, e acontecem coisas más a palestinianos que vivem em Israel».

A fama de que Zimler goza, de ser um autor que escreve temáticas judaicas, vai-se justificando pelo facto de esta ser a sua quarta obra seguida que tem no judaísmo um aspecto importante da trama. «Vejo o judaísmo como uma porta, através da qual eu posso falar das coisas importantes da vida. Vingança, crueldade, terrorismo, amizade, solidariedade. Porquê o judaísmo? Porque é o que conheço bem».

Contudo, não estamos perante um judeu religoso. O que é então o judaísmo para Richard Zimler? «Suponho que seja apenas uma referência. Cresci numa cultura judaica e tenho todas as referências de um judeu de Nova Iorque. O que me interessa mais são as histórias, a mitologia judaica, e isso é um aspecto que me atrai a diversas outras religiões». A ligação a Israel é bastante mais ténue, «não sinto nenhuma ligação especial a Israel. O que sinto é que, tendo em conta a história dos Judeus, nós temos uma responsabilidade acrescida para tratar os outros de forma humana e respeitosa. E o facto de isso nem sempre acontecer irrita-me muito».

À luz destas explicações, compreendemos melhor a acusação que Helena faz a Zimler no livro, quando lhe diz que ele não é um judeu como deve ser, uma coisa que ouve frequentemente?«Sou mesmo eu que o digo de mim mesmo. Às vezes sentia que as pessoas ficavam desiludidas quando me viam, esperavam ver-me de chapéu e de caracóis, como um judeu ortodoxo. Por isso, como defesa, digo logo à partida que sou um péssimo judeu».»

Título e texto da entrevista de Richard Zimler à revista "Os Meus Livros" por Filipe d´Avillez.

23 julho, 2006

A importância da memória

"As últimas palavras de Irene para Rosa tinham sido: «Tenta guardar-me na tua memória!» (...) «Enquanto te lembrares de mim continuarei viva de alguma maneira.»" P. 41 e 42

Qual a importância da memória após a morte? Conquistamos um pouco de vida na memória, lembranças do outro?

Mensagem da India

A nossa India por razões pessoais não pôde estar presente no nosso encontro de hoje, mas para marcar a sua presença deixou-nos este texto com a sua opinião.
Mais uma vez, obrigada India.
" A procura de Sana fez-me questionar as fronteiras, por vezes ténues, entre a vida e morte, solidão e vidas aparentemente preenchidas e enriquecedoras, entre a luz e a sombra, racionalismo e loucura. Na vida nada é linear e as circuntâncias podem tornar a existência num verdadeiro labirinto. A sobrevivência não se resume ao físico. Uma dor interior mina a força animica que nos permite ser maiores. Richard envolve-nos magistralmente nesses enredos conturbados da mente. Também levanta algumas reflexões politicas e religiosas. Que leis? Que justiça? Que futuro?"
India

Estivemos lá!


Foi mais uma manhã de conversa animada, acompanhada de umas belas torradas e sumos de laranja.

Falou-se de tudo um pouco, mas claro o "À procura de Sana" foi o assunto principal. Foi um livro que marcou quem o leu e deixou curiosidade para quem ainda o está a ler.

Quanto à próxima sugestão, escolhemos um livro a pensar em férias. O livro de Gonçalo Cadilhe A lua pode esperar, sugestão de Dancing Kid , muitas viagens e aventuras aguardam por nós.

O local do próximo encontro também é especial, vai ser na Quinta da Regaleira , em Sintra, dia 9 de Setembro às 10h30.

Senhores passageiros apertem os cintos, porque a viagem vai começar.

22 julho, 2006

Até amanhã!

Relembro o 2º encontro do À Volta das letras é amanhã, às 10h30 na cafetaria do Museu do Chiado, quem não leu o À procura de Sana (o livro do mês), não se preocupe, vão haver outros livros para comentar e aconselhar.
Até amanhã.

20 julho, 2006

É já no Domingo

Já passou um mês desde o último encontro, foi um pulinho. Já acabei o A Procura de Sana, gostei muito, estou com vontade de ler tudo de Richard Zimler.
No Domingo passado fui ao Museu do Chiado na companhia do Canal Caveira, fiquei desiludida. Tem poucos peças expostas, não tem visitas guiadas aos Domingos, salva-se a Cafetaria.
Gostamos muito do atendimento, das torradas (diferentes do normal), ficamos de voltar para provar o sumo de laranja. Ficou para Domingo, sem falta.
Até lá, quem ainda não leu o livro é bem vindo, vamos falar não só do À procura de Sana como de muitos outros. E tragam sugestões de leituras.

10 julho, 2006

A propósito do nosso próximo encontro...



O Museu do Chiado situa-se no centro histórico da cidade de Lisboa, foi fundado em 26 de Maio de 1911. Sofreu grandes obras em 1984 com a reconstrução do edifício, um projecto de Jean-Michel Wilmonte.

Devido ao volume da colecção, arte contemporânea desde 1859 até aos dias de hoje, e a falta de espaço no edifcio, as obras de arte são mostradas parcelarmente, muitas vezes como complemento ás exposições temporárias.

O Museu dá grande importância a estas exposições, organizam através do serviço educativo visitas guiadas, mesas redondas, debates.

Durante o mês de Julho e até Setembro, está patente ao público uma exposição de Alexandre Estrelano - Stargate.

Ver mais informações aqui.

09 julho, 2006

Não sou um caso raro...

"...- Disse-te que a maior parte as pessoas em Paris vive só, porque isso é outra das razões por que eu vivo cá. Não sou sum caso raro, em França. Em Israel, sou. As pessoas lá querem sempre saber por que é que não tenho filhos, por que não sou casada...e por que vivo na Europa. Estão sempre a perguntar-me «Acredita em Deus?», ou «Os Franceses ainda são anti-semitas?». Querem saber tudo. Mas eu não tenho respostas que os satisfaçam.

In, À Procura de Sana, pág. 117

Não é só em Israel que as pessoas querem saber tudo. Por cá também se passa o mesmo, fazem imensas perguntas e chegam a dar opiniões, mesmo sem serem pedidas.

04 julho, 2006

Não és uma pessoa fácil...

"- Ela matou-se para me levar a escrever a história dela? - perguntei. - Será possível?
-É possível. Só não sei ao certo se foi isso que aconteceu.
-Não és uma pessoa fácil, sabias? Toda esta história... Tudo o que aconteceu desde Perth...É como se tu e a Sana estivessem a virar o meu mundo de pernas para o ar."
In, À procura de Sana, pág. 99

02 julho, 2006

Há pessoas tão poderosas...

"Há pessoas tão poderosas que nos orientam. Só por saber que ela estava no mundo... era como ter uma praça central diante de mim. Percebes? Podia ir para qualquer lado, mudar de profissão, fazer o que queria, sabendo que ela estava onde estava. Isto faz algum sentido?"
In À procura de Sana, pág. 72
Faz algum sentido??

Doris Day


"Helena contou-me que uma vez a mãe dela tentou tingir de loiro o cabelo com uma embalagem encomendada da América depois de ter visto um filme de Doris Day em que a actriz parecia feita de plástico polido - aparentemente considerado um aspecto invejável em algumas zonas de Israel na década de 1950."
Fotos de Doris Day.