Em 1509, a 11 de Setembro, chega a Malaca uma expedição portuguesa liderada por Diogo Lopes Sequeira.
«Provavelmente, o porto onde a expedição de Sequeira atraca é, nessa altura, o mais traficado do mundo asiático. O sultão convida os portugueses a visitar a cidade, a entabular todas as negociações que desejarem e a estabelecer uma feitoria no porto. Propões-lhes também vender a sua própria mercadoria, pimenta, que se encontra num armazém não muito distante do cais. Basta que o capitão Sequeira envie os seus homens a recolher a pimenta no armazém. O capitão aceita, contente. É uma emboscada.
Enquanto cerca de uma centena de tripulantes se dirige ao armazém do sultão, os navios portugueses começam a ser sub-repticiamente cercados por dezenas de sampanas, botes malaios. Sequeira não se apercebe: joga xadrez na sua cabina com um enviado do sultão. Mas o capitão Garcia de Souza, num outro navio, dá conta. É manda o seu oficial mais desenrascado numa chalupa a avisar Sequeira. O oficial é Magalhães. Sem demonstrar inquietude, Magalhães rema pela barreira de sampanas, sobe ao navio principal, entra na cabina do capitão e encontra Sequeira absorvido no xadrez, rodeado por vários malaios armados com espadas. Mantendo sempre uma calma aparente, Magalhães avisa Sequeira da emboscada.
Entretanto, na cidade, os portugueses são atacados. Alguns refugiam-se no armazém, outros tentam o regresso ao porto. A maioria é capturada. Sequeira e Magalhães conseguem desembaraçar-se dos malaios a bordo, e os navios da expedição escapam do cerco que lhes é montado. Mas a emboscada de Malaca representa uma derrota humilhante para Portugal, e um grave revés no percurso logico da supremacia marítima idealizada por D. Manuel.
(...)
No dia 11 de Julho os portugueses estão ao largo de Malaca. Contam com 19 navios, 800 soldados nacionais e 600 arqueiros mercenários. O sultão dispõe de 20.000 homens de armas e 3000 canhões. Após seis semanas de assédio, seguidas de um violento assalto os portugueses conquistam, por fim, Malaca. Trata-se de mais um desses inacreditáveis feitos heróicos lusitanos que, tentando explicar com a falta de espírito empreendedor dos dias de hoje, assume contornos sobrenaturais. A bravura de Magalhães no assalto a Malaca é mencionada numa crónica da época.» p. 55 e 56
Ao ler este excerto lembrei-me de várias coisas. A primeira foi que este acontecimento da nossa história dava um grande filme. Cheio de aventura, acção e muitos heróis. Que actores portugueses escolher para os papéis de Sequeira ou de Magalhães?
Lembram-se de algum filme português relacionado com os Descobrimentos?
De livros, lembro-me logo de A Lenda de Martim Regos do escritor e jornalista Pedro Canais. Agora de filmes, neste momento não me recordo de nenhum.
Outra das coisas que este excerto me fez pensar foi, como o próprio Gonçalo Cadilhe refere, a falta de empreendedorismo dos portugueses actualmente. O estilo de vida a que nos agarrámos leva-nos a pensar muito antes de tomar uma decisão mais arriscada. Associo num primeiro momento a palavra empreendedorismo à criação de um negócio ou actividade. Depois associo também à capacidade que algumas pessoas têm de serem empreendedoras no seu local de trabalho, mas por enquanto vou-me referir apenas à primeira.
O estilo de vida a que nos agarrámos leva-nos a comprar uma casa que ficamos a pagar durante 30 ou mais anos. Juntamente com a casa, temos o carro. Para não falar de situações mais dramáticas em que as pessoas pedem empréstimos para o recheio da casa, para as férias, etc ... Muitos de nós vivem presos às obrigações económicas! Nesta altura é mais fácil manter o emprego do que saltar para algo que não dá garantias. É mais fácil ser comodista do que empreendedor. Quem é que nestas condições pensa em mudar de vida e arriscar num negócio próprio, por exemplo?
Em Portugal não temos também incutido o espírito da mobilidade. Noutros países, ditos de primeiro mundo, há transportes mais eficientes e rendas de casa mais acessíveis. Não se fica preso a um lugar como aqui.
«Provavelmente, o porto onde a expedição de Sequeira atraca é, nessa altura, o mais traficado do mundo asiático. O sultão convida os portugueses a visitar a cidade, a entabular todas as negociações que desejarem e a estabelecer uma feitoria no porto. Propões-lhes também vender a sua própria mercadoria, pimenta, que se encontra num armazém não muito distante do cais. Basta que o capitão Sequeira envie os seus homens a recolher a pimenta no armazém. O capitão aceita, contente. É uma emboscada.
Enquanto cerca de uma centena de tripulantes se dirige ao armazém do sultão, os navios portugueses começam a ser sub-repticiamente cercados por dezenas de sampanas, botes malaios. Sequeira não se apercebe: joga xadrez na sua cabina com um enviado do sultão. Mas o capitão Garcia de Souza, num outro navio, dá conta. É manda o seu oficial mais desenrascado numa chalupa a avisar Sequeira. O oficial é Magalhães. Sem demonstrar inquietude, Magalhães rema pela barreira de sampanas, sobe ao navio principal, entra na cabina do capitão e encontra Sequeira absorvido no xadrez, rodeado por vários malaios armados com espadas. Mantendo sempre uma calma aparente, Magalhães avisa Sequeira da emboscada.
Entretanto, na cidade, os portugueses são atacados. Alguns refugiam-se no armazém, outros tentam o regresso ao porto. A maioria é capturada. Sequeira e Magalhães conseguem desembaraçar-se dos malaios a bordo, e os navios da expedição escapam do cerco que lhes é montado. Mas a emboscada de Malaca representa uma derrota humilhante para Portugal, e um grave revés no percurso logico da supremacia marítima idealizada por D. Manuel.
(...)
No dia 11 de Julho os portugueses estão ao largo de Malaca. Contam com 19 navios, 800 soldados nacionais e 600 arqueiros mercenários. O sultão dispõe de 20.000 homens de armas e 3000 canhões. Após seis semanas de assédio, seguidas de um violento assalto os portugueses conquistam, por fim, Malaca. Trata-se de mais um desses inacreditáveis feitos heróicos lusitanos que, tentando explicar com a falta de espírito empreendedor dos dias de hoje, assume contornos sobrenaturais. A bravura de Magalhães no assalto a Malaca é mencionada numa crónica da época.» p. 55 e 56
Ao ler este excerto lembrei-me de várias coisas. A primeira foi que este acontecimento da nossa história dava um grande filme. Cheio de aventura, acção e muitos heróis. Que actores portugueses escolher para os papéis de Sequeira ou de Magalhães?
Lembram-se de algum filme português relacionado com os Descobrimentos?
De livros, lembro-me logo de A Lenda de Martim Regos do escritor e jornalista Pedro Canais. Agora de filmes, neste momento não me recordo de nenhum.
Outra das coisas que este excerto me fez pensar foi, como o próprio Gonçalo Cadilhe refere, a falta de empreendedorismo dos portugueses actualmente. O estilo de vida a que nos agarrámos leva-nos a pensar muito antes de tomar uma decisão mais arriscada. Associo num primeiro momento a palavra empreendedorismo à criação de um negócio ou actividade. Depois associo também à capacidade que algumas pessoas têm de serem empreendedoras no seu local de trabalho, mas por enquanto vou-me referir apenas à primeira.
O estilo de vida a que nos agarrámos leva-nos a comprar uma casa que ficamos a pagar durante 30 ou mais anos. Juntamente com a casa, temos o carro. Para não falar de situações mais dramáticas em que as pessoas pedem empréstimos para o recheio da casa, para as férias, etc ... Muitos de nós vivem presos às obrigações económicas! Nesta altura é mais fácil manter o emprego do que saltar para algo que não dá garantias. É mais fácil ser comodista do que empreendedor. Quem é que nestas condições pensa em mudar de vida e arriscar num negócio próprio, por exemplo?
Em Portugal não temos também incutido o espírito da mobilidade. Noutros países, ditos de primeiro mundo, há transportes mais eficientes e rendas de casa mais acessíveis. Não se fica preso a um lugar como aqui.