Quer olhemos o mestre holandês ou a Sibila insubmissa que habita Agustina, há aspectos que são únicos e hipnotisadores nas suas obras. Esta é uma possível leitura que partilho convosco.
Os artistas do século XVII recorriam a cenas da história, da Bíblia, da mitologia clássica e do mundo antigo, considerando-as a forma mais elevada de arte. Rembrandt é conhecido pela faculdade de penetrar no âmago duma história. Ele sabia escolher o momento decisivo e como representá-lo de forma efectiva. Isto torna-o um fantástico contador de histórias, capaz de compreender a psicologia das mesmas. Em muitos dos seus quadros, é evidente que Rembrandt havia estudado as emoções e pensamentos que motivaram as suas personagens, levando o espectador a sentir empatia com elas.
"Agustina parece sempre ter vivido dentro e fora do tempo, numa espécie de observatório clínico da alma humana, captando-lhe o imortal enigma sob as mortais vestes dos dias. Cedo se deixou viciar pelo romance, iluminada roleta dos comportamentos humanos […] Tem construído uma visão do mundo original, integrando intuição e racionalismo numa espécie de sabedoria capaz de captar a essência de uma época.
Sob um estilo aparentemente clássico, a autora estilhaça todas as regras convencionais da criação de presonagens e de desenvolvimento da acção: as personagens – em particular os homens- são intrinsecamente virtuais ( imprevisíveis, permeáveis, porosas), a acção deixa-se contaminar pelas múltiplas recriações da memória de acções anteriores. " [1]
[1] PEDROSA, Inês, 20 mulheres para o século XX
Os artistas do século XVII recorriam a cenas da história, da Bíblia, da mitologia clássica e do mundo antigo, considerando-as a forma mais elevada de arte. Rembrandt é conhecido pela faculdade de penetrar no âmago duma história. Ele sabia escolher o momento decisivo e como representá-lo de forma efectiva. Isto torna-o um fantástico contador de histórias, capaz de compreender a psicologia das mesmas. Em muitos dos seus quadros, é evidente que Rembrandt havia estudado as emoções e pensamentos que motivaram as suas personagens, levando o espectador a sentir empatia com elas.
"Agustina parece sempre ter vivido dentro e fora do tempo, numa espécie de observatório clínico da alma humana, captando-lhe o imortal enigma sob as mortais vestes dos dias. Cedo se deixou viciar pelo romance, iluminada roleta dos comportamentos humanos […] Tem construído uma visão do mundo original, integrando intuição e racionalismo numa espécie de sabedoria capaz de captar a essência de uma época.
Sob um estilo aparentemente clássico, a autora estilhaça todas as regras convencionais da criação de presonagens e de desenvolvimento da acção: as personagens – em particular os homens- são intrinsecamente virtuais ( imprevisíveis, permeáveis, porosas), a acção deixa-se contaminar pelas múltiplas recriações da memória de acções anteriores. " [1]
[1] PEDROSA, Inês, 20 mulheres para o século XX
Texto de Cristina Basílio enviado por email.
2 comentários:
Nunca li nada da Agustina, mas depois de ler este pequeno grande texto fiquei cheia de curiosidade!
Obrigada!
Leitor fervoroso da obra da Agustina, registo com muito agrado o facto de ter encontrado o vosso blog, desde logo por este conjunto de post's sobre a "Ronda da Noite", mas igualmente pelo conjunto do vosso blog que, pelo pouco que observei na lista de autores analisados, tem vasta matéria de leitura e análise.
Meus sinceros parabéns!
Cumpts.
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