30 outubro, 2007

Regra pessoal de leitura

«Ao longo dos anos formulei uma regra pessoal de leitura que, como qualquer outra, tem as suas excepções: um livro de ensaio agarro-o cheio de entusiasmo e vou-o perdendo pelo caminho, muitas vezes bem antes do fim. Um romance, começo com imensa dificuldade e, depois de mergulhar no cenário, não descanso enquanto não aterro no desenlace. (...) Outra regra concomitante: o ensaio interrompe-se e retoma-se a qualquer momento. O romance requer leitura ininterrupta. (...) Falta-me ainda mencionar uma última regra pessoal: romance que não me tem fisgado por volta da página 70 não me vale o esforço de prosseguir na sua leitura.»
Aventuras de um Nabogador, p. 49

Será que todos nós temos alguma regra pessoal de leitura? Hoje ao jantar coloquei esta questão. Que regras usamos nas nossas leituras ou nas escolha das leituras que fazemos? Como escolhemos os livros que lemos?

Concordo com o Onésimo Teotónio Almeida quando afirma que se um romance não o "agarra" nas primeiras páginas, é porque a partir daí dificilmente o fará. Já nos aconteceu a todos, não é verdade? Ou a escrita é maçuda, ou há qualquer coisa na história que não desenvolve e o livro é rapidamente substituído por outro. Não concordam? Nunca insisto, a não ser por razões profissionais, num livro que não me dê prazer na leitura.

Nos meus hábitos de leitura, tenho me apercebido que há livros e, consequentemente, alguns autores que só procuro ler em determinadas alturas do ano, ou melhor há autores, que exigem mais concentração (mais paciência!) ou um determinado estado de espírito, que não leio, por exemplo, nas férias de Verão.

As minhas leituras são sempre acompanhadas de um lápis (o que irrita algumas pessoas!) e de um pequeno bloco de notas que, às vezes, só serve para anotar uma ou outra palavra que não conheço ou alguma referência que quero explorar.

- Como é que escolhemos os livros que lemos?

Nos últimos tempos, tenho-me mantido leitora fiel a alguns autores, sobretudo nacionais, um exemplo é Richard Zimler. Todos os romances que tem publicado eu tenho lido. Algumas das escolhas são feitas através de influências. Alguém que leu, fala do livro e acaba por me abrir o apetite para a leitura. Ou os apontamentos sobre livros nos blogues que visito. Raramente compro um livro apenas pela capa ou pelo título. Mas já aconteceu!

2 comentários:

Totoia disse...

Tal como tu uso um lápis quando leio um livro, vicio que aprendi contigo.

Quanto as minhas "regras" de leitura:

- Não consigo desistir facilmente de um livro, prefiro pensar que adiei a leitura;

-Tenho normalmente várias livros que leio em simultâneo, neste momento dois por prazer e vários por obrigação;

- Guardo sempre alguns autores para ler nas férias ou fins de semana especiais;

- Sou muito fiel aos escritores de quem gosto, assim que lançam um livro compro de imediato;

- Antes de começar a ler um livro gosto de o cheirar e de folhear, como se o tivesse a escolher.

Já comprei livros pela capa, pelo título, pelo resumo ou quando alguém me fala com entusiasmo de algum livro ou através de livros que falam de outros livros, etc. Acho que não tenho nenhum método para escolher os livros que quero comprar.

Enfim eu gosto mesmo é do objecto livro.

Anónimo disse...

Gosto.... Não gosto....

Eu gosto de descobrir os livros.
Descubro-os em leituras insuspeitas... Desde a Dica da Semana, aos blogues, às revistas de fim-de-semana...
Há sempre um destaque que retenho para mais tarde investigar. Gosto dos títulos, das capas, dos resumos... Gosto da primeira e última frase. Não há como a primeira frase para me cativar ou repelir. E as últimas para me saciar ou desiludir.
Não gosto de sublinhar os livros... censuras de outros tempos. Mas gosto de marcar os livros com imagens, recadinhos em amarelinhos que me "linkam" para outros livros, outras histórias, outras memórias...
Sou fiel a alguns autores. E também a alguns cenários ou temáticas. E depois há os ingredientes indispensáveis: mistério, alguma sensibilidade, sentido de humor, e inteligência para estimular a minha curiosidade intelectual.
Não me chamo leónia, mas devoro livros.