24 fevereiro, 2008

Tertúlias

Lisboa, à semelhança de várias outras cidades europeias, concentrava o grosso da sua vida intelectual nas tertúlias dos cafés (…)”

Pág. 194, Rio das Flores

Hoje o mundo virtual veio substituir esses cafés, que hoje em dia infelizmente são sobretudo para turistas.

Salazar

“Foi então que alguém atentou num obscuro professor de Finanças Públicas da Universidade de Coimbra (…)”

Pág. 163, Rio das Flores

Salazar entra na vida politica do país em 1926. Biografia de Salazar e alguns acontecimentos importantes para Portugal, consultar aqui.


20 fevereiro, 2008

Palácio Real de Estremoz




Agora como Pousada de Estremoz - Rainha Santa Isabel.

"Era uma pena, pensou ele, que um palácio com tanta história não tivesse melhor aproveitamento do que albergar militares ciclistas."

Pág. 89, Rio das Flores

17 fevereiro, 2008

Para pensar

“ O que faz a riqueza das nações não é apenas a agricultura ou o comércio que têm e as minas que possuem. É também a instrução do seu povo.”

Pág. 58, Rio das Flores

Regicídio



“(…) contra o “crime sem castigo” do assassinato do Senhor D. Carlos e do Principie herdeiro D. Luís Filipe, já lá iam treze anos passados.”
Pág. 47, Rio das Flores
Este ano a propósito do centenário do regicídio muito se tem feito, desde uma série de ficção no canal público, como inúmeras publicações, conferências, artigos de jornais. Abaixo algumas sugestões para a aprofundar o tema:

Sitio:
- O Regicídio

Livros:
- Mataram o Rei! de Joaquim Vieira
- O Regicídio de Maria Alice Samara, Rui Tavares
- Regicídio de Jorge Morais

Mais sugestões ver aqui.

Passeios, exposições, conferências:
- Hemeroteca de Lisboa

As imagens foram retiradas do sitio Vidas Lusófonas.

Valle-Inclán


"Conta-se que uma vez o seu grande admirador e amigo, o escritor e dramaturgo Valle-Inclán, lhe teria dito que ele era um toureiro tão grande que só faltava morrer na arena."


Pág. 36, Rio das Flores
Foto retirada de MUGA.

15 fevereiro, 2008

Uhm... para abrir o apetite

"Veio a sopa de legumes com grão e batatas, as perdizes caçadas de antevéspera, estufadas com enchidos, azeitonas e toucinho, e um assado de porco com salada de alface."
Pág. 17 in Rio das Flores
Comigo resultou, abriu-me o apetite.
Foto retirada de cinco quartos de laranja.

13 fevereiro, 2008

1ª Frase

" Diogo Ascêncio Cortes Ribera Flores - conforme constava do seu registo de baptismo - tinha quinze anos de idade quando o pai o levou pela primeira vez a ver uma tourada."

Pág. 13 in Rio das Flores

11 fevereiro, 2008

Obras do mesmo autor

- Equador, Oficina do Livro, 2003
- Anos Perdidos, Oficina do Livro
- Não Te Deixarei Morrer, David Crockett, Oficina do Livro
- Sul, Viagens, Oficina do Livro, 2004 (Edição Ampliada)
- O Segredo do Rio, Oficina do Livro
- Um Nómada no Oásis, Relógio d'Água Editores
- O Dia dos Prodígios
- O Planeta Branco, Oficina do Livro, 2005
- Rio das Flores, Oficina do Livro, 2007

Fonte: Wikipédia

Este mês


Por sugestão de Pedro Vasconcelos, o livro para o mês de Março é o Rio das Flores de Miguel Sousa Tavares, o encontro vai ser no dia 9 de Março no Museu do Teatro.


Boas leituras.

10 fevereiro, 2008

"O meu dia começa por procurar os óculos" - Pedro Vasconcelos





Aconteceu. Foi mais um encontro. A nossa amizade com Pedro Vasconcelos já vem de trás, desde o 1613. Hoje foi um reencontro com o criador das personagens que se tornaram queridas para nós, Peter Cornellius, a Nenu, D. Manuel, Molan e a partir do 1617, o pequeno Miguel começa a ganhar terreno. Pressinto que no 1621 vamos ficar rendidos ao filho de Nenu.

Pedro Vasconcelos é um contador de histórias, por isso o encontro que durou cerca de duas horas passou rapidamente e apesar do sol forte ninguém deu pelo tempo passar.

As conversas andaram sempre à volta do 1613, 1617 e o próximo livro 1621, o fim da primeira trilogia, que voltas vamos dar, tantas aventuras. À partida parece estar tudo já definido na cabeça do nosso escritor.

Gosto da atenção que dá aos detalhes e fiquei com a sensação que terei de reler os dois livros novamente, tudo tem significado, até as capas, nada é por acaso. Muito trabalho de investigação, de leitura foi feito para chegar a estas histórias.

Um novo projecto começa a nascer, um livro longe de Nenu, uma história algures no século XIX. Ficamos à espera.

Trouxe-nos os cheiros do âmbar e a tiara que D. Manuel ofereceu a Nenu. Falou-nos das suas pesquisas e do seu método de trabalho.

“Escrever é como uma viagem fora de auto-estrada, vamos parando em sítios que não se estava à espera”.

Aconselhou-nos algumas leituras, como o Padre António Vieira de quem é grande admirador.

Mais não vou contar! Ficou prometido que nos voltaria a visitar, aguardamos o 1621.


06 fevereiro, 2008

Encontro

Confirmado. O encontro do À Volta das Letras é já este Domingo ás 10h30. O primeiro do ano, temos um convidado, Pedro Vasconcelos autor do 1617, o livro que lemos em Dezembro. O local será mais uma vez o Museu do Teatro.

Para quem não leu o livro, venha na mesma prometemos uma manhã de boa conversa.

Até lá boas leituras.

05 fevereiro, 2008

Expressão

"Não matabichou."

Pág. 63


Já tinha ouvido falar do mata-bicho ou de fazer uma bucha, agora esta é nova.

04 fevereiro, 2008

Esperanto

Já falámos do esperanto no À Volta das Letras a propósito do livro do Gonçalo Cadilhe. Agora encontrei novamente uma referência a esta língua que pretende ser universal e encontrei também o quinês.


O quinês foi criado por Joaquim Augusto Junqueira, que entende ser a falta de comunicação ou a dificuldade de entender a língua a responsabilidade da guerra. Por isso criou um código de sinais e cruzes que partilhava com o seu colega português na escola para cabular.


O quinês evoliu, o seu alfabeto é composto por 38 a 40 letras e até têm um dicionário.


O esperanto já está difundido por várias países, será que o quinês conseguiu singrar?


Bonan Posttagmezon (boas tardes em esperanto)

03 fevereiro, 2008

"Um chimpanzé não deveria ter o que eu não tenho"

«Reparei hoje que bati no fundo e tive vergonha. Há duas cozinhas (....). Nenhuma é generosa em excesso. À entrada da segunda, encontrei a Chicha, a chimpanzé da enfermeira espanhola Yolanda, roendo uma maçã. O primeiro reflexo foi roubar a fruta ao bicho.
A fruta saber-me-ia-bem. Um chimpanzé não deveria ter o que eu não tenho.
É humilhante.» p. 54

Esta passagem chamou-me a atenção. Num país sem nada, até se cobiça o que um bicho come.

Fonte da foto: Wikipédia.

02 fevereiro, 2008

RAP

" - Estamos aqui a falar o dialecto do PAM! Eu falo o dialecto do PA-A-am! Quero comida, o «pula» dá. O branco do PAM, yah!... Está lá, com nós em fila, e ele à frente com as folha e a riscar: deslocado, deslocado, deslocado, deslocado! O branco é deus! Vês até na Bíblia. É o «pula» que manda. Pois eu sou mutilado. Olha a perna: não dobra!"
Pág. 57

Dor - fantasma num país mutilado

«Kavaleka é a aldeia com maior concentração de mutilados por metro quadrado no mundo. A dor-fantasma acontece a quem sofreu uma amputação de um membro e continua a «sentir» dores ou comichões na perna, mão ou braço amputados.

Dois técnicos franceses foram apresentados por um elemento da UCAH a uma multidão de mutilados, no fim de uma sessão de esclarecimento sobre a desmobilização dos mais de dois mil amputados de Kavaleka. Os mutilados ouviram o jovem casal elaborar sobre aquilo que a maior parte deles sentia. Falaram francês, mas havia um tradutor fluente, saído de uma das escolas de línguas que a UNITA instalou nesta imporvável província.

Os mutilados viram então a máquina mágica: uma caixa que fornece corrente a electródos que, por sua vez, ligados às ramificações nervosas da parte amputada, neutralizam a dor-fantasma. Todos os interessados foram convidados a estar presentes na manhã seguinte, às 8h00, para receber os choques abençoados no coto. Uma fila enorme formar-se-ia muito antes dessa hora e a equipa francesa passou três dias a aplicar o tratamento e a ensinar a máquina.

Setecentos deficientes aplaudiram os terapeutas em ovação quando o aparelho foi exibido.

Júbilio num país mutilado: os fantasmas da dor desaparecerão; basta uma máquina, que vem de fora para ficar e só precisa de pilhas para funcionar.» p. 52 e 53

Nunca fui a África. Sobre África sei muito pouco. Sei o que vejo na televisão e o que leio nos jornais. Mas ao ler este excerto, procurei imaginar como será a vida em Kavaleka. Dor. Tristeza. Fome. Falta de esperança no futuro. Não consigo imaginar felicidade, alegria, vontade de crescer...

Em que é que acreditarão estes jovens mutilados? Será que conseguem esquecer os fantamas de um país onde tudo falta? Ou nem sequer isso lhe podemos pedir?

Frase Solta ...

«Ontem comi pão simples...» P. 48