27 abril, 2008

Teste à paciência

"Um homem com um anzol mergulhado num espaço invisível, à espera da coindidência estranha que era um peixe passar e morder um isco."



Pág. 190, Combateremos a Sombra



Na zona onde vivo existem centenas de pescadores amadores, quem os quer ver é passar junto ao mar, estão ai nas horas mais improváveis, à chuva, à hora de maior calor. Verão, Outono, Inverno nada os demove de irem pescar, ou melhor de irem à pesca, porque é raro pescarem um peixe, de tal maneira raro que quando alguém pesca um é notícia pelas praias todas.


Gabo-lhes a paciência.


Foto retirada de aqui.

O berço de uma geração



"- A voz duma mulher de meia-idade confessou ao programa, tremente, efusiva - "gracias a la la vida, acaba de me nascer um neto na Maternidade Alfredo da Costa. É uma neta. Vou agora para lá... Táxi!"



Pág 189, Combateremos a sombra



Desde 1932 a ajudar crianças a nascer. Da minha geração (70), deve haver poucos que morando em Lisboa ou arredores não tenham nascido naquela instituição.

Clássicos do cinema


"Na biblioteca havia quem folheasse pela primeira vez a Divina Comédia e cinco pessoas assistiam, no Grande Auditório forrado de veludo cristal, à projecção de Rocco e os Seus Irmãos."


Pág. 181, Combateremos a Sombra


17 abril, 2008

Imagem


"Ele tinha-lhe pedido que se sentasse no sofá de veludo."

Pág. 159, Combateremos a sombra

13 abril, 2008

O galinheiro de Salazar em S. Bento

«(...)Pois talvez o senhor não saiba que Salazar tinha um galinheiro em São Bento, há quarenta anos atrás, e que criava galinhas, e que as galinhas punham ovos que ele mesmo vendia. Não acredita? Pois acredite - O Presidente do Conselho comerciava-os e não se coibia de o dizer. Vendia-os como se fosse um merceeiro de esquina. (...)»

Lídia Jorge, Combateremos a Sombra, p. 37

«E assim, todas as noites ao serão, no Palácio de S. Bento - onde criava galinhas e patos como se ainda vivesse na aldeia e sempre assistido em tudo pela sua governanta dos tempos da Universidade de Coimbra -, aquele desconfiado beirão sentava-se na sua poltrona de sempre, descalçava as botas de polaina do século passado que insistia em usar ainda, substituía-as por umas pantufas de lã e ficava a ler e a responder à correspondência diplomática que lhe chegava dos seus embaixadores espalhados pelo mundo.»

Miguel Sousa Tavares, Rio das Flores, p. 571/572

Os livros de Miguel Sousa Tavares e de Lídia Jorge, que cito, pouco têm em comum. Ambos são romances, com histórias obviamente, situados em épocas distintas e com personagens diferentes. No entanto, achei piada encontrar nos dois romance a referência a um mesmo aspecto sobre Salazar.

Com estas alusões apetece-me descobrir mais sobre esta figura que esteve à frente do destino do país, como Presidente do Conselho, perto de 40 anos, e da qual, ainda hoje sentimos influência seja nas mentalidades, seja no desenvolvimento económico e tecnológico do país.

10 abril, 2008

Está tudo dito...

" Por mim, parto do princípio de que todo o ser humano é um mistério e uma surpresa, e a partir daí está tudo dito."

Em Pág. 155, Combateremos a sombra

Nem mais! Desde que li esta frase que este pensamento não me larga. Não podemos ter a ousadia de pensar que conhecemos mesmo bem alguém. As pessoas são verdadeiras caixinhas de surpresa. Mas é isso é que dá cor a vida, senão era tudo demasiado igual, previsível.

09 abril, 2008

Saudades


"Pois foram um ioiô perfeito..."


Pág. 83, Combateremos a sombra


Este blogue, anda muito saudosista. Quem não se lembra de brincar com o ioiô... Eu era uma verdadeira desgraça, desastrada como sou e sempre fui acabava sempre com a linha toda embrulhada, mas havia miudos que eram uns profissionais daquilo!
Abaixo as playstation, viva os ioiôs!!!

06 abril, 2008

Séries antigas.

"Por certo que tinham abraçado a causa pública da ordem pública depois da exibição da Balada de Hill Street ter sido um acontecimento na Terra."

Pág. 70, em Combateremos a sombra de Lídia Jorge

Lembro-me vagamente da Balada de Hill Street. O que tenho mais presente é a música do genérico. Mas ao falar desta série à geração um bocadinho mais velha que a minha apercebi-me que foi um marco na vida de muita gente. Personagens como Capitão Furillo, Joe, Enriquez e Wives fizeram parte da vida desta malta que para aí anda e que deliram todos os dias de manhã quando o Pedro Ribeiro se lembra de nos pôr a ouvir músicas dos velhos tempos na rubrica "músicas para sonhar". É de rir, ver o pessoal na IC19 a cantar a música do Verão Azul ou da publicidade à laranjina ou a Xerox - aquela máquina. Todos os dias entre ás 8h e às 9h há um cheiro à naftalina no ar!