09 novembro, 2006

Aborto

«Patrícia Xavier (...) Não se podia imaginar que ela morrera dum aborto mal sucedido, mas foi assim. (...) Um aborto não era tão extraordinário e sobretudo depois dos quarenta anos as mulheres recorriam aos médicos para se recomporem dum acidente que, na verdade tinham previsto mas não acautelado.

Passados dias Patrícia Xavier morreu e aquilo entendeu-se como um desastre. Os médicos calaram-se no diagnóstico, o que levantou mais suspeitas, tanto mais que ela tinha recorrido a uma parteira e não teve a assistência do tal experiente arrombador de cofres.»
in A Ronda da Noite, p. 16 e 17,

Não se sabe ao certo quantos abortos clandestinos se fazem, em Portugal, por ano. Calcula-se que muitos. Algumas destas mulheres morrem. E porquê? Por que motivo se continua a legislar sem olhar para a realidade?

8 comentários:

Vegana da Serra disse...

Eu vou votar sim! Situações como estas têm de acabar!

Totoia disse...

Existe muito cinismo por aí, tenho esperança que as coisas mudem com este referendo eu vou votar sim.

Anónimo disse...

Votar sim em que? Legislar em quê?
Corte-se o mal mais "abaixo", e faça-se educação para os mais novos. Não se admite como conheci há umas semanas uma miuda com 16 anos e com um bebé de 2!

Aborto? Mulher minha, seja em que circunstãncia fizer, NUNCA vai abortar. As coisas são para ser planeadas.

E o aborto devia ser proíbido, exepto situações de doença que possa ser genéticamente passada para o fecto.
Assim as pessoas habituavam-se a ver todos os dias (ou a serem cobardes e entregarem o filho para adopção de outros) o mal que fizeram, e ensinarem os seus futuros ou actuais filhos a não cometerem o mesmo erro.


Rui

PS: eu queria ir mesmo ao encontro, mas ... acordei 1h depois das 10:30... LOL :D

Anónimo disse...

As questões não são assim tão definidas. Preocupa-me a prática do aborto como forma de resolver uma gravidez não planeada. Há circunstâncias em que me parece legítima a opção pela interrupção. Outras nem tanto. A vida é um privilégio. Poder gerar uma vida também. Acabar com ela tem que ser devidamente enquadrado, seja em termos de aborto, de eutanásia.
Preocupa-me as repercussões disto entre os adolescentes ou mulheres menos esclarecidas. A necessidade de esclarecer, formar, acompanhar, é tão ou mais importante do que o referendo.

Anónimo disse...

Aos que estão contra só quero deixar esta mensagem: sendo o aborto permitido ou não... eles vão continuar a ser feitos. A questão é que não havendo possibilidade de se fazer pelos meios legais existem duas solucções: recorrer a uma parteira que o faz às escuras neste pais de ingenuos ou recorrer a uma clinica na vizinha Espanha... Porque continuar na ignorância e porque não enfrentar esta realidade!

Anónimo disse...

sim...eles vão continuar a ser feitos. Também deixo uma pergunta. Mas a que preço? O da impossibilidade de voltar a engravidar, em muitos dos casos... o do facilitismo em resolver uma gravidez não planeada... tantas e tantas histórias e motivos.
A consciência de cada um dita a sua prática.

Totoia disse...

Ninguém é a favor do aborto,mas sim do direito da mulher decidir avançar ou não com uma gravidez indesejada e não ser punida por isso.

Different disse...

Hoje escrevi um post sobre isso....

mentacutilante.blogspot.com